Competição, que será disputada em Copacabana, é grande aposta brasileira |
Por tudo isso, a modalidade se credencia como forte candidata aos ouros dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No feminino, Larissa/Talita formam o super time, considerado por muitos o melhor da atualidade. Com maior pontuação entre as duplas nacionais no Circuito Mundial em 2015, foram o primeiro time do país a garantir classificação matemática para as Olimpíadas, ainda na etapa da Polônia. Com três participações olímpicas cada, as atletas têm ampla bagagem na principal competição esportiva do planeta.
Àgatha/Bárbara Seixas, atuais campeãs do tour internacional e da Copa do Mundo, foram a grande surpresa da temporada passada. Na disputa pela segunda vaga olímpica, e até então com somente um ouro em etapas mundiais até 2014, voaram em 2015. Venceram títulos que, na teoria, eram dados como certos para Larissa/Talita, e não tiveram como deixar de ser convocadas pela CBV para defender o Brasil em 2016.
Entre os homens, Alison superou duas forçadas paradas das areias - a primeira por conta de uma lesão no joelho e a segunda devido à retirada do apêndice - e Bruno Schmitd viveu o grande ano de sua carreira, sendo eleito pela FIVB o melhor atleta da modalidade, mesmo com 1,85m, tamanho bem aquém dos padrões de seus adversários. Campeões da Copa do Mundo, do Circuito Mundial e do Word Tour Finais, assim como Larissa/Talita, lideraram a corrida olímpica e se garantiram nas areias de Copacabana pela pontuação conquistada.
E por fim, mesmo no "improviso", Pedro Solberg/Evandro conseguiram o encaixe perfeito. Bloqueador de ofício, o filho da ex-jogadora Isabel aceitou fazer o papel de defensor e junto com o parceiro de 2,10m forma o poderoso segundo time masculino do país. Bronze na Copa do Mundo e vice-campeões da temporada mundial, acabaram desbancando os lendários Ricardo/Emanuel no preenchimento da segunda vaga brasileira em 2016.
Quatro times que não conquistaram títulos e medalhas por acaso. Quatro times muito fortes, que, jogando em casa, contarão com o apoio da torcida brasileira, que, teoricamente, deve ser um baita ponto positivo.
Mas quatro times que viverão toda a pressão de carregar as cores do país-sede das Olimpíadas. Pressão que deve partir da imprensa, do torcedor, dos familiares, dos patrocinadores e de toda uma cultura contemplativa ao ouro, única medalha admissível para brasileiros.
Se conquistarem o título, 20 anos após a inserção do vôlei de praia como modalidade olímpica, podem garantir o feito inédito de ver a bandeira brasileira tremular no alto do pódio, nos dois naipes, numa mesma edição de Jogos. Até então, os americanos Todd Rogers/Phil Dalhausser e Kerri Walsh/Misty May são os únicos responsáveis pelo feito, na Olimpíada de Pequim 2008.
Vencendo, o vôlei de praia feminino do Brasil conquista seu segundo ouro na história da competição, justamente 20 anos após o título de Jacqueline/Sandra. Já entre os homens, também poderemos chegar ao bi-campeonato, 12 anos após Ricardo/Emanuel serem ouro em Atenas 2004.
Caso tudo corra dentro do esperado, a vôlei de praia, somando ao de quadra, pode seguir lutando medalha a medalha contra o judô, como uma das modalidades que mais oferece ouro ao Brasil em Olimpíadas. Mas, caso algo saia do controle, pode ser também uma das grandes decepções dos "apostadores olímpicos".
Restando oito meses, muitas etapas e bastante treinamentos pela frente, ainda é difícil prever se a modalidade será mocinha ou vilã em 2016. Com um caminho aparentemente fácil pela frente, as medalhas podem vir naturalmente. Como a carruagem também pode se transformar em abóbora ao longo da história. Até lá, vamos discutindo, detalhe por detalhe, etapa por etapa, qual será o possível desfecho dessa trajetória.
Bem-vindo, 2016! Chegue bem, fique bem e - tomara - que termine bem!