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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Ágatha/Bárbara conquistam prata nos Jogos Olímpicos do Rio
Campeãs do Campeonato Mundial 2015, Àgatha/Bárbara são prata, e única dupla a estar nos dois pódios do vôlei de praia 
Não sou atleta, mas disputar uma medalha de ouro e não ganhá-la deve doer. Na noite desta quarta, ver Àgatha/Bárbara Seixas serem derrotadas pelas alemãs Ludwig/Walkenhorst doeu. Doeu pelas parciais relativamente fáceis das germânicas, 21/18 e 21/14, em 43 minutos de partida. Doeu por saber que na noite anterior as brasileiras haviam realizado o feito histórico de serem as únicas a derrotarem Kerri Walsh em Jogos Olímpicos.

Mas, aos poucos, a dor passou. Passou porque Àgatha/Bárbara foram além. Considerado o time "número 2" do Brasil na Rio 2016, superaram a desconfiança. Em teoria, Juliana/Maria Elisa, pelo histórico, seriam a segunda dupla a garantir vaga para os Jogos.

Em 2011, quando a parceria foi formada, talvez nem elas imaginariam que chegariam tão longe. Foram subindo degrau por degrau. Começaram a se destacar no Circuito Brasileiro, se qualificaram para o Circuito Mundial. Em 2013, passaram pelo esquisito sistema de seleção, onde foram separadas, na semana seguinte em que conquistaram o primeiro título do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia. Mesmo assim, Àgatha com Maria Elisa e Bárbara com Lili, continuaram trabalhando. Meses depois, Bárbara foi bronze no Campeonato Mundial de Stare Jablonki, competição mais importante daquele ano.


Com a extinção de ideia de separar parcerias, Àgatha/Bárbara refizeram o time. Em 2014, vieram outras vitórias em etapas nacionais, mais um título de Circuito Brasileiro, o primeiro ouro em Circuito Mundial, e uma segunda colocação geral no ranking mundial da temporada. 

Em 2015, seguiram em evolução. Bronze dois anos antes, desta vez Bárbara foi ouro, com a parceira de origem, no Campeonato Mundial da Holanda, naquele que era então o ápice da dupla. Com a boa pontuação da etapa, aliada ao primeiro título de Grand Slam, o de São Petersburgo, foram as campeãs da temporada internacional. 

Com a prata conquistada ontem, se tornaram o único time do atual ciclo olímpico a estar no pódio do Campeonato Mundial e olímpico. Como bônus, ainda foram vice-campeãs do evento-teste, disputado ano passado. 

Muito se falou das três tentativas de Robson Conceição para se chegar ao ouro. Com 33 e 29 anos, respectivamente, Àgatha e Bárbara podem ter, no mínimo, mais uma chance subir uma posição no pódio. Se não conseguirem, já estão eternizadas como a dupla que levou o Brasil a uma decisão olímpica, após 12 anos de jejum. Serão lembradas como a parceria que jogou feliz, com muito sorriso no rosto, num jeito bem brasileiro de ser. Mesmo ainda em meio ao misto de dor e alegria, o semblante no pódio não deixou de aquele que é a marca registrada da dupla.

Laura Ludwig e Kira Walkenhorst foram melhores e mereceram o ouro. Mesmo alemã, Ludwig não deixa de ser um pouco brasileira: na aparência física, no português que aprendeu a razoavelmente falar, na raça que tem dentro de quadra e na simpatia em tratar torcedores e jornalistas. Assim como Robson Conceição, precisou de três Olimpíadas para chegar ao ouro.

Walsh, que se redimiu da única derrota da carreira olímpica, venceu Larissa/Talita e festejou muito o bronze, mesmo com três ouros no currículo. E também não deixa de ser uma pouco brasileira: é treinada por um técnico que nasceu no Brasil, tem vários amigos no país e ganha sempre o carinho e o respeito dos torcedor que está na arquibancada. Na verdade, Walsh é uma espécie de Michael Phelps ou Usain Bolt: dispensa nacionalidade. Seria, no mínimo, estranho ver o pódio olímpico sem ela.

Talvez, o tão sonhado ouro, que não veio ontem, venha com Alison/Bruno Schmitd hoje. Assim como o Àgatha/Bárbara, foram campeões do Campeonato Mundial ano passado e podiarão na Olimpíada do Rio. 

Podem ser ouro? Sim. Podem terminar com a prata? Sim também. Como disse a um amigo nesta semana, precisamos mudar o conceito de que somente o ouro serve. Talvez, a partir daí consigamos avançar um pouco na nossa cultura esportiva e nas colocações do quadro de medalhas. 

Para quem não acompanha vôlei de praia e não conhecia Àgatha/Bárbara, elas se apresentaram muito bem aos brasileiros. Para quem acompanha, saltar do primeiro ouro em Circuito Mundial para uma prata olímpica, em apenas dois anos, é algo que supera qualquer tipo de dor. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Desde 2004, Brasil não tinha duplas nos dois naipes da decisão olímpica; duplo ouro é inédito (Foto: FIVB)

Pelo horário da partida, iniciada por volta das 23h59 e finalizado por volta de 1h da manhã, pode parecer sonho, mas Àgatha/Bárbara Seixas conseguiram o maior feito do vôlei de praia nestes Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro até aqui: derrotaram Walsh/Ross, por 2 sets a 0, e garantiram vaga na final feminina do torneio, doze anos após Adriana/Shelda disputarem a decisão de Atenas 2004, justamente contra Walsh, que na época jogava com May.

Muitos poderão dizer que o resultado foi inesperado. E não deixa de ser. Mas, por si só, as parciais mostram a superioridade das brasileiras: 22/20 e 21/18, naquela que foi, para muitos, a melhor atuação da história do time "número 2" do país.

Pode parecer apropriação de um resultado favorável, mas, mais cedo, logo após a derrota de Larissa/Talita, cheguei a tweetar no perfil do Primeiro Set: Àgatha/Bárbara poderiam fazer história. Diferente de Larissa/Talita, que carregavam o peso do favoritismo, a dupla podia entrar solta em quadra, como vinha acontecendo nas partidas anteriores. Mesmo jogando mais alegres, Àgatha/Babi não perderam o foco, jogando sempre com muita segurança e concentração.

Diante de tal feito, a pressão desta noite, dia da disputa pelo ouro, deve ser bem maior do que nos dias anteriores. Mas a fala de Bárbara à assessoria da CBV ao final da partida mostra o quanto o trabalho vem sendo consistente também no lado psicológico: "(..) Foi muito importante, histórico, mas temos que virar essa chave, nos prepararmos demais. As alemãs são um time muito perigoso. Não venceram nossa outra dupla brasileira, uma das mais fortes do mundo, por acaso."

No histórico dos duelos, Ludwig/Walkenhorst são superiores. Enquanto as alemãs venceram quatro partidas, as brasileiras só conseguiram um resultado positivo. Ou seja, vitória europeia e prata brasileira não será uma "amarelada" verde-amarela. No entanto, pela caminhada até aqui, Àgatha/Bárbara podem sim, 20 anos depois, dar o segundo ouro para vôlei de praia feminino.

Larissa/Talita disputam o bronze, contra Walsh/Ross. E aí vem a imprevisibilidade do esporte: para muitos, este seria o confronto pela medalha do ouro. Curiosamente, um destes dois times acabará em quarto lugar, sem nenhuma medalha.

Independente do resultado, vejo esse torneio olímpico como o mais incrível dos últimos tempos: as quatro duplas que lideram o ranking internacional chegaram às semifinais e brindaram o torcedor com muitos sentimentos: alegria, tristeza, incredulidade, encantamento. Os últimos capítulos dessa história começam às 23h desta quarta. Que os deuses olímpicos façam eles serem coloridos de verde-amarelo ;)

Segunda final de Alison e estreia de gala para Bruno "Mágico"

Embora Pedro Solberg/Evandro tenham ficado pelo caminho, numa "injustiça" olímpica, no meu humilde entendimento, o Brasil também se vê representado na decisão.

Depois de fazerem uma semifinal duríssima, de 2 sets a 1 (21/17, 21/23, 16/14), contra os holandeses Brouwer/Meeuwsen, Alison/Bruno Schmitd seguiram no que se previa. A partir de 23h59 desta quinta (18), disputam o ouro contra os italianos Nicolai/Lupo.

Curiosamente, Bruno "Mágico" Schmitd estreia em Olimpíadas já chegando à decisão olímpica, assim como acontecia com Alison "Mamute", há quatro anos, nos Jogos de Londres. Outra curiosidade: do alto de seus modestos 1,85m, o sobrinho de Oscar Schmitd pode, já de cara, conquistar a medalha que o tio não conseguiu em cinco participações olímpicas.

Diferente do feminino, longe das últimas duas decisões pelo ouro, o vôlei de praia masculino do Brasil mantém uma sequência de cinco finais consecutivas, iniciada em 2004, com Ricardo/Emanuel.

Por tudo que se viu em Copacabana desde o dia 6 de agosto, apontar favoritos é roleta-russa. Mas, como grande torcedora desses times brasileiros, não posso deixar de acreditar num duplo ouro verde-amarelo, algo inédito para o Brasil.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Alison chega na 2ª semifinal consecutiva e elimina campeão olímpico dos EUA
Depois da classificação de Larissa/Talita e Àgatha/Bárbara Seixas para as semifinais das Olimpíadas do Rio, Alison/Bruno Shcmitd também deram mais um importante passo rumo ao ouro olímpico. Acredito que o passo mais difícil até aqui.

Em partida disputada na tarde desta segunda-feira (15), os brasileiros venceram Dalhausser, campeão olímpico em Pequim 2008, e Lucena, por 2 sets a 1 (21/14, 12/21, 15/9), eliminando a única dupla norte-americana que ainda se mantinha viva na competição, e garantindo vaga brasileira entre os quatro melhores do torneio olímpico.

O próximo passo rumo à final olímpica em casa será nesta terça, contra os holandeses Brouwer/Meeuwsen, campões mundiais em 2013, que derrotaram os compatriotas Nummerdor/Varenhorst, vice-campeões mundiais ano passado, derrotados justamente por Alison/Bruno. A partida será às 17h, logo após o duelo entre Larissa/Talita contra as alemãs Ludwig/Walkenhorst.

Tão importante quanto o resultado em si, a partida de hoje dá uma moral ainda maior para o time brasileiro, que podia perfeitamente ter Dalhausser/Lucena como adversários da decisão. Com a derrota do time dos Estados Unidos, os americanos somam duas Olimpíadas sem pódio no masculino.

Já o Brasil de Alison pode novamente medalhar. Em 2012, o "Mamute" foi prata, ao lado de Emanuel. E Bruno "Mágico", sobrinho do "Mão Santa" Oscar, pode curiosamente, do alto dos seus 1,85m, dar a primeira medalha olímpica para a família Schmitd.

Embora os adversários mais difíceis, pelo menos em teoria, terem sido deixados para trás, o caminho até o ouro ainda é longo. Mas dá para acreditar!

Atualizada às 12h17

Após dezesseis anos, o Brasil terá duas duplas de vôlei de praia entre as quatro melhores de uma Olimpíada. A última vez do feito foi nos Jogos de Sidney 2000, quando Adriana Behar/Shelda terminaram com a prata e Adriana Samuel/Sandra Pires foram bronze.

Com as vitórias de Larissa/Talita e Àgatha/Bárbara Seixas, que neste domingo (14) passaram as semifinais, eliminando suíças e russas, seguem vivas também as chances de uma decisão 100% brasileira, tal como aconteceu há 20 anos, quando Jaqueline/Sandra Pires e Mônica/Adriana Samuel decidiram o ouro em Atlanta 1996.

Na pior das hipóteses, com derrota dos dois times na partida que vale vaga para a final, o Brasil terá um cruzamento de compatriotas na disputa pelo bronze, garantindo a medalha e repetindo o feito de Londres 2012, quando Juliana/Larissa terminaram em 3º.

Por outro lado, pensando muito positivamente, as duplas podem chegar a uma decisão entre compatriotas, jogando justamente no Brasil.

Não é impossível, mas o caminho para uma decisão caseira é muito complicado e dependerá de uma atuação quase impecável dos dois times. Àgatha/Bárbara terão pela frente a tricampeã olímpica Kerri Walsh e sua parceira April Ross, prata em Londres. Ontem, as americanas bateram a Austrália com muita facilidade, chegando à quinta vitória em cinco jogos disputados até aqui. Enquanto sobra experiência para as americanas em competições olímpicas, Àgatha/Bárbara debutam em Jogos Olímpicos. Mesmo assim, a classificação para as semifinais mostrou que o time "número 2" do Brasil, que detém o título do Campeonato Mundial, conquistado na Holanda ano passado, está focado, bem treinado e com uma preparação física e psicológica muito forte.

Já Larissa e Talita, que já têm três Olimpíadas no currículo, disputadas com parceiras diferentes, chegam com mais expertise. O duelo que pode colocar a parceria na final será contra as perigosas alemãs Ludwig/Walkenhorst, atuais campeãs europeias e campeãs do Circuito Mundial 2016 por antecipação. Vale lembrar que Larissa venceu Ludwig em 2012, em partida válida pelas quartas de final dos Jogos britânicos.

Os dois confrontos acontecem nesta terça, às 16h, com Larissa/Talita e Ludwig/Walkenhorst. Às 23h59, Àgatha/Babi pegam as americanas. A disputa pelo bronze e pelo ouro será na quarta, a partir das 22h.

Quatro duplas, justamente as quatro primeiras do ranking internacional e estimativas dificílimas de serem calculadas. Além da técnica e do fator físico, o coração pode ser muito importante nesses confrontos.

Alison/Bruno x Lucena/Dalhausser

Entre os homens, Alison/Bruno Schmitd, único time brasileiro ainda vivo na Olimpíada, terão hoje um grande desafio pela frente. Às 16h, encaram os americanos Lucena/Dalhausser. Se vencerem, chegam nas semifinais, tendo com adversários ou Nummerdor/Varenhorst ou Brouwer/Meeuwsen, ambos times da Holanda.

Uma coisa é certa: estes estão sendo os Jogos Olímpicos mais equilibrados dos últimos anos no vôlei de praia. É só pedreira, meus amigos!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Mesmo com apenas uma vitória, Pedro/Evandro também avançaram
Atualização: 1h02

Para quem esperava uma fase de grupos relativamente fácil para as duplas de vôlei de praia do Brasil nos Jogos Rio 2016, os resultados foram bem mais apertados do que o previsto. Exceto Larissa/Talita, que passaram com três vitórias em três jogos, as outras três parcerias encontraram algumas pedras no caminho até às oitavas de final.

Àgatha/Bárbara Seixas e Alison/Bruno Schmitd, com duas vitórias e uma derrota, não conseguiram avançar como primeiros de seus respectivos grupos, mas não tiveram uma caminhada tão sofrida quanto Pedro Solberg/Evandro, que só garantiram a classificação no terceiro e decisivo jogo, no tie-break.

Para avançar, os cariocas, estreantes em Jogos Olímpicos, tiveram que vencer os letões Smedins (medalhista de bronze, em Londres) e Samoilovs, um da duplas favoritas ao pódio olímpico. Com a derrota, os campeões do evento-teste, realizado em setembro do ano passado, terminaram em último lugar da fase classificatória, dando adeus precocemente à competição.

Outra prova da dificuldade do torneio foi a eliminação dos norte-americanos Gibb/Patterson, últimos colocados do Grupo F. Os espanhóis Herrera/Gavira e Jefferson, brasileiro que defende o Catar, e seu parceiro Cherif foram os classificados.

Treinados pelo ex-jogador Eduardo Garrido, os primos Marco e Esteban Grimalt, que contaram com bom apoio do torcedor brasileiro e de muitos chilenos que estão no Brasil, terminaram na última colocação do Grupo E.

Entre as mulheres, outra baixa norte-americana: Frendrick/Sweat, que estavam no grupo A, de Larissa/Talita, deram adeus aos Jogos com três derrotas em três partidas.

Com as definições de momento, Àgatha/Bárbara Seixas enfrentarão as chinesas Wang/Yue já nesta sexta. Pedro/Evandro, que devem ganhar moral com a vitória obtida nesta quinta-feira (12), encaram os russos Liamin/Barsuk. Teoricamente, Alison/Bruno Schmitd farão o jogo mais difícil, tendo pela frente os espanhóis Herrera/Gavira. Já Larissa/Talita duelarão contra as alemãs Borger/Büthe.

Ou seja, para quem achava que uma Olimpíada no Brasil seria com chances claras - e fáceis - de medalhas, os cruzamentos, e o nível técnico muito equilibrado entre os times, mostram que o caminho até o pódio será bem duro.


domingo, 10 de julho de 2016


Ouro em Gstaad foi o primeiro de Pedro/Evandro no Circuito Mundial 2016
Ouro em Gstaad foi o primeiro de Pedro/Evandro no Circuito Mundial 2016
No último torneio antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Brasil foi duplamente ouro no Major Series de Gstaad, na Suíça. E com duas conquistas sobre duplas dos Estados Unidos. No duelo feminino, Larissa/Talita levaram a melhor sobre Walsh/Ross, na decisão disputada neste sábado (9). Já Pedro Solberg/Evandro superaram Dalhausser/Lucena neste domingo (10).

Com os dois títulos, o Brasil garantiu, pela primeira vez na temporada, dois ouros em etapas disputadas fora do país. Áté então, o país havia conquistado uma dobradinha em Vitória, com Alison/Bruno Schmidt e Larissa/Talita, e outra em Fortaleza, com Duda/Elize Maia e Oscar/André Stein. 

Mostrando ampla superioridade, Larissa/Talita quase não encontraram dificuldades para vencer uma das duplas mais favoritas ao ouro no Rio de Janeiro. Ao final, 2 sets a 0 (21/18, 21/14) e 3 a 1 para o Brasil no confronto direto entre o time número 1 brasileiro contra o time número 1 norte-americano. Solberg/Evandro tiveram um primeiro set mais difícil contra Dalhausser/Lucena, finalizado em apenas 22/20, mas depois acabaram tendo uma parcial mais tranquila, 21/16, fechando o set e a partida, em 41 minutos. Agora a disputa entre os dois times está empatada com um triunfo para cada lado.

Alison/Bruno Schmitd, campeões do Major de Porec na última semana, foram derrotados por Álvaro Filho/Vitor Felipe nas oitavas de final, encerrando o torneio na 9ª colocação. Ágatha/Bárbara Seixas, segundo time feminino nos Jogos do Rio, abriram mão da etapa.

Os letões Smedins/Samoilovs e as alemãs Ludwig/Walkenhorst completaram os pódios.

Definição dos grupos olímpicos 

Ainda em Gstaad, foram definidos os seis grupos de cada naipe da competição.

Cabeça de chave 1, Larissa/ Talita estão no grupo A, ao lado das polonesas Brzostek/Kolosinka, das norte-americanas Fendrick/Sweat e de um país classificado pela repescagem mundial (Áustria, Rússia ou Ucrânia). Já Ágatha/Bárbara Seixas, cabeças de chave do grupo B, enfrentam as espanholas Liliana Fernandez/Elsa Baquerizo, as argentinas, atuais campeãs pan-americanas Ana Gallay e Georgina Klug e o segundo país classificado na repescagem mundial (China, Vanuatu ou República Tcheca).

Entre os homens, Alison/Bruno Schmidt terão pela frente os italianos Ranghieri/Carambula, os austríacos Doppler/Horst e um país classificado da repescagem mundial (Canadá, China ou Venezuela) no grupo A. Pedro/Evandro, cabeças de chave 4, enfrentarão no grupo D os letões Smedins/Samoilovs, os canadenses Saxton/Schalk e os cubanos Diaz/Gonzalez, naquele que deve ser o grupo mais difícil das duplas brasileiras na primeira fase da competição.

O brasileiro Jeferson, que defenderá o Catar, está no Grupo F, ao lado dos americanos Gibb/Patterson, dos espanhóis Herrera/Gavira e dos austríacos Huber/Seidl. Confira todos os grupos:

TORNEIO FEMININO

Grupo A
Larissa/Talita (BRA)
Brzostek/Kolosinka (POL)
Fendrick/Sweat (USA)
Repescagem Mundial - Áustria, Rússia ou Ucrânia

Grupo B
Ágatha/Bárbara Seixas (BRA)
Liliana Fernandez/Elsa Baquerizo (ESP)
Ana Gallay/ Georgina Klug (ARG)
Repescagem Mundial - China, Vanuatu ou República Tcheca

Grupo C
Walsh Jennings/Ross (EUA)
Forrer/Vergé-Dépré (SUI)
Wang/Yue (CHN)
Artacho Del Solar/Laird (AUS)

Grupo D
Ludwig/Walkenhorst (ALE)
Menegatti/Orsi Toth (ITA)
Broder/Valjas (CAN)
Elghobashy/Nada (EGI)

Grupo E
Pavan/Bansley (CAN)
Borger/Büthe (ALE)
Heidrich/Zumkehr (SUI)
Van Gestel/Van der Vlist (HOL)

Grupo F
Meppelink/Van Iersel (HOL)
Bawden/Clancy (AUS)
Alfaro/Charles (CRC)
Pazo/Agudo (VEN)

TORNEIO MASCULINO

Grupo A
Alison/Bruno Schmidt (BRA)
Ranghieri/Carambula (ITA)
Doppler/Horst (AUT)
Repescagem Mundial - Canadá, China ou Venezuela

Grupo B 
Brouwer/Meeuwsen (HOL)
Losiak/Kantor (POL)
Böckermann/Flüggen (ALE)
Repescagem Mundial - Bélgica, Rússia ou México

Grupo C
Lucena/Dalhausser (EUA)
Nicolai/Lupo (ITA)
Virgen/Ontiveros (MEX)
Naceur/Belhaj (TUN)

Grupo D
Pedro Solberg/Evandro (BRA)
Samoilovs/Smedins (LET)
Saxton/Schalk (CAN)
Diaz/Gonzalez (CUB)

Grupo E
Nummerdor/Varenhorst (HOL)
Semenov/Krasilnikov (RUS)
Fijalek/Prudel (POL)
Marco Grimalt/Esteban Grimalt (CHI)

Grupo F
Gibb/Patterson (EUA)
Herrera/Gavira (ESP)
Huber/Seidl (AUT)
Jefferson/Cherif (QAT)

PS: No fim de semana perfeito para o vôlei do Brasil, a seleção feminina garantiu também mais um título para a modalidade, ao vencer os Estados Unidos por 3 sets a 2. Com isso, o país chegou ao 11º título da competição, aumentando ainda mais a distância para as americanas, que seguem com seis conquistas.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Vizinha de Copacabana, Niterói recebe retomada das competições
"Vizinha" de Copacabana, Niterói recebe retomada das competições
A partir desta sexta-feira (28) o tão sonhado - e aclamado - ano olímpico começa efetivamente para o vôlei de praia brasileiro. A primeira competição do ano, válida pela temporada 2015/16 do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, será disputada na Praia de Icaraí, em Niterói.

Chegando à sexta etapa, de um total de oito, a disputa nacional tem como líderes as duplas olímpicas Alison/Bruno Schmitd e Larissa/Talita, com 1.560 e 1.920 pontos, respectivamente. Na segunda colocação de cada um dos naipes aparecem Guto/Saymon, a apenas 40 pontos de Alison/Bruno, e Duda/Elize Maia, que somam 1.560 pontos.

Além de definir os campeões da temporada, e servir de aquecimento para as etapas do Circuito Mundial, as próximas etapas brasileiras também marcam o início de novas parcerias. Já distantes das Olimpíadas, Juliana e Maria Elisa, parceiras nos últimos três anos, passam a ser concorrentes: enquanto Ju fará dupla com Taiana, Maria Elisa agora será parceira de Lili.Carol Horta, que fazia dupla com Lili, por sua vez, jogará ao lado da jovem Ana Patrícia.

Entre os homens, Thiago/Pedro Cunha, disputam o segundo torneio de retorno da dupla, campeã brasileira em 2010, que voltou às atividades em Bauru, no fim de 2015.

As baixas do torneio são Àgatha/Bárbara Seixas e Pedro Solberg/Evandro, que resolveram estender a pré-temporada. Confira abaixo a relação de todas as duplas participantes:

Masculino: Alison/Bruno Schmidt, Guto/Saymon e Thiago/Pedro Cunha o torneio masculino terá as duplas formadas por Hevaldo/Bruno, Luciano/Márcio Araújo, Ricardo/Emanuel, Álvaro Filho/Vitor Felipe, Allison Francioni/Vinícius, Jô/George, Oscar/André Stein, Eduardo Davi/Arthur Lanci, Léo Gomes/Bernat, Marcus/Léo Vieira, Bernardo Lima/Rodrigo Saunders, Benjamin/Daniel Souza, Anderson Melo/Nilton.

Feminino: Larissa/Talita, Duda/Elize Maia, Juliana/Taiana, Lili/Maria Elisa, Val/Josi, Rachel/Ângela, Izabel/Camila, Thati/Renata, Neide/Rebecca, Ana Patrícia/Carol Horta, Andrezza/Naiana, Tainá/Andressa, Danielle/Érica Freitas, Flávia/Amanda, Pauline/Fernanda Nunes e Bruna/Semírames.

Todos os jogos da quadra central terão transmissão pelo site da CBV e, as decisões, que acontecerão na manhã de domingo, serão televisionadas pelo Sportv.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Competição, que será disputada em Copacabana, é grande aposta brasileira
O vôlei de praia viveu um 2015 espetacular. No mesmo ano, as duplas brasileiras, masculinas e femininas, foram campeãs do Circuito Mundial, da Copa do Mundo - torneio que só perde para as Olimpíadas em termos de importância - e do Word Tour Finais, que reuniu as melhores equipes do ano ao término da temporada internacional. 

Por tudo isso, a modalidade se credencia como forte candidata aos ouros dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No feminino, Larissa/Talita formam o super time, considerado por muitos o melhor da atualidade. Com maior pontuação entre as duplas nacionais no Circuito Mundial em 2015, foram o primeiro time do país a garantir classificação matemática para as Olimpíadas, ainda na etapa da Polônia. Com três participações olímpicas cada, as atletas têm ampla bagagem na principal competição esportiva do planeta. 

Àgatha/Bárbara Seixas, atuais campeãs do tour internacional e da Copa do Mundo, foram a grande surpresa da temporada passada. Na disputa pela segunda vaga olímpica, e até então com somente um ouro em etapas mundiais até 2014, voaram em 2015. Venceram títulos que, na teoria, eram dados como certos para Larissa/Talita, e não tiveram como deixar de ser convocadas pela CBV para defender o Brasil em 2016.

Entre os homens, Alison superou duas forçadas paradas das areias - a primeira por conta de uma lesão no joelho e a segunda devido à retirada do apêndice - e Bruno Schmitd viveu o grande ano de sua carreira, sendo eleito pela FIVB o melhor atleta da modalidade, mesmo com 1,85m, tamanho bem aquém dos padrões de seus adversários. Campeões da Copa do Mundo, do Circuito Mundial e do Word Tour Finais, assim como Larissa/Talita, lideraram a corrida olímpica e se garantiram nas areias de Copacabana pela pontuação conquistada.

E por fim, mesmo no "improviso", Pedro Solberg/Evandro conseguiram o encaixe perfeito. Bloqueador de ofício, o filho da ex-jogadora Isabel aceitou fazer o papel de defensor e junto com o parceiro de 2,10m forma o poderoso segundo time masculino do país. Bronze na Copa do Mundo e vice-campeões da temporada mundial, acabaram desbancando os lendários Ricardo/Emanuel no preenchimento da segunda vaga brasileira em 2016.

Quatro times que não conquistaram títulos e medalhas por acaso. Quatro times muito fortes, que, jogando em casa, contarão com o apoio da torcida brasileira, que, teoricamente, deve ser um baita ponto positivo.

Mas quatro times que viverão toda a pressão de carregar as cores do país-sede das Olimpíadas. Pressão que deve partir da imprensa, do torcedor, dos familiares, dos patrocinadores e de toda uma cultura contemplativa ao ouro, única medalha admissível para brasileiros.

Se conquistarem o título, 20 anos após a inserção do vôlei de praia como modalidade olímpica, podem garantir o feito inédito de ver a bandeira brasileira tremular no alto do pódio, nos dois naipes, numa mesma edição de Jogos. Até então, os americanos Todd Rogers/Phil Dalhausser e Kerri Walsh/Misty May são os únicos responsáveis pelo feito, na Olimpíada de Pequim 2008.

Vencendo, o vôlei de praia feminino do Brasil conquista seu segundo ouro na história da competição, justamente 20 anos após o título de Jacqueline/Sandra. Já entre os homens, também poderemos chegar ao bi-campeonato, 12 anos após Ricardo/Emanuel serem ouro em Atenas 2004.

Caso tudo corra dentro do esperado, a vôlei de praia, somando ao de quadra, pode seguir lutando medalha a medalha contra o judô, como uma das modalidades que mais oferece ouro ao Brasil em Olimpíadas. Mas, caso algo saia do controle, pode ser também uma das grandes decepções dos "apostadores olímpicos".

Restando oito meses, muitas etapas e bastante treinamentos pela frente, ainda é difícil prever se a modalidade será mocinha ou vilã em 2016. Com um caminho aparentemente fácil pela frente, as medalhas podem vir naturalmente. Como a carruagem também pode se transformar em abóbora ao longo da história. Até lá, vamos discutindo, detalhe por detalhe, etapa por etapa, qual será o possível desfecho dessa trajetória.

Bem-vindo, 2016! Chegue bem, fique bem e - tomara - que termine bem! 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ouro e prata para o Brasil foi o ponto alto da etapa carioca (Foto: FIVB)
Se o Brasil deseja medalhas para as duplas brasileiras, boa estrutura e arquibancadas lotadas nas Olimpíadas Rio 2016, podemos dizer que a etapa Open Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, válida como evento-teste para as Olimpíadas Rio 2016, foi praticamente tudo aquilo se projeta para o próximo ano.

Salvo algumas questões, como uma final masculina entre Alemanha e Letônia, algo bem fora da meta em função do bom momento vivido por Alison/Bruno Shcmitd e por um início de temporada muito forte de Pedro Solberg/Evandro. Em 4º e 9º lugar, respectivamente, as duplas foram elimanadas por brasileiros que também projetam os Jogos Olímpicos, mas somente para 2020.

Surpreendentemente, Guto/Saymon, de 22 e 21 anos, e com cerca de dois meses de formação, foram o Brasil no pódio. Os garotos, que já haviam vencido Alison/Bruno na final da primeira etapa do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, em Brasília, eliminaram Solberg/Evandro nas oitavas e não se intimidaram na partida que definiu o bronze.

A dupla só não conseguiu bater os fortíssimos Smedins/Samoilovs, que venceram a etapa e que são uma das minhas grandes apostas para o pódio olímpico do próximo ano.

Ricardo/Emanuel encerraram a série de etapas classificatórias sem chegar em um único pódio. Em Copacabana, terminaram em 9º e só terão a vaga olímpica caso a CBV utilize um critério muito duvidoso na escolha do segundo time brasileiro.

Ouro e prata, tal como em 1996

Se entre os homens o script foi um pouco diferente do que se busca para 2016, no feminino tudo aconteceu como se espera.

Talita/Larissa confirmaram o favoritismo e chegaram ao sexto título em oito etapas mundiais disputadas pela dupla este ano. Àgatha/Bárbara Seixas, que, segundo elas próprias, jogaram acreditando ser a segunda parceria representante do Brasil nos Jogos, também tiveram desempenho dentro do imaginado.

Em uma final muito equilibrada, cujo primeiro set só foi terminado em 32 a 30, ficou provado de que os times são os dois melhores do cenário atual da modalidade.

Caso seja permitida pelos organizadores, a decisão 100% brasileira é sim uma chance real.

Juliana/Maria Elisa, derrotadas pelas holandesas Meppelink/Val Iersel na decisão do bronze, deram declarações aceitando a condição de terceira dupla do país. No entanto, Juliana lembrou do episódio envolvendo ela mesmo em Pequim 2008, quando a pouco mais de dois meses para as Olimpíadas, uma lesão mudou completamente o rumo da competição. Por este raciocínio, sua participação em 2016 somente seria possível em um eventual problema físico de Larissa/Talita e Àgatha/Bárbara.

Walsh, que vem sofrendo com um problema no ombro, seguiu sacando por baixo durante as partidas, e novamente ficou abaixo do seu potencial, obtendo um modesto 9º lugar.

Fora das quadras

Criticado pela maioria dos jogadores, a tabela de sábado, com jogos das oitavas, quartas de finais e semifinais disputados entre 8h e 17h, não será parâmetro para 2016, quando cada partida será em um dia diferente.

Em termos de arquibancadas, que comportou cerca de 2.500 espectadores, a realidade também será outra, com aproximadamente 12 mil presentes a cada jogo.

De forma geral, excluindo as colocações masculinas, que também não serve de parâmetro, o evento foi aprovado e se aproxima do que todos querem ver nas areias de Copacabana do próximo ano.

domingo, 30 de agosto de 2015

Além da vaga, duplas foram ouro na Polônia (Fotos: FIVB)
Em pouco mais de um ano, eles conquistaram o objetivo traçado: garantir a vaga nas Olimpíadas Rio 2016. Com os resultados da oitava e penúltima etapa classificatória brasileira para os Jogos, o Grand Slam de Olsztyn, na Polônia, Larissa/Talita e Alison/Bruno Schmitd garantiram antecipadamente a pontuação que dá a eles a liderança da corrida olímpica e a classificação assegurada.

Na sexta-feira(28), com a vitória sobre as canadenses Valjas/Broder por 2 sets a 0 (21/16 e 21/15), Larissa/Talita chegaram aos 4.600 pontos, pontuação impossível de ser alcançada por Ágatha/Bárbara Seixas, única parceria que ainda tinha chances matemáticas de alcança-las.

Já garantidas em 2016, a dupla encerrou a passagem pela Polônia com o ouro, após derrotarem as holandesas Meppelink/Van Iersel por 2 sets a 0 (21/12, 25/23), no dia do aniversário de Talita.

Aos 33 anos, a sul-mato-grossense disputará sua terceira Olimpíada. Diferente dos últimos ciclos olímpicos, desta vez classificou-se como primeira dupla do Brasil e também pela primeira vez vê como reais as chances ao ouro. Aos 34, que serão completados em abril, Larissa também passará a somar três participações olímpicas no currículo. Bronze em Londres, e sempre tida como favorita ao título, poderá enfim confirmar as previsões.

"Mamute" de novo e Bruno Schmitd debutando

Emplacando uma série de cinco torneios vencidos consecutivamente, Alison/Bruno Schmitd, que passaram a jogar juntos no início de 2014, também precisaram de pouco mais de um ano para chegar ao objetivo.

Assim como Talita/Larissa, a vitória nas quartas, sobre os letões Smedins/Samoilovs por 2 sets a 0 (21/12, 21/19) deu a eles a classificação matemática.

Sem perder a batida, a dupla chegou até a decisão de Olsztyn, vencendo os norte-americanos Gibb/Patterson por 2 sets a 0 (21/10, 21/15) com bastante facilidade.

Esta será a segunda Olimpíada do "mamute", prata ao lado de Emanuel em Londres e primeira de Bruno Schmitd, jogador que, desde 2013, ainda ao lado de Pedro Solberg, foi o atleta que mais se destacou neste ciclo olímpico.

Com Alison/Bruno assegurados, a CBV terá uma grande dor de cabeça: oferecer a segunda vaga masculina para Pedro Solberg/Evandro, que não podem mais ser ultrapassados por Ricardo/Emanuel, independente do resultado da próxima etapa, ou convocar os campeões olímpicos de 2004, que aparecem somente na terceira colocação brasileira, e que não estiveram no pódio em nenhuma das oito competições até aqui?

Open Rio

A derradeira etapa da corrida olímpica será justamente em casa, com o Open do Rio de Janeiro, disputado já a partir de terça (2).

Com Talita/Larissa e Alison/Bruno Schmitd garantidos em Copacabana em 2016, restará saber quais parcerias vão representar o time número dois do país. Atuais campeãs mundiais e vice-líderes da disputa brasileira, Àgatha/Bárbara Seixas devem estar nos Jogos. Já no masculino, como já escrevi, o suspense é um pouco maior.

Na próxima postagem aqui no blog, tem uma promoção bem bacana, feita em parceria com a Olympikus, para marcar este Open do Rio, que também será evento-teste para Rio 2016.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Após 11 anos, Copacabana volta a receber uma etapa de C. Mundial
O Rio de Janeiro, mais precisamente a praia de Copacabana, será palco da etapa brasileira do Circuito Mundial 2015. O evento também servirá de teste para as Olimpíadas, que receberá as partidas de vôlei de praia no mesmo local. A informação foi confirmada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) nesta quarta-feira (18), um dia após o Comitê Rio 2016 divulgar o calendário com todos os eventos-testes dos Jogos.

Com isso, a informação inicial de que o Brasil estaria fora do calendário internacional, pela primeira vez nos 28 anos de disputa do Circuito Mundial, não se confirma. A própria assessoria da CBV havia confirmado a desistência de receber uma etapa durante o torneio "Melhores do Mundo de Vôlei de Praia - Brasil x USA, disputado há três semanas, no Rio de Janeiro. O fator financeiro seria o principal dificultador.

O próprio evento-teste do vôlei de praia também chegou a ser descartado, mas, ao que parece, CBV, Federação Internacional e Comitê Organizador 2016 chegaram a um denominador comum.

Após passar por cidades como Vitória, Fortaleza, Brasília e Bauru, Copacabana, berço do vôlei de praia, volta a receber uma etapa internacional, algo que não acontecia há 11 anos. A última vez foi em 2004, quando as brasileiras Ana Paula/Sandra Pires e os alemães Markus Dieckmann/Jonas Reckermann sagraram-se campeões.

Com 19 etapas confirmadas até o momento, o World Tour 2015 terá início no dia 21 de abril, em Fuzhou, na China.

Vale lembrar que a dupla brasileira mais bem colocada no ranking internacional deste ano, tanto masculina quanto feminina, já terá vaga garantida nas Olimpíadas.

Foto: Divulgação/CBV

quinta-feira, 5 de março de 2015

Título brasileiro entre duplas e países. Foto: Maurício Kaye
Foram quatro dias de muito sol, calor e predomínio brasileiro nas areias de Copacabana. Jogando no mesmo palco dos jogos de vôlei de praia na Olimpíada do próximo ano, Larissa/Talita e Pedro Solberg/Evandro deram o ouro ao Brasil.

Enquanto Larissa/Talita  derrotaram Fompa/Summer Ross, quarto time norte-americano, Pedro/Evandro superararam Tri/Hyden.

No placar geral da disputa entre países, também melhor para o Brasil, que venceu por 30x13.

Algumas surpresas foram a eliminação precoce da parceria Dalhausser/Rosenthal, com apenas uma vitória em quatro jogos disputados, assim como a saída de Ricardo/Emanuel, que também não passaram da fase classificatória, do excelente desempenho de Thiago e da boa partida de Ágatha/Bárbara contra Walsh/April Ross na decisão do bronze.

É claro que o fator calor x má preparação física dos americanos pesou. Evidente que disputar o primeiro oficial de 2015, debaixo de um sol carioca de meio dia, traria complicações para quem não estivesse acostumado ao verão do Rio de Janeiro.

Por outro lado,a adaptação natural às altas temperaturas e o preparo físico melhor, em função das duas etapas de Circuito Brasileiro já realizadas em 2015, também favoreceu muito o bom aproveitamento brasileiro. Além do fator arquibancada, que empurrou as parcerias em momentos complicados durante as partidas.

Já pensando em Olimpíadas: certamente, a motivação será completamente outra em 2016 e o time americano deve apresentar um volume de jogo totalmente diferente do visto nos quatro dias de “Melhores do Mundo”. Mas, como muito bem destacou a Talita após a partida, a possibilidade de disputar partidas em Copacabana, contra potenciais adversários olímpicos, com o torcedor conhecendo e apoiando os representantes nacionais, foi o grande trunfo do torneio.
Ainda sem data definida, o evento-teste do vôlei de praia também deverá ajudar a fortalecer a parceria entre jogadores e torcedores cariocas.

Obviamente, o resultado não será parâmetro para os Jogos Olímpicos.

Mas, já que a participação em 2016 dependerá do bom retrospecto em 2015, o torneio valeu a pena. Em abril, com a abertura do Circuito Mundial, será oficializada a contagem de pontos para a escolha das duas duplas de cada naipe que nos representarão em Copacabana. Como prometido pela CBV, a dupla masculina e feminina melhor ranqueada até dezembro na competição internacional terá a vaga assegurada automaticamente. Portanto, o primeiro passo foi dado para achar o caminho das pedras para vencer os norte-americanos nas etapas mundo afora.

Já as outras duas parcerias serão escolhidas pela entidade, sem critério definido. Fazer bonito, vencendo partidas, cativando o público e chamando a atenção da CBV, também pesa muito no recebimento do convite para os Jogos do Rio.

Talvez, o que tenha ficado claro para mim é que, caso não aconteça nenhuma tragédia, Larissa/Talita é a parceria com o pé mais dentro da Vila Olímpica. Juliana/Maria Elisa, mesmo atuais campeãs mundiais e participantes dos Jogos de Londres, terão uma boa briga com Ágatha/Bárbara e talvez Maria Clara/Carol.

Pelo masculino, a briga é completamente aberta. Nem mesmo Ricardo/Emanuel, com ouro, prata e bronze na bagagem, estão garantidos.

Mas, como falta um ano e cinco meses para os Jogos, o jeito é acompanhar o dia a dia da modalidade. Amanhã, por exemplo, os times voltam às quadras para a etapa de Recife. Depois Salvador e depois Circuito Mundial, Campeonato Mundial, Jogos Pan-americanos. É o clima gostoso das Olimpíadas deixando ainda mais competitivo o vôlei de praia.

Abaixo, um vídeo muito bacana, com a execução do hino brasileiro em Copacabana.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Com quatro etapas disputadas, Larissa conquistou dois títulos.
A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) divulgou nesta segunda-feira (26) a lista dos melhores atletas da temporada 2014 do Circuito Mundial de Vôlei de Praia.

E o Brasil foi representado por cinco brasileiros: Larissa, Talita, Juliana, Maria Elisa, Bruno e Emanuel.

Mesmo tendo disputado menos da metade do tour internacional, Larissa foi a única representante nacional a obter dois títulos individuais: o de melhor levantadora e o de melhor defensora.

Juliana/Maria Elisa, campeãs da temporada, receberam o prêmio de "Dupla do ano". Já Talita ficou com o troféu de "Melhor Cortada" e Juliana o de "Personalidade Esportiva".

Pelo masculino, Bruno Schmitd foi eleito o melhor defensor e Emanuel foi considerado o "Esportista do Ano". A dupla masculina do ano foi Smedins/Samoilovs, da Letônia, que fechou o ano como campeã mundial.

Além dos letões, a suiça Tanja Huberli, a alemã Karla Borger, a canadense Melissa Humana-Parade e o veterano Paulo Nicolai, da Itália, foram os únicos fora do eixo Brasil-Estados Unidos.

Confira os premiados em todas as categorias:

Feminino
"Melhor Jogadora do Mundo" - Kerri Walsh Jennings (EUA)
"Melhor Bloqueio" - Kerri Walsh Jennings (EUA)
"Melhor Defensora" - Larissa França (Brasil)
"Melhor Cortada" - Talita Antunes (Brasil)
"Melhor Jogadora Ofensiva" - Kerri Walsh Jennings (EUA)
"Melhor Levantadora" - Larissa França (Brasil)
"Jogadora que mais se evoluiu" - Tanja Huberli (Suíça)
"Jogadora mais inspiradora" - Kerri Walsh Jennings (EUA)
"Personalidade Esportiva" - Juliana (Brasil)
"Melhor Saque" - Karla Borger (Alemanha)
"Melhor Caloura" - Melissa Humana-Parades (Canadá)
"Dupla do Ano" - Juliana Felisberta Silva e Maria Elisa Antonelli (Brasil)

Masculino
"Melhor Jogador do Mundo" - Phil Dalhausser (EUA)
"Melhor Bloqueio" - Phil Dalhausser (EUA)
"Melhor Defensor" - Bruno Schmidt (Brasil)
"Melhor Cortada" - Janis Smedins (Letônia)
"Melhor Jogador Ofensivo" - Paulo Nicolai (Itália)
"Melhor Levantador" - Phil Dalhausser (EUA)
"Jogador que mais se evoluiu" -  Ryan Doherty (EUA)
"Jogador mais inspirador" - Jake Gibb (EUA)
"Esportista do Ano" - Emanuel (Brasil)
"Melhor Saque" -  Phil Dalhausser (EUA)
"Melhor Calouro" - Tri Bourne (EUA)
"Dupla do Ano" - Aleksandrs Samoilovs e Janis Smedins  (Letônia)

Ingressos Rio 2016
Uma outra boa notícia agitou a terça-feira (27) na modalidade. De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, o vôlei é o esporte mais procurado pelos torcedores que se inscreveram para adquirir ingressos para a competição.

Dos 174.651 inscritos, 27% tiveram interesse no vôlei. Em seguida, veio o futebol, com 21,9% da procura. Também se destacaram natação (21%), atletismo (20,6%) e ginástica (20,4%).

Etapa Fortaleza
No último final de semana, Talita/Larissa foram campeãs da sexta etapa da temporada 2014/15 do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, o 10º título da parceria em 12 torneios disputados.

O título foi conquistado após vitória sobre Ângela/Val na decisão, por 2 sets a 0 (21/19 e 21/17). Maria Clara/Carol, que derrotaram Carolina Horta/Duda, chegaram em terceiro.

Pelo masculino, Pedro Solberg/Evandro foram os campeões, o primeiro título da parceria. A conquista veio após a vitória sobre Guto/Allison (RJ/SC), de virada, por 2x1 (24/26, 21/10 e 15/10). Ricardo/Emanuel venceram Bruno/Hevaldo e completaram o pódio.

A próxima etapa nacional é em João Pessoa, na Paraíba, entre os dias 5 e 8 de fevereiro.


sábado, 6 de dezembro de 2014

Público que for à Copacabana acompanhará jogos à noite
Atendendo a pedidos da rede de TV norte-americana NBC, detentora dos direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, algumas partidas de vôlei de praia começarão à meia-noite.

Isso mesmo! Os atletas entrarão em quadra no momento em que, em dias normais, já estariam dormindo há um bom tempo. Tal medida foi tomada para que a modalidade, muito popular nos Estados Unidos, seja transmitida em horário nobre por lá.

A informação foi divulgada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e organizadores brasileiros, nesta sexta-feira, em Mônaco.

Outra modalidade que vai acontecer neste horário inusitado será a natação, cujas provas finais acontecerão das 22h até meia-noite. Assim como o vôlei de praia, a natação é outro esporte muito popular no país das tricampeãs olímpicas Walsh/May.

Por outro lado, as decisões do atletismo vão acontecer na parte diurna, algo que não era realizado desde as Olimpíadas de Seul, em 1988.

Em setembro, o COI divulgou os valores dos ingressos do vôlei de praia, que variam de R$ 50 (fase preliminar, categoria D) a R$ 1.200 (final, categoria A).

Vá se preparando aí!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

"Peixinho" de Zé marcaria as comemorações de 2012.
De volta à vida! Depois de uns dias bem longe da internet e com as energias renovadas, é hora de escrever o terceiro post da retrospectiva do vôlei brasileiro em 2012. E confesso que esse é uma das postagens mais emocionantes de toda a história do Primeiro Set. Afinal, Olimpíada é um evento mágico, que mexe com a gente. Recordemos:

- Vôlei de Praia Feminino: Talita/Maria Elisa em 9º e Juliana/Larissa bronze
Juliana/Larissa não começaram bem 2012, mas sobraram em todos os quatro anos de ciclo olímpico. Talita/Maria Elisa garantiram três pódios nas três primeiras etapas de Circuito Mundial da temporada, inclusive vencendo as Walsh/May, Xi/Xue e as próprias Juliana/Larissa.

Na primeira fase, vitórias tranquilas para ambas as parcerias. Mas logo nas oitavas-de-final,  a primeira queda: Talita/Maria, longe daquela bonita vibração que vinham tendo, cairam diante das "zebras" Slukova/Kolocova por 2x1 (21/16, 20/22 e 15/9) e precocemente deram adeus aos Jogos: uma 9ª colocação, justa pela partida, mas injusta pelo voleibol apresentado durante os anos das parcerias.

Restando apenas Ju/Larissa, a expectativa era que a tão aguardada decisão contra Walsh/May fosse confirmada dias depois. E quando tudo parecia caminhar para isso, Kessy/Ross venceriam um dos confrontos mais inacreditáveis de Londres: virada para cima das brasileiras (15/21, 21/19 e 15/12), final 100% norte-americana e "apenas" possibilidade de bronze para o Brasil.

Ju/Larissa não começaram bem a partida contra as chinesas Zhang Xi/Xue, mas no fim acabou vencendo a dupla mais experiente: 2x1, de virada (11/21, 21/19 e 15/12), e primeira medalha do vôlei para o Brasil.

- Vôlei de Praia Masculino: Ricardo/Pedro Cunha em 5º e Alison/Emanuel prata
A primeira Olimpíada do "Mamute" Alison e a quarta consecutiva do consagradíssimo Emanuel. A primeira participação olímpica do "Highlander" Pedro Cunha - que sofreu duas sérias lesões durante o ciclo olímpico - e a quarta consecutiva de Ricardo, ex-parceiro de Emanuel e ouro, prata e bronze nos últimos três Jogos.

Alison e Emanuel, vencedores de todas as cinco competições que disputaram em 2011, eram os grandes favoritos. Mas o bom e rápido entrosamento de Ricardo e Pedro no ano final da preparação olímpica também credenciava a dupla como candidata ao pódio.

Tudo ia bem: primeira fase invicta, segunda idem e confiança em alta. No entanto, o caminho dos brasileiros contou com uma dura pedra pelo caminho, a mesma que parou Harley e Alison na Copa do Mundo de Vôlei de Praia 2009.

Nas quartas, vitória dos alemães Brink/Reckermann por 2x0 (21/15 e 21/19) e 5º lugar para Ricardo e Pedro. Uma derrota amarga, que pela primeira vez faria Ricardo voltar para casa fora do pódio.

Na decisão, mais um golpe: depois de um primeiro set apertado, de um bom placar brasileiro no segundo e de uma incrível reação verde-amarela no finalzinho do tie-break, vitória por 2x1 (21/23, 21/16 e 14/16) e ouro para os alemães.

- Seleção Masculina: russos surpreendem e ouro escapa em jogo praticamente encerrado
Domingo, Dia dos Pais, Bernardinho, Bruninho e um roteiro que parecia coroar de vez o incrível histórico do técnico da seleção masculina.

Depois de algumas partidas em ritmo de Liga Mundial, a "lavada" nos italianos (25/21, 25/12 e 25/21) enfim colocaria a equipe nos trilhos. De quebra, seríamos a única seleção a chegar em três finais olímpicas consecutivas.

Na decisão, 2x0 para os brasileiros, dois match points e ouro muito, muito próximo. No entanto, eis que os russos conseguiriam reverter uma partida praticamente perdida (19-25, 20-25, 29-27, 25-22 e 15-9) e transformar todo o céu brasileiro em inferno em questões de minutos.

"Mais" uma prata e rótulo de amarelões indo passar um novo ciclo olímpico em mãos masculinas.

- Seleção Feminina: russas de volta para casa e bi-olímpico verde-amarelo
Primeira fase nada animadora: três vitórias (duas no tie-break), duas derrotas e classificação com um modesto quarto lugar no Grupo B.

Diante dos resultados nada animadores, poucos acreditariam numa reviravolta tão grande em tão pouco tempo. Mandar as russas de volta para casa ainda nas quartas? Poucos acreditariam.

Mas isso aconteceu! Depois de salvarem seis match points e fecharem a partida com parciais de 24/26, 25/22, 19/25, 25/22 e 21/19, o ouro seria uma questão de tempo.

Vitória tranquila contra japonesas nas semifinais, vitória também tranquila na decisão contra as norte-americanas (11-25, 25-17, 25-20 e 25-17) e bi-campeonato olímpico garantido!

Ouro, "peixinhos" e muita emoção na bagagem de volta ao Brasil!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Medalhistas de prata, mas alvo de muitas críticas.
A Olimpíada se foi, a adrenalina das partidas passou e agora, com a cabeça mais tranquila, é hora de analisar os resultados do vôlei brasileiro em Londres.

Quatro disputadas, quatro medalhas: um ouro (seleção feminina), duas pratas (seleção masculina e Alison/Emanuel) e um bronze (Juliana/Larissa).

Poderia ter sido melhor? Poderia. Poderia ter sido pior? Também.

E aí a técnica do judô Rosicleia Campos tem toda razão ao dizer que o povo brasileiro é ignorante, no sentido de ignorar o esporte durante os quatro anos que separam uma Olimpíada e outra.

Poucos são os que acompanharam todas as competições do vôlei de praia durante o ciclo olímpico e viram que, diferente do que muitos comentaristas e analistas diziam, Kessy e Ross não eram tão fracas a ponto de não serem capazes de superar Juliana e Larissa.

Afinal, elas foram campeãs da Copa do Mundo 2009 justamente contra as brasileiras, fizeram parte da equipe norte-americana nos desafios 4x4 promovidos pela TV Globo, e, principalmente, terminaram em 4º lugar geral no ranking olímpico, ficando somente atrás das próprias Juliana/Larissa, das chinesas Zhang Xi/Xue e das compatriotas Walsh/May.

Mas muitos são ignorantes, no sentindo de não saber o que acontece no Circuito Mundial.

Embora fosse possível voltar de Londres com todas as quatro medalhas de ouro, é preciso reconhecer o mérito dos adversários, a grande e perigosa pressão sobre os atletas nacionais e algumas questões internas que o vôlei brasileiro ainda tem muito que evoluir.

Alison e Emanuel também tinham tudo para conquistar o ouro. Mas como alguns podem dizer, Emanuel jogou fora a oportunidade a cada bola desperdiçada. Curioso como um atleta que chegou a sua terceira medalha olímpica consecutiva (ouro em Atenas, bronze em Pequim e prata em Londres) tenha sido tão criticado nas redes sociais.

Mais uma vez, críticas vindas da ignorância.

Mais velho dos quatro atletas da decisão, toda a boa estratégia de Brink e Reckermann foi traçada em cima dele. Alemães que poucos torcedores conheciam, mas que já tinham sido campeões da Copa do Mundo de Vôlei de Praia 2009 e campeões do Circuito Mundial, também em 2009.

Na Alemanha não tem praia e é frio quase que o ano todo, é verdade. Mas para se formar uma boa dupla não são apenas esses fatores que importam mais.

Seria justo que o pódio em Londres tivesse Alison/Emanuel, Ricardo/Pedro Cunha, Juliana/Larissa e Talita/Maria Elisa? Seria. No entanto, as várias etapas mundo afora fizeram com que o vôlei de praia deixasse de ser exclusividade nacional, fazendo com que alemães, russos, poloneses, austríacos, letões, também aprendessem a jogar em alto nível.

Nível que, surpreendentemente, tirou os norte-americanos do pódio masculino. Quem diria que Rogers/Dalhauser e Gibb/Rosenthal, nascidos num país tão forte na modalidade, assim como o Brasil, não passariam de um amargo 5º lugar geral?!

Resumindo: é extremamente injusto e ignorante criticar a cor das medalhas do vôlei de praia, esporte que ainda tem muito que se acertar internamente. Afinal - não com as quatro parcerias que foram para Londres, mas com as muitas que ficaram pelo meio do caminho - falta patrocínio, incentivo, caça e desenvolvimento de novos talentos, etc, etc, etc.

Não foi justo com as duplas que estiveram nas Olimpíadas 2012, mas a ausência do ouro foi pertinente no sentido de que muito ainda se tem que trabalhar na questão das dirigências internas e na própria análise crítica de nós torcedores, que ainda não conseguimos entender que, para um país que é 88º em educação, 84º em Desenvolvimento Humano e 72º em inclusão digital, estar em 24º lugar no ranking de medalhas é um feito que merece comemoração.

Quem sabe isso tudo não se acerte e o resultado seja ainda melhor em 2016. Eu acredito!

Como só falei de vôlei de praia, depois volto com um post sobre os resultados indoor.

PS: Mais uma vez o Primeiro Set foi indicado para participar da maior premiação da blogosfera brasileira: o Top Blog Brasil. Se você acha que o blog merece o seu voto, acesse a página do Prêmio e ajude a colocar um espaço de vôlei entre os mais bem votados do país.  

Foto: Maurício Kaye/FIVB 

domingo, 12 de agosto de 2012

Vôlei feminino no topo do mundo por 8 anos. Foto: FIVB
Quatro anos se passaram. Em Pequim, ouro com a seleção feminina de vôlei indoor e prata para a equipe masculina. Uma Olimpíada depois e os mesmos resultados se repetem em Londres.

Mas se o 3x1contra os Estados Unidos doeu naquela decisão masculina de 2008, o 3x2, e de virada, contra a seleção russa doeu ainda mais. Por outro lado, se o 3x1 contra as italianas deixou aquela manhã de sábado extramente feliz, o 3x1 de ontem, de virada, fez com que a modalidade vivesse uma tarde inesquecível.

E mais uma vez o esporte mostrou porque é tão apaixonante e imprevisível.

Uma seleção feminina que dava indícios de mau relacionamento entre as atletas, que iria para os Jogos sem uma das principais jogadoras de decisão de Pequim, chegou em Londres, perdeu dois dos quatro jogos da primeira fase e deixou muito torcedor envergonhado com o que se via na TV.

O preço do mal início de Olimpíadas? Um confronto contra Gamova e Cia. nas quartas de final, sendo que quem perdesse voltaria para casa. Naquela altura, e diante do recente histórico vencedor das adversárias, muitos foram os palpites que davam como certa a eliminação das brasileiras.

E não tenho dúvidas que o ouro foi conquistado ali, naquela partida das quartas. Uma virada contra as russas para não só apagar o rótulo de amarelonas como para colocar a medalha no peito das brasileiras.

E, mesmo que a medalha não viesse, aquele dia épico já valeria toda a Olimpíada!

No final das contas, japonesas e americanas pagariam o preço de estarem cruzando o caminho das brasileiras.

Ontem, para confirmar que a vitória contra a Rússia não tinha sido por acaso, e muito menos zebra, uma atuação para calar quem ainda ousasse creditar as vitórias ao quesito sorte. Atuação impecável de Dani Lins, Sheilla, Jaqueline, Fernanda Garay, Fabiana, Thaisa, Fabi, Tandara, Paula Pequeno, Fernandinha, Natália e Adenízia.

Uma vitória para garantir o bi-campeonato olímpico, e consecutivo, feminino e o tri de Zé Roberto, o único treinador a conseguir tal feito. Uma vitória que daria o ouro que o vôlei tanto precisava, já que Juliana e Larissa e Alison e Emanuel tinham ficado no quase.

Mas, infelizmente, assim como em Pequim, o dia seguinte teria gosto de quase. Depois de estar vencendo por 2x0 e como um terceiro set bem encaminhando, eis que a seleção masculina deixaria os russos protagonizaram uma virada histórica.

Uma virada que fez Serginho, Dante, Murilo, Bruninho, Wallace, Bernardinho irem do céu ao inferno em tão pouco tempo: verdadeiros heróis até o segundo set e "amarelões" ao final do tie-break, podem pensar alguns.

Obviamente, não foi a medalha que todos esperavam, mas que pouco muda o histórico vencedor da seleção.

Se todos aguardavam para ver que rumo daria aquela seleção prata em Pequim, ele seguiu vencedor. Uma derrota que dói, é claro, mas que não apaga todas as conquistas dos quatro anos que se passaram entre uma Olimpíada e outra, como Campeonato Mundial e o eneacampeonato da Liga Mundial, por exemplo.

No final das contas, quatro medalhas: um bronze, duas pratas e um ouro. E alguém ainda duvida que o vôlei é o que temos de melhor?

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Brasileiros do vôlei estão na terceira final olímpica seguida.
Três finais olímpicas consecutivas! A quinta na história da seleção masculina de vôlei do Brasil!

Depois de chegar desacreditada em Londres, após uma campanha desastrosa na Liga Mundial (e aqui fico pensando com meus botões se a pior colocação da Era Bernardinho não foi apenas uma estratégia para esconder o jogo), quem diria que daríamos a volta por cima e seríamos o único país no mundo a chegar três vezes consecutivas a uma decisão olímpica!

Com muita propriedade, a seleção protagonizou uma eliminação impensável até certo ponto. Afinal, quem apostaria que a equipe que eliminou os Estados Unidos por 3x0 iria tomar o mesmo placar dois dias depois? 25/21, 25/12 e 25/21, ninguém esperava!

Pobres italianos, que viram Dante e Serginho, campões olímpicos em Atenas 2004, nem demonstrarem sinais de que daquela decisão até hoje já se passaram oito anos. Pobres italianos, que viram os mais jovens, como Wallace, em sua primeira Olimpíada, e Bruninho, atuarem como veteranos; que viram um Murilo que em nada lembrava aquele que até pouco tempo sentia fortes dores no ombro.

Um cala boca muito bem dado por Bernardinho, que se sair mesmo do comando da seleção, como alguns rumores indicam, pode se despedir de cabeça erguida, sem ter todo o imenso histórico vencedor apagado por uma má participação em Londres.

O ouro virá? Não se sabe. A seleção repetirá a mesma atuação de hoje no domingo? Também não se sabe.

Mas a prata, no mínimo, está merecidamente conquistada!

E o vôlei chega a todos os pódios possíveis em Londres. Bronze com Juliana e Larissa, prata com Alison e Emanuel e prata, por enquanto, assegurada com as seleções indoor.

Não se perca: amanhã tem decisão feminina entre Brasil x Estados Unidos, às 14h30, e no domingo é a vez de Brasil x Rússia, às 9h.

Amanhã não tem post, mas no domingo as observações dos resultados de Londres estão de volta!

Go, Brasil!

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Foto: FIVB 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Nem tão amarga assim. Reação final valeu ouro. Foto: Reuters
Mais um duro golpe em Londres. Ciclo olímpico praticamente impecável, muitas conquistas nos três anos de parceria, primeira fase de encher os olhos e confiança elevada na conquista de um ouro praticamente certo para Alison e Emanuel.

Mas Brink e Reckermann, aqueles mesmos alemães que derrotaram Harley e Alison na Copa do Mundo de Vôlei de Praia 2009, campeões do Circuito Mundial no mesmo ano e um dos favoritos ao pódio, seriam a única pedra no meio do caminho dos brasileiros.

Primeiro set melhor para os alemães, segundo totalmente brasileiro e um tie-break de muitos altos e baixos para os dois lados. E quando tudo parecia estar perdido, num 14x11contra, Alison e Emanuel tiveram forças para empatar e por pouco, muito pouco, não protagonizaram uma virada que ficaria para a a eternidade!

Não deu! Dois sets a um (21/23, 21/16 e 14/16), mas certeza de dever cumprido.

Diferente de muitos que pensam que prata não é uma medalha a ser comemorada, Alison e Emanuel devem ficar felizes e orgulhosos do feito sim.

Emanuel, que disputou todas as cinco edições olímpicas do vôlei de praia, tem agora um pódio em casa: ouro (2004), prata (2012) e bronze (2008), tal como seu ex-parceiro Ricardo.

E mesmo aos 39 anos de idade, continua sendo exemplo de juventude, vitalidade, raça, responsabilidade, profissionalismo e muito amor pelo que faz. Virtudes que nem sempre são encontradas naqueles que conquistam o ouro.

Já o "mamute" Alison, que há quatro anos sequer figurava entre os melhores jogadores do país, teve uma ascensão meteórica. Junto com Harley e logo depois com Emanuel, evoluiu, impõs respeito e pode ser o grande nome do vôlei de praia brasileiro por, pelo menos, mais uns três ciclos olímpicos.

No banco, mais um feito que, por não ser dourado, pode passar despercebido. Com todos os méritos, a técnica Letícia Pessoa chegou hoje à terceira medalha olímpica da carreira: duas pratas com Adriana Behar e Shelda e agora mais uma com Alison e Emanuel.

Vices que podem soar até mesmo como tom de piada num país cuja cultura só permite apreciar o ouro, mas resultados que qualquer profissional esportivo de "primeiro mundo" valoriza, e valoriza muito. Será que a "pipocada" de Rogers e Dalhauser está refletindo tão negativamente nos Estados Unidos quanto a falta de ouro dos atletas brasileiros? Óbvio que não!

Alison e Emanuel, assim como Juliana e Larissa, Ricardo e Pedro Cunha e Talita e Maria Elisa mereciam mais. Os resultados de Londres foram pouco para eles. Para quem acompanhou os quatro anos de ciclo olímpico, isso fica claro!

Mas esporte é isso! Walsh e May, Brink e Reckermann, Kessy e Ross, Slukova e Kolocova fizeram por merecer.

Vôlei feminino indoor arrasa e é bi-finalista
Ahhh, o esporte! Marcia Fu, Fernanda Venturini, Ana Moser e Cia. devem estar orgulhosas da nossa seleção feminina.

Depois de perderem duas partidas na primeira fase, e de renascerem eliminando as russas antes de ontem, a equipe despachou o Japão hoje à tarde (25/18, 25/15 e 25/18) e está na segunda final olímpica consecutiva!

Programação:

Sexta-feira - 15h30 - Brasil x Itália (semifinal masculina indoor)
Sábado - 14h30 - Brasil x Estados Unidos (final feminina indoor)
Domingo - 9h - final masculina indoor

PS: Mais uma vez o Primeiro Set foi indicado para participar da maior premiação da blogosfera brasileira: o Top Blog Brasil. Se você acha que o blog merece o seu voto, acesse a página do Prêmio e ajude a colocar um espaço de vôlei entre os mais bem votados do país.  
Ju/Larissa vencem chinesas e garantem bronze em Londres.
Não é o lugar do pódio que até por volta das 17 horas de ontem todos esperavam, mas Juliana e Larissa se despedem dos Jogos Olímpicos de Londres com a primeira medalha do vôlei brasileiro no peito!

Em mais um dia muito tenso das brasileiras, falta de concentração no primeiro set, placar de 21 a 11 para as chinesas Zhang Xi/Xue, retomada de confiança, 21x19 no segundo e muita expectativa para o decisivo tie-break.

Bem ao estilo Juliana e Larissa, que brilhou nestes quatro anos de ciclo olímpico, as brasileiras reagiram, foram guerreiras, demonstraram toda a superioridade e fecharam a partida em 15x12, curiosamente o mesmo placar da semifinal de ontem na virada das americanas Kessy/Ross.

Um bronze com sabor amargo, já que as até então bicampeãs olímpicas Walsh/May teriam uma vida bem mais complicada caso a dupla verde-amarela chegasse à decisão. Mas, ao mesmo tempo, medalha com cara de ouro para quem soube reagir muito bem depois do duro tropeço de ontem e de um início irreconhecível na partida de hoje.

Depois de brilharem muito em 2011, conquistando todos as cinco competições da temporada (Circuito Mundial, Brasileiro, Copa do Mundo, Pan-Americano e Rainha da Praia), a partida de ontem e uma parte da disputa de hoje foi o reflexo de um ano de muitos altos e baixos de uma dupla que, como muitos outros atletas brasileiros, sentiu na pele o peso da enorme cobrança de nós torcedores e por grande parte da imprensa brasileira, coisa que eu já tinha comentado há mais de um ano aqui no blog.

Já Walsh/May, bicampeãs olímpicas e com uma história mais que consolidada, jogaram sem pressão, se fizeram de mortas durante boa parte das duas últimas temporadas de Circuito Mundial e, como boas norte-americanas, tiveram a calma e a frieza para conquistar mais um ouro em um detalhe que passa despercebido muitas vezes: o psicológico.

Um dado curioso, mas que faz parte do esporte: enquanto Juliana e Larissa venceram oito etapas nos últimos dois anos de Circuito Mundial, Walsh/May conquistaram "somente" quatro.

Com aposentaria agendada, as agora tricampeãs olímpicas entram definitivamente para a história do esporte. E Juliana e Larissa também: trata-se da primeira Olimpíada e da primeira medalha da dupla que tem tudo para chegar muito bem nos Jogos de 2016.

Podia ser mais, é verdade! Mas também podia ser menos. Diante do nível das adversárias de hoje, não seria impossível ver Juliana e Larissa até mesmo fora do pódio.

O vôlei de praia mundial mudou, as duplas internacionais se fortaleceram e apenas uma coisa continua a mesma: a nossa terrível visão de que só o ouro vale a pena.

Seleção masculina: meninos passam e encaram italianos

Nada de rivalidade Brasil x Argentina no vôlei. Passeio diante de nossos hermanos (25/19, 25/17 e 25/20) e vaga garantida nas semifinais.

O adversário será a Itália, que incrivelmente derrotou os Estados Unidos também por 3x0.

Se o ouro do vôlei de praia não teve ouro brasileiro hoje, amanhã a história pode ser outra. Às 17 horas (de Brasília), Alison/Emanuel enfrentaram os alemães Brink/Reckermann. Decisão difícil, mas que tem tudo para dar Brasil!

Foto: Maurício Kaye/FIVB

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