quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

1º pódio mundial foi conquistado em outubro, na Tailândia.
No próximo domingo, a importante temporada do vôlei de praia brasileiro chega ao fim. E no agitado ano olímpico, uma outra parceria acabou despontando logo no primeiro ano de formação. 

Juntas a pouco mais de sete meses, Ágatha e Bárbara Seixas terminam 2012 com expressivos resultados, como os vice-campeonatos nas etapas de Recife, Cuiabá e Belo Horizonte do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia e do bronze na etapa da Tailândia, pelo Circuito Mundial.

O bate-papo da vez é com a super bem-humorada Ágatha, que falou sobre início da carreira, sobre a amizade extraquadra com a parceria Bárbara, sobre as expectativas para a próxima temporada e muito mais. Confiram:

Pergunta enviada por Gabriel Benévolo De Monteiro Chaves, via Facebook: Como foi o início da sua carreira?
Eu joguei vôlei de quadra dos 10 aos 20 anos. Não cheguei a ser profissional, joguei até o juvenil no clube Paulistano, em São Paulo. A transição para o vôlei de praia aconteceu de uma forma meio inesperada. Eu estava de férias na minha cidade, Paranaguá-PR, e lá comecei a brincar nas areias e a participar de algumas competições no estado, durante o verão. Eu e minha parceira Shirley. Conquistamos uns resultados legais e isso começou a me animar. Aí alguns meses depois eu recebi uma proposta pra jogar com a Sueli, que era de Curitiba. Enfrentamos o inverno curitibano, corremos atrás de patrocínio e conseguimos uma empresa, isso em 2012. Ali a ideia de ser uma atleta de vôlei de praia começou a vingar e desde então se tornou a minha profissão, a minha paixão.

Logo no primeiro ano de parceria entre você e a Bárbara, os resultados já apareceram. Como é a química entre vocês, dentro e fora das quadras?
Eu e Babi formamos a parceria em maio de 2011. É muito louco isso, porque eu e ela nunca tínhamos conversado antes. A primeira vez que sentamos para bater um papo foi para fechar a nossa parceria. Ali foi o início da nossa amizade. É lógico que no começo era uma relação profissional, afinal nem nos conhecíamos direito. Entretanto com o tempo a gente foi se dando bem, se conhecendo e ficando amigas. A gente pensa muito parecido sobre a vida, temos hábitos muito parecidos também. Até o jeito alto-astral é igual. Acho que o que melhor fazemos é falar bobagem e rir (risos). Então, com toda esta cumplicidade, fica fácil estar em quadra ao lado dela. Porque a gente leva para as areias toda esta amizade e se ajuda o tempo todo.

Sabe-se que os problemas enfrentados por atletas de vôlei de praia são enormes, principalmente na questão de patrocínios. E você está com cum patrocínio da Brasoil. Até que ponto essa ajuda reflete nos resultados?
Reflete muito. Tudo bem que a minha profissão é apaixonante para a maioria das pessoas e honrosa, por eu levar o nome do Brasil para o mundo. Mas eu também preciso pagar as minhas contas. E um patrocínio dá a estabilidade para que o atleta tenha paz e trabalhe com paciência até alcançar seus objetivos. Além disso, um patrocínio também possibilita que o atleta tenha condições de ter uma boa estrutura de treinamento, que possa viajar para as competições, que tenha uma boa equipe técnica, enfim, a ajuda financeira é primordial para quem quer se tornar o melhor no esporte. É um dos itens que separa o amador do profissional.

Pergunta enviada por Iranice Santos, via Facebook:  O que te levou a criar o Ágatha Centro de Treinamento de Vôlei de Praia? Conte um pouco sobre ele.
Eu sempre tive muita vontade de ajudar as pessoas. Pensei durante um bom tempo o que eu poderia fazer. Como minha vida sempre foi muito corrida, nunca pude assumir compromissos com dias e horários fixos. Então vi que a melhor maneira de realizar algo, era criando alguma coisa que eu já conhecia. Aí surgiu a ideia do Projeto Social. E por que Paranaguá? Porque foi lá que eu me criei, foi lá que eu comecei a jogar vôlei de quadra e vôlei de areia. Então também foi uma forma de eu retribuir para minha cidade tudo que eu já tinha recebido dela.

Ainda sobre o projeto social, como é poder contribuir para a melhoria de qualidade de vida de uma criança? Isso acaba sendo um estímulo para o seu desempenho nas competições?
É maravilhoso. Infelizmente eu não posso acompanhar tão de perto esta evolução dos meus pequenos, mas sempre que posso estou nos eventos que realizamos. Já passaram pelo Projeto mais de 1000 crianças. Atualmente estamos com cerca de 200 alunos. Para alguns, o Projeto foi uma fase que foi legal e passou. Para outros, o Projeto realmente mudou suas vidas. A sensação é tão gostosa, quando eu chego lá no Paraná e vejo alunos que estão com a gente desde o comecinho, coisa de 4 anos atrás. O Projeto se tornou aos poucos a segunda casa deles. Fizeram amigos e levaram este círculo de amizade para frente. Fazem questão de participar não só como atletas, mas também como voluntários. É muito gratificante. Este trabalho me estimula profissionalmente com certeza, mas me realiza muito mais pessoalmente.

Recentemente, numa matéria do SporTV, você demonstrou habilidade também com a voz, cantando muito bem, inclusive. Você gosta de cantar? Já fez aula ou algo parecido?
Eu amooooooo cantar! (risos) Meu noivo brinca comigo que eu não canto bem. Eu acho que ele tem medo que eu apronte uma pra ele, cantando em alguma data especial na frente de todos. Acho que ele tá com medo do nosso casamento (risos). Nunca fiz aula, é uma das minhas vontades pós-esporte (risos). Mas já fiz aula de violão e amava quando estava com a minha viola. É só uma questão de tempo pra eu começar a desbravar este universo musical.

No último mês, a FIVB divulgou a lista dos melhores do ano no Circuito Mundial. E a Bárbara foi eleita a atleta revelação. Como que foi essa temporada de tour mundial para vocês? Você acha que essa eleição é a valorização dos bons resultados que vocês tiveram?
Essa temporada do Circuito Mundial foi linda para nós. Assim como no Circuito Brasileiro, eu e ela não tínhamos ponto nenhum no começo das etapas. A gente foi devagarinho, etapa a etapa conquistando resultados legais. Parece que tudo para mim e pra Babi vem degrau a degrau. Na nossa caminhada nunca houve um momento que ultrapassamos fases. Cada coisa no seu tempo, cada conquista na sua hora. E isso com relação a tudo, vitórias, viagens, patrocínios, apoios. Com todas estas mudanças de duplas para o próximo ano, calculo que a nossa parceria esteja em segundo lugar no ranking das brasileiras do Circuito Mundial. É a primeira vez que eu consigo rankiar neste circuito. Foi o primeiro ano da Babi lá fora. Então com certeza foi um ano maravilhoso! No finalzinho eu ficava falando pra ela, “você tem que ganhar este prêmio de revelação, não tem ninguém que apareceu este ano e já foi tão bem como você”. E foi lindo quando ela ganhou. Merecidíssimo! Com certeza premiou e fechou com chave de ouro essa temporada.

Ano que vem, Juliana/Larissa e Talita/Maria Elisa irão desfazer as parcerias. E o cenário do vôlei de praia tende a sofrer uma grande mudança, principalmente no início da temporada. Você acha que você e Bárbara podem acabar sendo beneficiadas com isso, já que vai ser necessário um tempo de entrosamento entre as novas duplas que serão formadas?
Com certeza estas mudanças fazem com que eu e Babi estejamos um passo è frente das novas parcerias. O entrosamento só vem com o tempo e contra isso não adianta lutar contra. Agora dizer que estas novas duplas não irão bem seria uma bela mentira minha, pois elas são formadas por atletas experientes e muito técnicas. Vai ser uma briga das grandes! E acho que o cenário novo tende a nivelar as equipes e os resultados. Só jogando pra saber.

Pergunta enviada por José Carlos De Almeida Porto, via pelo Facebook: Queria saber se você tem uma previsão de quando vai retomar os estudos da faculdade de jornalismo.
Olha, esta pergunta é a mais difícil de todas que eu respondi até agora (risos). Estou amando esse mundo do jornalismo. Me identifico muito com ele, amo escrever, amo falar, amo pesquisar, amo um microfone (risos), então combina comigo. O problema é só eu ter tempo pra fazer as aulas. O nosso calendário de competições esta cada vez mais apertado. Eu realmente não sei dizer se vou conseguir voltar para as aulas no próximo ano. Vontade não falta. Eu vou tentar!

Saque curto:

Nome completo: Ágatha Bednarczuk
Data de nascimento: 22/06/1983
Peso e altura: 73 kg e 1,80m
Apelido: Gata
Cidade onde treina: Rio de Janeiro
O que gosta de fazer nas horas vagas: bater papo com os amigos e ficar enroladinha com o meu amor
Ídolo: não tenho
Filme: Hoje é Os Intocáveis
Livro: Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes
Time de futebol: Coritiba e Rio Branco (Paranaguá)
Comida preferida: Hoje é Japonesa
Mania: de anotar tuuuuuudo, sempre tenho papel e caneta por perto
O lugar mais bonito que já jogou: são vários, mas amo Gstaad na Suíça
Uma conquista inesquecível: são tantas, mas o primeiro Festival do meu Projeto Social foi marcante 
Qualidade: alegria
Defeito: cada um deve encontrar um defeito diferente em mim, né? (risos)
Sonho: São váaaaaaarios também (risos): jogar uma Olimpíada, aumentar meu projeto social, criar uma família amorosa e unida

Fotos: CBV
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