sexta-feira, 27 de julho de 2012

Boas chances de pódio duplamente brasileiro. Foto: FIVB
Chegou a hora! Daqui a menos de 48 horas as duplas do vôlei de praia começam a disputa nas Olimpíadas de Londres.

E as análises sobre o possível desempenho brasileiro são as mais variadas possíveis: algumas dão como certa as medalhas para Juliana e Larissa, Alison e Emanuel, Ricardo e Pedro Cunha e Talita e Maria Elisa. Já outras, colocam a supremacia norte-americana, principalmente de Walsh e May e Rogers e Daulhauser, como o possível destaque em Londres.

Aos "45 minutos do segundo tempo", apresento alguns pitacos do que podemos ver nas Olimpíadas a partir de sábado. A postagem de hoje se concetra nas duplas brasileiras e amanhã falo um pouco dos concorrentes internacionais.

Juliana e Larissa: favoritismo bom ou ruim?

Nos últimos quatro anos (e porque não dizer nos últimos oito), nenhuma dupla nacional e internacional foi tão forte.

De 2008 para cá foram dois títulos do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia (2010 e 2011), três de Circuito Mundial (2009, 2010, 2011), um Pan-Americano (2011), uma Copa do Mundo (2011), um Rainha da Praia (Larissa 2011) e três títulos de melhor jogadora do mundo para Juliana (2009, 2010 e 2011). Um currículo para impor respeito em qualquer dupla adversária.

No entanto, com a enorme pressão pela medalha dourada justamente por esse bom desempenho nos últimos anos, todo esse favoritismo pode se transformar em fator negativo. Infelizmente, vivemos num país de muitas cobranças e temos dezenas de exemplos no próprio esporte nacional de teorias que acabaram não se concretizando na prática.

Talita e Maria Elisa: podem se destacar

Uma volta até as Olimpíadas de Pequim: de acordo com a regra da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), como forma de impedir uma final 100% brasileira, Ricardo e Emanuel enfrentaram Márcio e Fábio Luiz nas semifinais de 2008.

Mesmo atuais campeões olímpicos e favoritos ao ouro chinês, Ricardo e Emanuel foram "surpreendidos" pelos compatriotas que sequer haviam feito uma preparação olímpica tão satisfatória naquele início de temporada 2008.

E o mesmo pode acontecer num possível confronto entre Juliana e Larissa e Talita e Maria Elisa. Mesmo com um histórico desfavorável nos confrontos diretos entre as duplas, a parceria "número 2" do Brasil iniciou bem o Circuito Mundial 2012, ganhou confiança e pode surpreender numa possível semifinal entre elas.

Alison e Emanuel: os favoritos mais favoritos

Campões brasileiros, Campeões Mundiais, campeões da Copa do Mundo de Vôlei de Praia, Campeões Pan-Americanos e títulos individuais (Rei da Praia para Alison e Melhor Jogador do Mundo para Emanuel) em 2011: assim como Juliana e Larissa, a pressão está toda neles.

Nenhum histórico recente de lesão - diferente do que vem acontecendo com os atuais campeões Rogers e Daulhauser - e um misto de juventude e experiência, de força e técnica, que coloca a dupla, de longe, como a mais completa e bem preparada entre as parcerias masculinas.

Se dentro de quadra a superioridade é evidente, Alison e Emanuel têm um ponto forte também fora dela: a técnica Letícia Pessoa, prata duas vezes com a dupla Adriana Behar e Shelda.

Mas a história é a mesma aplicada com Juliana e Larissa: se o ouro fosse conquistado pela média dos resultados passados, a medalha já tinha endereço certo. Mas a pressão pode ser um adversário indigesto.

Ricardo e Pedro Cunha: ironia do destino

Quem diria que Ricardo, que iniciou o ciclo olímpico com Emanuel, que depois jogou com Pedro Solberg, que mais tarde teve Márcio como parceiro, iria disputar a sua quarta Olimpíada ao lado de Pedro Cunha?

Do outro lado, quem diria que Cunha, que começou o ciclo com Pedro Solberg, que se lesionou gravemente em 2009, que retornou jogando ao lado de Thiago, que uma temporada depois estava jogando novamente com Pedro Solberg, que mais uma vez se lesionou e que novamente ficou sem parceiro, iria atuar ao lado de Ricardo?

Acaso ou destino, a parceria chega muito forte em Londres.

Com britânicos, que mal entendem de vôlei de praia, pelo caminho na primeira fase, a dupla tem qualidade suficiente para fazer uma boa sequência nas oitavas e quartas de final, deixando o duelo principal reservado para as semifinais.

E aí a história se repete: tal como Márcio e Fábio Luiz em 2008, uma vitória diante dos principais favoritos não será considerada nenhuma zebra. Chegando à final, o rótulo de zebra também poderá ser descartado caso o ouro fique com a parceria "número 2".

Será que temos alguma dupla totalmente favorita em Londres? Juliana e Larissa e Alison e Emanuel estão ligeiramente na frente, mas os possíveis cruzamentos das semifinais podem dificultar um pouco as previsões.
 
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