terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Convocação de Solberg esquenta a discussão.
A 172 dias dos Jogos Olímpicos de Londres, encerrou (ou começou, dependendo do ponto de vista) mais um capítulo da classificação do vôlei de praia brasileiro. Juliana, Larissa, Talita, Maria Elisa, Vivian, Taiana, Alison, Emanuel, Ricardo, Pedro Cunha, Márcio e Pedro Solberg foram os doze atletas selecionados para o Projeto Corrida Olímpica, uma espécie de seleção brasileira de vôlei de praia.

A partir desses doze, serão escolhidas os oito que, de fato, estarão representando o Brasil nas Olimpíadas.

Além deles, foram pré-convocados as duplas Ângela e Lili e Harley e Evandro. Pelo que ficou entendido na declaração de Ary Graça, presidente da Confederação, a escolha dessas outras duas parcerias se deve mais à preparação de Lili e Evandro para uma possível presença nas Olimpíadas do Rio, em 2016.

Ambos são jovens (Lili tem 24 anos, e Evandro, 21) talentosos e duas ótimas apostas para o futuro. A estratégia, então, é trabalhar desde já na "lapidação" dessas duas promessas, tal como se faz com jogadores da quadra.

Quanto ao doze pré-convocados para essa próxima Olimpíada, a escolha, em grande parte, obedeceu ao óbvio. Juntou-se as duas duplas mais bem colocadas no ranking mundial e colocou-se mais uma na "reserva".

Até aí, não há nada o que se discutir. No entanto, a polêmica surge quanto a CBV avisa que poderá, por exemplo, convocar Vivian e Larissa e, por opção técnica, deixar Juliana, que contribuiu para a conquista da vaga brasileira, de fora. Mesmo sem nenhum fator agravante, como lesões ou contusões, a entidade poderá intervir na formação das duplas.

Polêmico, complexo e muito diferente para a cabeça de atletas e torcedores que nunca presenciaram esse tipo de situação na modalidade. Na verdade, o assunto é tão embaraçoso que, para explicar minuciosamente todo o meu ponto de vista, seriam necessários mais uns três posts do tamanho desse. E, curiosamente, a cada dia me pego fazendo novas indagações.

No feminino, devido aos resultados apresentados nos últimos anos, é bem menos provável tal tipo de intervenção. Por uma questão de retrospecto e entrosamento, Juliana e Larissa e Talita e Maria Elisa devem ser menos ameaçadas, a não ser que Vivian e Taiana façam ótimas participações nas etapas do Circuito Mundial que antecederão os Jogos.

No entanto, dependendo da angulação, o assunto é bem mais polêmico no masculino.

Uma delas: Pedro Solberg foi acusado de antidoping, suspenso por várias etapas classificatórias para os Jogos, entrou com recurso, provou que não usou nenhuma substância proibida, foi absolvido e informou que está disposto a brigar pela vaga, e pelos mais de 140 mil reais gastos no processo contra o laboratório que o "incriminou".

Agora pré-convocado, Solberg entra diretamente na disputa pela vaga e a CBV terá um "abacaxi" para descascar. Convocá-lo e corrigir a injustiça cometida? Voltar a antiga dupla formada por ele e Ricardo? Refazer uma outra parceria extinta, dessa vez composta por Márcio e Ricardo? Ou apostar em Ricardo e Pedro Cunha que, inclusive, venceram os americanos ontem no Desafio 4x4 de vôlei de praia? (no jogo de duplas eles foram derrotados, mas sairam vencedores no quarteto)

Além disso, todos sabem a miscelânia de duplas masculinas formadas nos últimos anos. Estimular a convocação individual não é concordar com tal postura e acabar com aquela bonita manutenção de parcerias como Lula e Adriano, Adriana Behar e Shelda e a própria dupla Ricardo e Emanuel?

Perguntas complicadas, que, talvez, entrem para a lista dos contras do novo critério adotado.

Nos prós, o fato de poder se precaver contra possíveis contusões às vésperas dos Jogos, como aconteceu com Juliana em 2008, é motivo de valorização, sem sombra de dúvidas.

Anunciado oficialmente, é aguardar pelos próximos 172 dias que separam esses doze atletas de Londres e ver se a ideia, na prática, será viável ou não.

Afinal, a estratégia é ótima. Resta saber como será a execução.

(Foto: CBV)
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