segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ficou para 2012 o tão sonhado deca-campeonato da Liga Mundial de Vôlei. Depois de vencer oito, das últimas dez edições da competição, ontem o Brasil viu, assim como em 2002, a Rússia chegar novamente ao título. E o vice-campeonato na Polônia tem, talvez, três explicações diferentes:

Russos jogam melhor e fazem por merecer o título. Foto: FIVB
1ª) A equipe de Bernardinho não é uma máquina, feita para vencer sempre. Como todo bom grupo, a seleção um dia iria perder e esse dia foi ontem. Não é o que o torcedor gosta, mas acontece. E quando o adversário joga melhor, nada mais justo e merecido para eles. É assim que funciona o esporte.

2ª) É fato também que o Brasil não fez a sua melhor Liga Mundial. A derrota para os Estados Unidos, ainda na primeira fase, foi o primeiro sinal de alerta para a equipe. Depois, veio outra derrota para os americanos, lá na casa deles. Em seguida, a seleção perdeu todos os três primeiros sets da segunda fase e teve que suar bastante para reverter o placar contra Cuba e Estados Unidos. Classificada e relaxada, a equipe não se preocupou e acabou perdendo também os dois sets seguintes para a Rússia.

3º) O que eu mais li foi isso, mas também concordo.Todas as seleções estão se renovando e a nossa também precisa pensar em, definitivamente, fazer o mesmo. Tudo bem que esse processo já está em andamento, mas "dinossauros" como Rodrigão, Dante e o próprio Giba um dia vão ter que sair. E o mais curioso é que novos nomes sempre aparecem na Superliga, mas nunca conseguem um lugarzinho na seleção. Talvez, um pouco de audácia não faria mal ao Bernardinho. Até é possível compreender a sua postura, afinal muito melhor do que bons nomes é ter um bom grupo. Mas, o que não pode acontecer ter jogador sendo convocado só pelo passado vitorioso. É necessário pensar mais lá na frente, até porque novos nomes estão aparecendo para o cenário mundial como o polonês Kurek e o argentino Conte. Aliás, Argentina no vôlei é algo que merece atenção especial. Não pela técnica deles, que dificilmente será melhor do que a nossa, mas o sucesso de uma seleção que não tinha quase nenhum destaque na vôlei significa que o cenário da modalidade vem mudando e que é bom nossos dirigentes seguirem auxiliando na formação de novos talentos na base.

Tudo isso são motivos que talvez expliquem a perda do deca. Mas deixar de ganhar uma Liga Mundial também não é o fim do mundo. Temos que aprender que o esporte é feito de vitórias e derrotas. Um dia a gente ganha, no outro a gente perder, já diria o velho clichê. Que o deca fique aguardado para o ano olímpico. Talvez isso seja um gás a mais para a preparação dos Jogos de ano que vem. Mesmo com a derrota de ontem, nenhuma seleção tem mais títulos que o Brasil nessa competição.

Diante de tantos títulos masculinos nos útlimos anos, seria até injusto condenar o vice-campeonato desse ano. Seguir naquele pensamento, muitas vezes recorrente na cabeça dos brasileiros, de que a prata não é um bom resultado para cima do vôlei não, por favor. Afinal, a seleção masculina tem crédito, e de sobra.

Ainda ontem, a seleção feminina foi campeã  invicta da Copa Pan-Americana ao vencer a República Dominicana, no México. Thaisa, Fabi e Sheilla receberam o prêmio de melhor bloqueio, melhor recepção e melhor jogadora, respectivamente.

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