quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Títulos e muitas alegrias. Um ano para ficar marcado na memória do torcedor brasileiro. Quando muitos acreditavam que 2010 seria lembrado pelo hexa da seleção masculina de futebol, o vôlei roubou a cena e se transformou no esporte do ano.

Murilo, o atleta do ano. Foto: FIVB
Nas competições nacionais de quadra, uma Superliga de altíssimo nível. No masculino, final entre dois jovens times de história bem parecida. Cimed, um pouco mais velho e exper na habilidade em conquistar títulos e Montes Claros, modesto time mineiro que derrubou o favoritismo dos grandes, inclusive de seu conterrâneo da capital, Minas, e apresentou ao Brasil a paixão de toda uma cidade pelo voleibol.

O “piá atômico” das Minas Gerais fez de seu ginásio um verdadeiro caldeirão e ainda coroou o maior pontuador da história da competição: o autêntico e empolgante Lorena.

Pelo time catarinense, um tetracampeonato de um time que nasceu para ganhar títulos. Bruninho, Lucão, Thiago Alves e Cia. conquistaram o quarto título da Superliga, nos cinco anos de existência da equipe. Cinco anos para se tornar, ao lado do Minas, o maior vencedor da competição. 

Na disputa feminina, a final que há alguns anos vinha predominando. Rio e Osasco, de patrocinador novo, após quase fechar as portas por falta de apoio. E quando todos acreditavam que a equipe de Bernardinho repetiria as quatro últimas façanhas, eis que surgem Natália e Jaqueline, destaques da equipe paulista na decisão, para impedir mais uma conquista do Rio. 

Nas quadras internacionais, e de uniforme novo, foi preciso aprender a pronunciar uma palavra um tanto quanto complicada: eneacampeão, denominação dada à seleção nove vezes campeã da Liga Mundial masculina. Além da palavra difícil, aprendemos que o Brasil tornou-se o recordista absoluto em conquistas dessa competição.

Título que rendeu entrevista ao vivo de Bernardinho ao Jornal Nacional, com direito a elogios rasgados aos comandados pelo técnico. Mas, a conquista maior ainda estava por vir. Depois da polêmica derrota para a Bulgária, a seleção descontou a raiva pelo regulamento mal elaborado, acabou convencendo os críticos ao atropelar a arqui-rival Cuba na decisão e sagrou-se Tri-Campeã Mundial (2002-2006-2010). 

Alegrias demais com os meninos e um gostinho de quase com as meninas. No Grand Prix, após perderem Mari e Paula Pequeno, inclusive para o Mundial, a seleção, que perdeu dois, dos cinco jogos finais, teve que se contentar com a prata.

E na sequência, uma grande expectativa em mudar o final de um filme já visto em 2006, quando a equipe brasileira sofreu uma triste e dolorosa derrota para a Rússia. As meninas jogaram bem, convenceram até a decisão, mas, no tie break, foram paradas por Gamova,  Sokolova e mais uma seleção de “ovas”.  Novamente, as russas estragaram o tão sonhado título Mundial. 

Ju e Larissa, pentacampeãs mundiais. Foto: FIVB
Na praia, mais emoções. O Brasil e o mundo foi dominado por Juliana e Larissa. A dupla, que chegou ao tetra brasileiro e ao penta mundial, reinou e fez a melhor temporada da carreira.

Venceram onze das doze etapas do Circuito Brasileiro, foi recordista em títulos na história do Circuito Mundial e, enfim, entraram para o Livro dos Recordes, por vencerem o jogo mais longo de todos os tempos do vôlei de praia, contra as terríveis Wash e May, em 2005.

O reinado só esteve ameaçado quando Maria Elisa, numa virada surpreendente, roubou a coroa de Rainha da Praia já quase nas mãos de Larissa. 

Entre os homens, 2010 foi o ano das separações. Ricardo e Emanuel, antes parceiros, viraram adversários. Márcio e Fábio Luiz, medalhistas em Pequim, também repetiram a história, assim como Harley e Alison, dupla sensação do ano anterior.

Em meio a essa onda de fim de parceria, Thiago e Pedro Cunha chegaram de mansinho, foram surpreendendo etapa a etapa e garantiram o título do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia com uma etapa de antecipação.

Pedro transformou separação em superação, ao ser campeão depois de muitos meses parado por conta da rara lesão que quase o afastou definitivamente das areias. No Circuito Mundial, Alison e Emanuel tentaram ficar na cola de Rogers e Dauhauser, mas os norte-americanos, que estão consolidados há mais tempo, acabaram levando a melhor.

Para fechar o ano em grande estilo, domínio do vôlei  nas indicações do Prêmio Melhores do Ano do esporte brasileiro. Não ganhou tudo, mas consagrou Murilo como o melhor atleta masculino e Bernardinho como o melhor técnico em esportes coletivos.

Se tivesse eleito também Ju e Larissa a melhor, no caso, as melhores atletas, não seria nada demais. 

Mas, fechar a conta com dois terços do Prêmio Melhores do Ano e algumas dezenas de bons motivos para se orgulhar da temporada espetacular faz o vôlei ser, sem dúvidas, o melhor esporte nacional em 2010.
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