sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Logo em sua primeira Olimpíada, Bruno conquista o ouro; prata em Londres, Alison é o único a repetir uma decisão olímpica
Doze anos depois, o vôlei de praia feminino voltou a uma decisão olímpica. Doze anos depois, o vôlei de praia masculino, que esteve nas últimas cinco finais dos Jogos, conquistou um novo ouro para o Brasil. Ambos os feitos realizados no Rio de Janeiro, nas praia de Copacabana, diante da torcida brasileira.

Na madrugada desta sexta-feira (19), Alison/Bruno Schmitd se comportaram como era previsível: a dupla campeã da Copa do Mundo de Vôlei de Praia foi superior aos campeões europeus Nicolai/Lupo, que dificultaram a partida, mas não foram capazes de deixar a vitória escapar da mão dos brasileiros. Dois sets a zero, com parciais de 21/19 e 21/17, e concretização de um sonho, que para Alison fora iniciado em Londres, quando ele e Emanuel também chegaram à decisão, mas acabaram vendo o ouro escapar num tie-break disputado ponto a ponto com alemães.

Vitória de uma dupla que era apontava como favorita desde o início não por acaso. Bloqueador nato e excelente virador de bolas, o gigante Alison tinha parte dos requisitos de um bom time. Exímio defensor e sacador, o baixinho Bruno Schmitd, que por pouco não abandonou o esporte devido às críticas pelo sua altura. completava a metade restante. Se Alison arriscou-se ao desfazer a parceria com Emanuel, Bruno também ousou ao separar-se de Pedro Solberg, naquele que era, até então, a dupla mais encaixada para os Jogos Rio 2016.

Ousadia que transformou-se em alegria. Primeiro, no ano passado, quando "Mamute" e "Mágico" venceram o Campeonato Mundial, diante de toda uma arquibancada torcendo para os anfitriões holandeses. Agora, em casa, com cerca de 12 mil pessoas jogando ao lado dos brasileiros. Até nisso, nessa contraposição de público, prova o quanto o time era forte.

O último obstáculo então seria passar por adversários de peso antes da decisão: uma dupla espanhola, ex-campeã europeia, uma parceria norte-americana, que contava com um grandalhão campeão olímpico, e uma dupla campeã mundial no ano de 2013. E isso também não acabou sendo um problema para os brasileiros.

Os italianos até poderiam sair com o ouro. Mas seria uma injustiça do esporte. Alison/Bruno, em todos os requisitos, eram os mais merecedores. Torcedores, jornalistas, voluntários, funcionários que montaram a gigante e histórica arena em Copacabana, equipe de entretenimento e tantos outros brasileiros, que, de alguma forma, contribuíram para o espetáculo olímpico carioca também mereciam ver o vôlei de praia brasileiro conquistar o ouro que, como um pecado, acabou escapando das mãos de Àgatha/Bárbara na noite anterior.

No saldo geral, ouro e prata para o Brasil na Olimpíada disputada em casa.

Se Alison precisou de duas decisões consecutivas para chegar ao ouro, Bruno ganhou o seu logo na estreia olímpica. E ainda presenteou o tio Oscar Schmitd, que passou cinco vezes brilhando pelos Jogos Olímpicos sem conseguir o tão sonhado pódio.

Com as duas novas medalhas obtidas no Rio, o Brasil passa a ser dono de 13 das 36 medalhas distribuídas ao vôlei de praia, desde que o esporte entrou para o quadro olímpico, em 1996. E, assim como Àgatha/Bárbara, Alison/Bruno repetem o pódio, tanto no Campeonato Mundial quanto na Olimpíada. Eles, no entanto, com ouro nas duas competições mais importantes da modalidade.

Seria lindo ver o título também para as meninas, mas sabe-se lá o motivo pelo qual ele não veio. Talvez, para Àgatha e Bárbara viverem a mesma emoção de Alison: trabalhar ainda mais forte para transformar a prata em ouro quatro anos depois.

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