domingo, 12 de agosto de 2012

Vôlei feminino no topo do mundo por 8 anos. Foto: FIVB
Quatro anos se passaram. Em Pequim, ouro com a seleção feminina de vôlei indoor e prata para a equipe masculina. Uma Olimpíada depois e os mesmos resultados se repetem em Londres.

Mas se o 3x1contra os Estados Unidos doeu naquela decisão masculina de 2008, o 3x2, e de virada, contra a seleção russa doeu ainda mais. Por outro lado, se o 3x1 contra as italianas deixou aquela manhã de sábado extramente feliz, o 3x1 de ontem, de virada, fez com que a modalidade vivesse uma tarde inesquecível.

E mais uma vez o esporte mostrou porque é tão apaixonante e imprevisível.

Uma seleção feminina que dava indícios de mau relacionamento entre as atletas, que iria para os Jogos sem uma das principais jogadoras de decisão de Pequim, chegou em Londres, perdeu dois dos quatro jogos da primeira fase e deixou muito torcedor envergonhado com o que se via na TV.

O preço do mal início de Olimpíadas? Um confronto contra Gamova e Cia. nas quartas de final, sendo que quem perdesse voltaria para casa. Naquela altura, e diante do recente histórico vencedor das adversárias, muitos foram os palpites que davam como certa a eliminação das brasileiras.

E não tenho dúvidas que o ouro foi conquistado ali, naquela partida das quartas. Uma virada contra as russas para não só apagar o rótulo de amarelonas como para colocar a medalha no peito das brasileiras.

E, mesmo que a medalha não viesse, aquele dia épico já valeria toda a Olimpíada!

No final das contas, japonesas e americanas pagariam o preço de estarem cruzando o caminho das brasileiras.

Ontem, para confirmar que a vitória contra a Rússia não tinha sido por acaso, e muito menos zebra, uma atuação para calar quem ainda ousasse creditar as vitórias ao quesito sorte. Atuação impecável de Dani Lins, Sheilla, Jaqueline, Fernanda Garay, Fabiana, Thaisa, Fabi, Tandara, Paula Pequeno, Fernandinha, Natália e Adenízia.

Uma vitória para garantir o bi-campeonato olímpico, e consecutivo, feminino e o tri de Zé Roberto, o único treinador a conseguir tal feito. Uma vitória que daria o ouro que o vôlei tanto precisava, já que Juliana e Larissa e Alison e Emanuel tinham ficado no quase.

Mas, infelizmente, assim como em Pequim, o dia seguinte teria gosto de quase. Depois de estar vencendo por 2x0 e como um terceiro set bem encaminhando, eis que a seleção masculina deixaria os russos protagonizaram uma virada histórica.

Uma virada que fez Serginho, Dante, Murilo, Bruninho, Wallace, Bernardinho irem do céu ao inferno em tão pouco tempo: verdadeiros heróis até o segundo set e "amarelões" ao final do tie-break, podem pensar alguns.

Obviamente, não foi a medalha que todos esperavam, mas que pouco muda o histórico vencedor da seleção.

Se todos aguardavam para ver que rumo daria aquela seleção prata em Pequim, ele seguiu vencedor. Uma derrota que dói, é claro, mas que não apaga todas as conquistas dos quatro anos que se passaram entre uma Olimpíada e outra, como Campeonato Mundial e o eneacampeonato da Liga Mundial, por exemplo.

No final das contas, quatro medalhas: um bronze, duas pratas e um ouro. E alguém ainda duvida que o vôlei é o que temos de melhor?

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