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sábado, 14 de maio de 2011

Ela chamou a minha atenção quando pediu ajuda numa Campanha no Twitter para poder ir à final masculina da Superliga em Belo Horizonte. Tudo porque tem apenas 15 anos e a organização do SESI-SP não queria assumir o compromisso de levá-la sem os pais. De tanto pressionar, acabou indo e pôde ver de perto o título do seu time de coração. Hoje vocês conhecem a história da super fã Karina Bertotti, que acompanha fielmente o time de Giovane Gávio, Murilo, Wallace e Cia.

Karina se diverte com o meio de rede Sidão. Foto:
A exemplo da xará Karina Zanella, que demonstrou aqui no blog toda a sua paixão pela dupla Juliana e Larissa, vamos conhecer o caso de amor dessa jovem torcedora pelo Sesi.

Segundo Karina, a paixão aconteceu logo à primeira vista, já que passou a acompanhar a equipe paulista desde o início de sua formação. “Meu amigo que fazia vôlei no SESI disse que o clube iria montar um time com vários jogadores da seleção brasileira e que o técnico seria o Giovane Gávio. Na hora falei com meu pai para que ele fizesse minha carteirinha do clube. Desse dia em diante me tornei sócia e nunca mais abandonei “meus meninos”, diz carinhosamente.

E por essa paixão, Karina confessa que acabou “virando a casaca”. “Gostava de vôlei, mas não tanto como agora. Antes, eu torcia pelo Cimed/Florianópolis. Só que a paixão pela equipe catarinense nunca foi tão grande como essa que tenho pelo SESI-SP. Hoje, muito mais que ídolos dentro das quadras, passei a buscar incentivo para trilhar os mesmos passos deles”, diz Karina que, de tanto acompanhar a equipe, passou a praticar vôlei pelo clube.

E através desse contato, ela diz que agora sonha em se tornar uma jogadora profissional. “Estaria mentindo se dissesse que virei sócia só para jogar vôlei. Risos. Confesso que era para poder ficar mais perto da equipe. É muito bom ter a presença de grandes jogadores que defendem a seleção brasileira, ver seus ídolos ali de pertinho e ver também muitos atletas novos e desconhecidos conquistando seu espaço. Sempre assisto aos treinos deles e com cada um aprendo algo: vejo como melhorar meu saque, meu ataque, meu bloqueio, minha recepção. Esse contato é muito bom, pois você vê que  jogadores da seleção começaram assim também: jogando vôlei em um clube e subindo para chegar ao seu sonho. E é ai que você começa a ver que é possível chegar lá. Uso todos os jogadores do SESI e a comissão técnica como ídolos, seja de superação, liderança, energia. Cada um, com seu jeito, são exemplos para mim”, confessa.

Perguntada sobre qual seu jogador preferido, Karina se esquiva. Presente em todos os jogos do SESI no Ginásio Vila Leopoldina, ela explica a sua relação com a equipe. “Posso dizer que sou a torcedora mais fofa deles. Risos. Tenho uma relação muito legal com todos. Eles me incentivam cada vez mais no esporte, são preocupados e sempre brincam comigo quando me veem no SESI dizendo que tenho que ir estudar. Risos. Tenho um carinho especial por cada jogador. A primeira geração da equipe talvez é a que mais sou apegada, por conhecer eles desde que entraram. Mas comigo é assim, joga no SESI, está no meu coração!, se derrete a fã.

E “os meninos” de Karina são muito bem tratados, inclusive, com presentinhos personalizados. “Esse ano o presente de páscoa que dei para a equipe foi um cartão com uma foto minha e com o jogador na capa. E não importava qual jogador era, se entrou esse ano ou não, todos ganharam. A reação deles foi perfeita e só me fez ter ainda mais carinho por todos! Eles fazem eu me sentir especial!”

Depois de muito esforço, Karina assiste de pertinho o título.
De acordo com ela, todo o sacrifício para ir à Belo Horizonte valeu a pena. Depois de lutar para obter a autorização do clube para viajar e de ter que enfrentar 10 horas para chegar à capital mineira, estar num Mineirinho completamente lotado foi uma experiência única. “Nunca tinha feito uma viagem tão longa pra vê-los jogar e foi incrível. A torcida do Cruzeiro era muito forte e bem animada, sendo impossível competir enquanto eles estavam na frente do placar. Confesso que pela primeira vez senti que meus gritos não seriam ouvidos. Risos. Mas, a nossa torcida também estava animada e bem quente. Haviam torcedores cruzeirenses sentados no meio da torcida do Sesi porque não tinha mais lugar e torcemos todos na paz. Por mais que a viagem tenha sido longa e cansativa fomos para apoiar nosso time e não paramos de gritar. Foi uma experiência incrível", revelou.

E como forma de retribuição por todo o apoio à equipe, Karina diz que viveu uma dos momentos mais felizes de sua vida ao ver o Sesi-SP conquistando pela primeira vez um título de Superliga. “Foi a melhor sensação do mundo! Eu fiquei tão feliz quanto eles, afinal, vi como eles estavam dando duro para conquistar o título, vi os treinos, vi vários atletas que iam para a fisioterapia para poder se recuperar e voltar a jogar pelo time! Esse título foi perfeiro, veio no momento certo e na hora certa. Trouxe alegria, felicidade e muito choro: nunca vou esquecer o último ponto do jogo quando o Vini cortou e a bola caiu no Aldo do Sada/Cruzeiro. Comecei a pular, a chorar e a gritar É CAMPEÃO! Não tenho palavras para descrever como foi bom o sentimento daquele momento. Foi mágico! Completa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

 Reis Castro busca revelar novos talentos. Foto: Karina Zanela
Ela começou a jogar vôlei nas quadras de seu colégio e, pouco tempo depois, foi convocada para a seleção cearense. Em 2009, passou a competir na areia e no ano seguinte conquistou o campeonato brasileiro SUB-19, ao lado da parceira Rebecca. Na atual temporada, venceu quatro das cinco etapas do Circuito Banco do Brasil SUB-21 realizadas até o momento. No último mês, disputou a primeira competição internacional, conquistando o vice-campeonato na etapa do Paraguai do Circuito Sul-Americano 2010/2011.
Hoje você confere uma entrevista com a cearense Carolina Horta, jogadora que faz parte do projeto Novos Talentos, comandado por Reis Castro, técnico da dupla Juliana e Larissa, que vem sendo considerada uma das promessas do vôlei de praia para os próximos anos. Confira:

Quando e como você passou a jogar vôlei?
Eu comecei a jogar vôlei aos 14 anos. Fui jogar uma copa colegial pelo colégio que estudava e fazia escolinha de vôlei. Depois fui indicada para jogar pelo colégio Lourenço Filho e pelo clube AABB. A partir daí, comecei a me dedicar intensamente ao esporte.

Desde 2009, você e Rebecca são treinadas pela mesma comissão técnica de Juliana e Larissa. Como é trabalhar com uma equipe tão campeã?
É uma honra, pois muitas pessoas gostariam de ter essa oportunidade. É motivante chegar para treinar e saber que de lá saíram duas grandes atletas. Isso dá mais vontade de treinar. É muito bom porque você tem um exemplo na sua frente e quer ser igual.

As duas duplas chegam a treinar juntas?
Sim, nós já treinamos juntas, mas são poucas vezes até porque nós ainda estamos começando e elas já estão no alto nível. Então, o treino delas é bem mais puxado do que o nosso. 

Quais os ensinamentos que vocês mais aprendem com elas?
Poxa! Elas nos dão muitos conselhos, nos contam um pouco das experiências delas, o que  passaram no começo da carreira, nos dão muita força. Com certeza, o maior ensinamento que elas nos passam é a garra, a força de vontade para superar todos os obstáculos e de se dedicar ao máximo. Afinal, elas não estariam onde estão se não tivessem todas essas qualidades.

Diante desse contato e do aprendizado direto com Juliana e Larissa, passa por sua cabeça a possibilidade de você e Rebecca substituí-las no futuro?
Sim, com certeza. Essa é uma das nossas metas.

Ainda pelo fato de estarem próximas a elas: isso tem ajudado com relação à visibilidade e a patrocínio?
Na verdade ainda não temos nenhum patrocínio, mas ajuda sim.


Quais são os planos da Carolina Horta a curto prazo e a longo prazo?
Acho que a curto prazo é ser campeã brasileira e mundial na minha categoria, que hoje é o SUB- 21, e a longo prazo é ser campeã olímpica.

Vocês têm disputado o torneio principal do Circuito Banco do Brasil em algumas etapas. Pensam em passar a disputá-lo mais vezes?
Agora com essa mudança que a CBV fez, nós estamos podendo disputar todas as etapas do Circuito Banco do Brasil, já que o SUB-21 está acontecendo na mesma cidade e semana do Open.

Como é a rotina de treinamentos de vocês?
Nós treinamos de segunda à sábado em dois períodos, um treino é o feito com bola e o outro é a parte física. Assim como Ju e Larissa, nós treinamos com homens também.

Você tem apenas 18 anos. Dá para conciliar a vida de atleta com a vida de uma jovem normal ou é preciso abrir mão de algumas coisas?
Às vezes, tenho que abrir mão de algumas coisas sim, pois são muitas viagens e muitos treinos. Mas, sobra tempo pra se divertir e ficar com familiares, namorado e fazer outras coisas mais. É só saber se organizar.

Carolina é campeã brasileira SUB-19.
Saque curto

Nome completo: Carolina Horta Máximo
Data de nascimento: 20/08/1992
Peso e altura: 66kg , 1.81m
Cidade: Fortaleza - CE
O que gosta de fazer nas horas vagas: ficar com amigos e familiares
Um ídolo: Michael Jordan
Time de futebol: não tenho um predileto
Filme preferido: Ritmo quente
Livro: Nunca desista dos seus sonhos
Comida preferida: lasanha da minha mãe
Mania: coçar o rosto e em seguida arrancar os cílios
Música: Um amor puro
Se não fosse jogadora, seria: modelo
Uma qualidade dentro de quadra: tranqüilidade
Um defeito dentro de quadra: inexperiência
Sonho: ser campeã olímpica

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A entrevista não é tão recente, mas mesmo assim publico o video com a participação da dupla Adriana Behar e Shelda no programa de TV De Frente com Gabi, que foi ao ar no dia 19 de dezembro de 2010.

Um bate-papo muito bacana com as super medalhistas olimpícas, que jogaram juntas por 13 anos, conquistaram 1101 vitórias, 114 títulos e que, naqueles dias próximo à entrevista, eram anunciadas como a primeira dupla a ter seus nomes aclamados no hall da fama do esporte, nos Estados Unidos.

Uma entrevista super rica, esclarecedora, que faz a gente conhecer um pouco mais dessas super atletas.

Para aqueles que, assim como eu, ainda não tinham visto, vale a pena conferir! Sensacional!

                  

A frase que mais chamou minha atenção na entrevista: "É mentalidade do brasileiro achar que quem ganha prata é perdedor. Isso vem do futebol. No nosso primeiro mundial, quando ganhamos a prata, fomos consideradas derrotadas pelos brasileiros. Lá fora não foi assim. Nós saímos como ganhadoras da Medalha de Prata". Desabafou Adriana.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ele tem apenas 15 anos de idade, é natural de Salvador (BA) e no final de 2006 mudou-se com a mãe para Vitória (ES), onde ela o colocou para jogar vôlei. Com início do Circuito SUB-21 de vôlei de praia marcado para começar amanhã, dia 10 de janeiro, o Primeiro Set entrevista Fernando Sturaro, o mais jovem atleta da competição.

Embora jovem, Fernando já acumula vários títulos e prêmios de destaque na promissora carreira: foi vice campeão estadual SUB-19, campeão estadual de vôlei de quadra infanto-juvenil 2009, eleito o melhor atleta SUB -17 e SUB -19 nas temporadas 2009 e 2010 do Circuito Estadual de Vôlei de Praia e em 2011, foi indicado, pela Federação do Espírito Santo, à seleção brasileira de vôlei indoor.

Fernando Sturaro. Arquivo pessoal.
Mas, a pouca idade não condiz com o pensamento de gente grande do garoto. Quando perguntado sobre as abdicações que a carreira de jogador gera, Fernando mostrou bastante maturidade e citou a dedicação que um atleta precisa ter. “Aprendi com minha mãe e meu pai coisas que tempos depois vim aprender novamente no voleibol. Responsabilidade e a ética me fizeram amadurecer muito como pessoa e consegui, mesmo com muitos problemas pessoais desde criança, a lidar com a vida e suas dificuldades. Como atleta não é diferente, tenho meus deveres, me empenho e, tudo no seu tempo, colho o que eu planto, a partir de muita dedicação. Não é fácil, mas abdiquei uma vida de adolescente “popular” para melhorar dentro de quadra.” Surpreende Fernando.

Focado na profissão, o jogador ainda falou sobre o fato de ter que viver longe de Salvador e da família. “Agora já me acostumei, mas o pior é não poder estar com minha família em datas festivas, feriados e férias. Mas, por outro lado, e graças a ela, me inspiro a cada dia.” Confessa.

Fernando se lembra de uma medalha que começou a fazê-lo entender melhor sobre o vôlei. “Lembro que era uma manhã de domingo e eu, com 9 anos de idade, estava ao lado da minha mãe para acompanhar a final olímpica entre Ricardo e Emanuel contra os espanhóis Javier Bosma e Pablo Herrera. Naquela olimpíada me recordo também da medalha de prata da dupla Adriana Behar e Shelda.” Recorda-se o jogador.

Mas, a paixão pelo vôlei se consolidou em 2006.  “O gosto pelo vôlei se tornou definitivo quando vi a etapa do Circuito Mundial, em vitória. Acompanhei todos os jogos e de lá para cá foi virou uma paixão que hoje já se torna uma meta para um futuro próximo, se Deus quiser.” Confessa.

Para conquistar os objetivos, Fernando treina forte. Ao lado do parceiro Lucas Ribeiro e da equipe formada pelos jogadores Júlio Nascimento, Luciano, Heder, Juliano, Isabela Maio e Shirleny, são de cinco a seis horas de atividades por dia, dividido entre treino físico, com bola e academia. E buscando se sair bem nas primeiras etapas do Circuito Brasileiro SUB-21, os jogadores nem tiraram férias após a temporada passada. “Os planos da nossa equipe para as primeiras etapas é sair melhor, pois estamos treinando há quase um mês, sendo que os outros (maioria) começaram essa semana.” Analisa Fernando.

Em 2011, os objetivos já estão bem traçados. “Com certeza, vou buscar uma boa colocação no SUB-21, principalmente, nas etapas de Vitória e Salvador, minhas casas. Busco pelo menos um pódio no Circuito Estadual e também busco passar do qualyfing em algumas etapas do CBBVP. Já internacionalmente, viso uma vaga no Mundial SUB-19, que deve acontecer no segundo semestre do ano.” Planeja o jogador.

Mas, mesmo com muitos sonhos e objetivos, a carreira muitas vezes esbarra nas dificuldades que o esporte apresenta. “Nas últimas duas temporadas, não se teve nenhum torneio SUB-17, SUB-19 ou SUB-21 no Espírito Santo. Cria-se o ranking das categorias a partir do ranking na categoria adulto e isso dificulta muito nosso avanço, nos forçando a jogar torneios nestas categorias em outros estados, aumentando mais os investimentos financeiros. E sem dúvida nenhuma, aparecer no cenário nacional é a grande dificuldade. Sem falar no patrocínio, que está cada vez mais difícil. Sigo buscando apoio para me ajudar, principalmente, em custeio de viagens. Conto hoje somente com o apoio da Fitness Fight Centro de Saúde, uma academia localizada perto do meu CT, onde eles sedem a academia para minha equipe malhar e da minha comissão técnica, formada por Celso Jantorno e Lourival Correa." Comenta o atleta.

O jogador analisou as mudanças anunciadas pela CBV no número de etapas do Circuito SUB-21 para a temporada 2011. “Por um lado é muito bom passar de 6 para 12 o número de etapas, pois a categoria passa a ter maior valor em meio nacional devido a meta da CBV de formar atletas para as Olimpíadas do Rio 2016 e posteriores; por outro lado para jogadores que estão com dificuldades em conseguir patrocínio e bancar passagens, 12 etapas torna-se um número enorme para quem ainda está no início.” Analisa o jovem jogador.

Fernando também comentou sobre a mudança que coloca SUB-21 e Circuito Banco do Brasil na mesma cidade e semana. “Sendo na mesma cidade e na mesma época das etapas do torneio adulto, os atletas mais jovens poderão ser analisados pela CBV. Além disso, o torneio aumentará em nível e estrutura. Haverá também uma economia no bolso dos que disputam o Circuito SUB-21 e o OPEN, sem contar no contato com os jogadores mais experientes e populares. Isso fará com que eles abram as portas para nós na mídia, em torneios dentro e fora do país. É essencial o contato com a galera mais “rodada”, pois assim pegaremos experiência e compartilharemos momentos no vôlei.” Acredita.

E para os próximos anos, Fernando também tem objetivos bem traçados, inclusive olímpicos. “Em 2016, estarei com 21 anos. Não sei certamente se vou conseguir uma vaga para defender o Brasil, mas o novo critério a ser adotado, segundo Ary Graça, ainda deixa viva a esperança de jogar. Mas posso falar para 2020, que, com fé em Deus, estarei bem melhor, técnica e fisicamente, além de mais experiente. E aí fica muito mais real uma chance em 2020.” Sonha o jovem jogador.

Fernando e seu parceiro Lucas Ribeiro estão entre as nove duplas masculinas garantidas no ranking principal da etapa de Vitória. Além deles, Ramon/Anderson Melo (RJ), Marcus/Gustavo (RJ), Renan/Rodrigo Carvalho (PB), Márcio Gaudie/Felipe (RJ), Felipe Vale/Fernandinho (PR), Léo Morais/Mateus Silva (PB/CE), JP/Victor Palis (RJ) e Felipe Hernandez/Iago (RJ) estão assegurados na competição.

Clique aqui e confira o calendário completo do Circuito SUB-21 de vôlei de praia. 

Saque curto:
Nome completo:Fernando Luis Rabelo Sturaro               
Idade: 15 anos
Peso e altura: 76 kg e 1,91 m
Apelido: Fernandinho  
Um filme: Quem quer ser um milionário
Comida preferida: Pizza
Time de futebol: Bahia
Uma música: I don’t wanna wait - SOJA
Mania: Estalar dedos
Ídolo: Ricardo, da dupla Márcio e Ricardo
Um sonho: me tornar um campeão olímpico
Hobbie:  DJ

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Uma grave lesão e uma grande dúvida. Em julho de 2009, na disputa do Campeonato Mundial de vôlei de praia, o mundo caiu para Pedro Cunha. O jogador sofreu uma rara fratura na tíbia, causada por estresse, e por pouco não abandonou a futura e promissora carreira.

Em 2010, Pedro deu a volta por cima, superou a lesão e, ao lado de Thiago, conquistou o campeonato brasileiro de vôlei de praia. E o Primeiro Set traz uma entrevista exclusiva com o jogador.  Pedro Cunha conta sobre a superação, o título, o novo parceiro para 2011, etc. Confiram:

2010, um ano de superação para Pedro Cunha. Foto: CBV
Depois de uma lesão tão séria, você acreditava que voltaria às quadras já conquistando o título do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia?
Eu não acreditava. Apesar de sempre confiar no meu potencial, nunca cheguei ao ponto de acreditar que iria vencer quatro torneios ainda no primeiro semestre. Mas a partir do começo dos treinamentos para esta temporada já deu pra ter uma noção de que seria um belo ano em termos de resultados.

Passou pela sua cabeça a possibilidade de abandonar as quadras?
Passou. No começo, foi difícil, inclusive, acreditar que eu poderia voltar a jogar, que não iria ficar com nenhuma sequela grave. Mas, após eu pesquisar mais sobre o assunto e ser tranquilizado pelo Dr. Ney Pecegueiro, o médico com quem eu me tratei, acabei esquecendo um pouco esse assunto e me concentrando mais na minha recuperação.

Como foram os meses em que esteve parado? O que você fazia para passar o tempo?
Foram cinco meses horríveis. O pior mesmo foi ter que usar muletas durante boa parte deste tempo, o que me impossibilitou de fazer muitas coisas. Mas, ao mesmo tempo, aproveitei pra fazer coisas que um atleta tem que abdicar por causa de sua carreira, como passar mais tempo com os amigos.

O que essa lesão trouxe de aprendizado para você? Deu para tirar algo de bom de um momento tão delicado?
Foi bom para eu dar um pouco mais de valor para a minha profissão. Foi mais um caso clássico de uma coisa que a gente só dá valor quando perde.

Você viveu uma situação bem parecida com a da Juliana, que também se recuperou e voltou sendo campeã. Você chegou a usá-la como exemplo?
Claro! Nossas carreiras têm algumas coisas bem parecidas e fico feliz que essa seja uma delas, um exemplo de superação.

Em 2007, você já havia sido campeão brasileiro ao lado do Franco, um atleta mais experiente. E em 2010, você conquista o título com Thiago, um jovem talento do vôlei de praia atual. Quais as diferenças entre esses parceiros?
Acredito que o título desse ano só foi possível por causa daquele outro de 2007. Foi com o Franco, um cracaço do esporte, que eu aprendi a liderar um time e saber tomar as decisões mais corretas em cada momento. Assim eu pude ajudar o Thiago, que tem bem menos experiência que eu, a superar os momentos mais difíceis.

Como anunciado há alguns dias atrás, você e Thiago põem fim à dupla. Por que tomaram essa decisão?
A dupla foi encerrada pela vontade que eu e o Pedro Solberg, meu novo parceiro para 2011, temos de reviver a nossa curta parceria do ano passado, que acabou por causa da minha contusão. Agora esperamos que a gente consiga atingir todo nosso potencial, conseguindo muitos títulos, uma das vagas pra Londres 2012 e quem sabe um ouro olímpico também.

O que você guarda de positivo dessa rápida e vitoriosa parceria com o Thiago?
Guardo de positivo com os momentos difíceis que foram superados.

Você e Thiago conseguiram um bom patrocínio para a temporada, a 3B-Rio. Você acha que isso ajudou no sucesso da dupla também?
Sim, um bom patrocínio ajuda uma equipe a ter um bom suporte no que diz respeito à comissão técnica e médica, além de dar uma tranquilidade financeira que permite que o foco fique voltado somente pra dentro da quadra.

As duplas brasileiras não tiveram um bom rendimento no Circuito Mundial em 2010. Rogers e Daulhauser foram os grandes nomes da temporada. Para 2011, agora ao lado de Solberg, você promete incomodá-los mais?
O nosso objetivo principal é o Circuito Mundial e sabemos que nós os enfrentaremos diversas vezes. Com o nosso trabalho sendo bem feito, acredito que será uma boa briga. Além dos americanos, tem os alemães, holandeses, chineses, que também nos darão muito trabalho.

E no Brasil, quem você considera seus principais adversários para a próxima temporada?
Nossos grandes adversários devem ser as duplas que foram bem já neste ano, como Ricardo/Márcio e Alison/Emanuel.

Saque curto: 

Nome: Pedro Henrique de Miranda D'Araújo da Cunha

Cidade: Rio de Janeiro (RJ) 

Nascimento: 10/06/83

Peso e altura: 85kg e 1,89m

Apelido: Pipen

Uma música: Pescador de Ilusões, O Rappa

Um filme: Green Mile

Um bom lugar para competir: Polônia

Comida preferida: Strogonoff da mamãe

Time de futebol: Fluminense

Um sonho: Viver feliz até velhinho

O que gosta de fazer nas horas vagas: Ficar com os amigos

Hobbie: Playstation 3

sábado, 20 de novembro de 2010

Você sabe o que atletas como Giba, Falcão, Gustavo Kuerten, Emanuel,Talita, Maria Elisa, Lili, Luana, Harley, Robert Scheidt, dentre outros, têm em comum? Já percebeu qual marca eles estampam no uniforme?

Hoje você confere uma entrevista bem diferente aqui no Primeiro Set. Já teve a vez dos atletas, a vez da fã e agora chega a vez do patrocinador. Publico hoje um post especial sobre o Banco do Brasil, patrocinador de todas as seleções nacionais de vôlei indoor, masculinas e femininas, em todas as categorias (do infantil ao adulto) e do vôlei de praia, além de outros esportes como iatismo, ciclismo e futsal. 

Conversei com Michelle Domingues, da diretoria de marketing e comunicação da empresa, para conhecer um pouco mais sobre esse patrocínio tão importante, sobretudo ao vôlei de praia, modalidade que atualmente está mais esquecida na mídia.

Talita atuando como garota propaganda do banco.
E os números impressionam.  Só na praia, são ao todo 37 atletas patrocinados. Além da divulgação direta da marca Banco do Brasil por Fernandão, Patrícia, Fernanda, Álvaro, Vitor, Paulo Victor, Carlos Luciano, Evandro, Felipe, Marcos Vinícius e Gustavo ainda são explorados os produtos do banco. Emanuel, Alison e Ricardo divulgam o Ourocap; Márcio, Fábio Luiz, Harley, Billy, Rodrigo Saunders, Lili, Luana, Michelle e Neide o BB Seguro Auto; as meninas Elise, Shaylyn, Ágatha, Raquel, Pauline, Mariana, Júlia Schimtd, Fabi e Taiana o BB Seguro Vida Mulher e Franco, Jan, Natália e Carol o BB DTVM.

Com parceria iniciada em 1991 e contrato firmado até 2012, o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia recebe gratuitamente, em média, 16 mil torcedores nos quatro dias de cada etapa. 

Segundo Michelle, a entrada gratuita facilita a divulgação do vôlei de praia, o que consequentemente, traz bons retornos à marca. “Gerar relacionamento com o público presente é um dos objetivos do banco. Além das tradicionais camisetas, o torcedor leva para casa brindes como bandanas, bonés, squeezes, etc. Ainda como forma de promoção do Banco do Brasil, são feitas visitas sociais e ações de endomarketing (para o público interno) a cada etapa”. Respondeu Michelle.

Paralelo ao vôlei indoor e de quadra, há ainda o projeto embaixadores do esporte, fundado em 2003, que atua em ações como visitas a empresas, clientes e autoridades, seguidas de coletivas de imprensa e sessão de fotos e autógrafos; palestras para o público externo e interno; jogos de exibição e visitas a entidades parceiras. “Hoje, participam do projeto os ex-jogadores Carlão, Marcelo Negrão, Sandra Pires, Paulão, Maurício, além de Adriana Behar e Virna.” Lista Michelle.

Mais recentemente, em 2009, foi criado o desafio 4X4, em que jogadores de praia e de quadra se enfrentam numa competição completamente inovadora e diferente. De acordo com Michelle, “o evento tem movimentado as cidades por onde passa e gerado bastante mídia espontânea”, aquela em que não é preciso pagar para divulgar uma matéria.

Ainda de acordo com Michelle, mesmo sem muitas transmissões do vôlei em TV aberta, a visibilidade na marca é satisfatória. “Temos um estudo para viabilizar a transmissão do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia. Ainda que sem transmissão, entendemos que a prioridade do patrocínio do Banco do Brasil é o incentivo ao esporte brasileiro.”

E as cifras investidas têm um retorno muito positivo, tanto para o esporte quanto para o patrocinador. Em 19 anos de parceria, o vôlei brasileiro tornou-se uma das maiores potências do esporte a nível mundial e o Banco do Brasil mudou sua imagem. Um banco antes visto como uma empresa velha, fundada em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, que não estava atravessando um bom momento, se rejuvenesceu com o apoio ao esporte, conquistou o público jovem e passou a ser uma das marcas mais citadas pelos brasileiros em pesquisas de lembranças de marca (Top of Mind).

Em 2007, segundo o site do Banco do Brasil, foram investidos mais de R$ 60 milhões em marketing esportivo e a empresa teve um faturamento superior a R$ 5 bilhões. Em 2010, esse valor foi alcançado ainda no primeiro semestre.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ele tem 23 anos, é carioca, jogador de vôlei de praia, estudante de comunicação social e sargento do exército. Roberto Lustosa Pitta, ou simplesmente Beto Pitta, é quem você conhece hoje no Primeiro Set. 

Pitta começou a jogar voleibol aos 12 anos, nas categorias de base indoor do Tijuca Tênis Clube. No ano seguinte, passou a disputar seus primeiros torneios no vôlei de praia e em 2004 decidiu jogar somente nas areias. 

Eleito a revelação do Circuito Banco do Brasil 2008, Pitta tem como atual parceiro o experiente Pará e um de seus objetivos é disputar os Jogos Olímpicos Militares em 2011. Confira abaixo um pouco mais sobre o jogador.

Pitta disputando o CBBVP. Fonte: CBV
Você, como muitos outros jogadores de vôlei de praia, começou na quadra e depois se mudou para a areia. Por que tomou essa decisão?
Eu sempre gostei de jogar vôlei, tanto na quadra quanto na praia, e sempre tive o sonho de ser um profissional do esporte. Aos 16 anos percebi que, além de ter resultados melhores, nas areias eu tinha mais chances de realizar esse meu sonho.

Para você, quais as principais diferenças entre o vôlei de quadra e o de praia?
No vôlei de praia os atletas têm mais liberdade em relação aos seus treinamentos. Mas, esta liberdade traz mais responsabilidade, pois o atleta tem que se empenhar muito e ter na cabeça que seu desenvolvimento depende só dele. Gosto disso.  Adoro também o fato de serem apenas dois atletas dentro de quadra e de não existir substituição. É um desafio. Você precisa achar soluções dentro do jogo com a ajuda apenas de seu parceiro e seu técnico. Além disso, o clima do vôlei de praia, tanto nos treinamentos quanto nos torneios é muito legal.

Além de jogador de vôlei de praia, você ainda acumula mais duas outras profissões: militar do exército e estudante de Comunicação Social. Como é a vida de Sargento?
Ano passado o Exército Brasileiro abriu um edital para a incorporação de Atletas de Alto Rendimento. Entrei por meio deste edital e todos os atletas, após treinamento militar, se tornaram 3° Sargentos.
Não nos foi imposto que estivéssemos no quartel todos os dias. Pois, além de alguns atletas não morarem no Rio, a intenção do Exército é que nós mantenhamos o nosso treinamento para continuarmos com nossas competições, só que agora representando o Exército Brasileiro.

E na faculdade, como é a sua rotina de estudos e por que escolheu Comunicação Social?
Por conta da minha profissão, não sou um aluno convencional. Por causa das viagens, acabo fazendo poucas matérias por período, porque se não, posso não dar conta. Escolhi Comunicação, pois sempre tive fascínio pelas propagandas e acho muito interessante como elas podem moldar a opinião de uma pessoa sobre alguma coisa.

Mas, como é conciliar tantas profissões ao mesmo tempo? Consegue equilibrar todas ou chega a ter alguma dificuldade?
Não é fácil. Tenho que correr atrás, não posso dar bobeira, principalmente na faculdade. Sempre peço a matéria que foi dada nas aulas em que não estive presente. E quando estou no Rio não falto a nenhuma aula e tento prestar muita atenção.

Você e Pará têm como grande objetivo para 2011 estar nos Jogos Olímpicos Militares. Como está a preparação da dupla?  Como é a rotina de treinamentos?
Com certeza esse é um objetivo para o próximo ano. Os Jogos Mundiais Militares é um evento comparável ao Pan Americano, até superando em número de atletas. Como nós temos um circuito nacional muito forte, estamos usando isso como preparação. Mas também estamos planejando alguns torneios no exterior antes da competição. Nossos treinamentos são diários e normalmente de segunda a sábado. Acreditamos que treinando forte e chegando bem nos torneios aqui no Brasil, estaremos bem preparados.

Explique um pouco sobre os Jogos Militares. Onde será? Acontece de quantos em quantos anos e quais são os principais adversários?
Os Jogos Mundiais Militares terão sede aqui no Rio e será disputado no mês de julho. É a maior competição militar do mundo; como numa Olimpíada, ocorre de 4 em 4 anos. Nossos adversários ainda são uma incógnita, apesar de sabermos que alguns atletas de alto nível do Circuito Mundial também são militares. Porém, ainda não sabemos se eles participarão do evento.

Você, recentemente, esteve disputando jogos pela AVP.  Como foi essa experiência?
Foi uma experiência incrível, espero que tenha a chance de jogar lá de novo. Os jogadores norte-americanos são muito técnicos e fortes fisicamente, por isso os Estados Unidos é o único país que pode se comparar ao Brasil em número de atletas de qualidade e em relação ao circuito nacional.

Nesse segundo semestre, a federação americana divulgou o cancelamento da AVP por falta de patrocínio.  Como você, que esteve jogando lá há pouco tempo, vê essa situação?
Foi uma pena a AVP ter tido problemas financeiros este ano. Mas, acho que as pessoas importantes do vôlei norte-americano estão se mexendo para não deixar seus atletas parados. Alguns torneios estão sendo organizados e acredito que essa pausa prolongada não deve ser tão prejudicial para eles assim. Pois, em um mês de treinamentos e com três torneios disputados uma dupla já está com um ritmo legal de jogo.

Quais as principais diferenças entre o CBBVP e a AVP?
Acho que os dois têm qualidades e defeitos. O CBBVP é um torneio muito bem organizado e de um nível técnico muito alto. A AVP também tem grande qualidade técnica, mas é disputado em apenas três dias enquanto aqui no Brasil são quatro. Nos Estados Unidos a interação do público com os atletas é maior e acredito que o público seja mais apaixonado por vôlei de praia o que faz com que eles entendam mais do esporte.

Você acha que, como os americanos deixam os brasileiros jogarem a AVP, poderia haver uma compensação que permitisse duplas dos EUA jogando o CBBVP?
Eu acho que os dois países, por representarem as maiores potências no vôlei de praia, poderiam fazer uma parceria de cooperação. Hoje, em nenhum dos dois países é tão liberal assim participação de estrangeiros. Eu tive sorte, pois o Pará já jogou lá e é muito amigo do Mike Dodd, ex-jogador e que até esse ano fazia parte da organização da AVP. 

E no Brasil, como você vê a situação do patrocínio? Acha que um dia o CBBVP corre o risco de acabar também?
Hoje a Confederação Brasileira tem um contrato de patrocínio muito forte com o Banco do Brasil. Este contrato abrange tanto o vôlei de quadra quanto o vôlei de praia. Como é um contrato que beneficia ambas as partes, acho difícil que essa parceria acabe. O patrocínio para atletas já é mais complicado, pois acho que os atletas têm muita dificuldade de chegar nas pessoas certas nas empresas para poderem apresentar seus projetos.

Atualmente você e Pará têm algum patrocínio? Nesses anos de carreira, você já lidou com a falta de apoio?
Nós atualmente não temos patrocínio. E eu sei que sou uma pessoa com muita sorte, pois desde o momento que escolhi o vôlei de praia como profissão tive apoio total da minha família. E meu pai me ajudou muito, principalmente, no começo quando conseguiu um patrocínio da empresa em que trabalhava.

Como enxerga a realidade do vôlei de praia brasileiro atualmente?
O vôlei de praia brasileiro é uma potência, um expoente. Mas precisamos atrair mais o público, fazer com que as pessoas acompanhem e entendam mais sobre o esporte, além de conhecer os atletas. A CBV está trabalhando nisso e algumas melhorias já estão sendo feitas no Circuito, como a transmissão dos jogos pela internet, que pode atrair mais as pessoas.

E para finalizar, qual foi a etapa que mais marcou a sua vida?
Qualquer atleta que disputa o CBBVP tem como objetivo estar numa semifinal de etapa, para poder brigar por um lugar no pódio. E a primeira vez que estive nele foi muito especial. Eu jogava com o Lipe e na etapa anterior tínhamos perdido no qualyfing, torneio classificatório para a competição principal. Voltamos para o Rio, treinamos muito para a etapa seguinte, que seria em Campo Grande, passamos pelo qualy, chegamos à semifinal vencendo Márcio e Fábio Luiz - que naquele ano seriam os vice-campeões olímpicos - e conquistamos o bronze da etapa.

Pitta, campeão da Taça Ouro (2010), em Atenas.
Saque curto:  

Nome completo: Roberto Lustosa Pitta
Nascimento: 15/06/1987
Altura:
1,89m
Peso:
88kg
Cidade onde nasceu: Rio de Janeiro
Time de futebol: Botafogo
Comida preferida: Japonesa
Um lugar: Praia de Ipanema
Um dia especial no vôlei: A minha primeira semifinal no CBBVP, em Campo Grande 2008.
Um ídolo: Shelda no vôlei e meu pai na vida
Mania: Estalar os dedos
Hobbie: Ir ao cinema
Filme: Os mais recentes: Avatar e Tropa de Elite 2
Um livro: Nelson Mandela, um exemplo de vida, coragem e amor

domingo, 18 de julho de 2010

Ela é brasileira, nascida em Manaus, mas desde 2007, ao lado da parceira Cris, disputa as competições internacionais defendendo a Geórgia. Hoje o Pio Esportivo entrevista a jogadora de vôlei de praia Andrezza de Paula, para os brasileiros, ou Rtvelo, para os georgianos.  

A atleta que esteve presente na Olimpíada de Pequim 2008, ficando na 17ª colocação,  é campeã das etapas do Pará, de Roraima e do Mato Grosso do Circuito Estadual Banco do Brasil 2009, campeã da etapa Challenger Juiz de Fora do Circuito Banco do Brasil 2006, octacampeã amazonense de vôlei de praia, 4ª
colocada na etapa da Alemanha do Circuito Mundial 2008 e por aí vai.

Entre uma etapa e outra do Circuito Mundial, Andrezza arrumou um tempinho para falar um pouco mais sobre sua carreira e sobre algumas curiosidades de sua vida fora das areias.Confiram:

Pio Esportivo: Tudo começou no indoor, ou vôlei de quadra, quando você tinha seus 15 anos.  Como foi esse início de carreira? Qual era a sua posição?
Andrezza: Comecei como levantadora no Clube São Sebastião, em Manaus. Minha irmã Andréa já jogava desde os 9 anos pelo Rio Negro, também da cidade. Fui incentivada por ela e passamos a ser adversárias em quadra. Na época, era tudo por brincadeira, mas o amor pelo esporte cresceu e ficou sério.  


Pio Esportivo: Após alguns anos sendo adversárias, em 2000, você  e Andréa deixaram a rivalidade de lado e formaram uma dupla na praia. Como foram todas essas mudanças: trocar a quadra pela areia e ter a irmã agora como parceira?
Andrezza: Foi um grande passo principalmente porque Manaus nunca tinha tido uma dupla feminina atuando no vôlei de praia em cenário nacional. E ter a minha irmã como parceira foi maravilhoso, assim meus pais poderiam torcer pelas duas sempre. Risos. Mesmo sendo uma rivalidade sadia, confesso que nunca fiquei à vontade em jogar contra ela. Ganhando ou perdendo eu não me sentia bem. 

Pio Esportivo: Como surgiu essa oportunidade de atuar pela Geórgia?
Andrezza: Tudo aconteceu em 2007, quando a Cris foi visitar o Harley, seu marido, em uma etapa do Circuito Mundial. Lá surgiu o convite e ela pensou em mim para formamos uma dupla com condições de tentar a vaga olímpica. Aceitei na hora porque sabia que aquela era uma ótima oportunidade para mim também.

Pio Esportivo: Você sofre críticas por jogar por outro país? Como lida com elas?
Andrezza: Sempre! Mas, levamos numa boa porque as pessoas que criticam não conhecem a realidade do esporte brasileiro. Poucos atletas conseguem viver do esporte ou ter um patrocínio decente. Nossa ajuda atual é somente do governo georgiano. Então, quando surge uma oportunidade como essa é difícil ser recusada.

Pio Esportivo: E por que o nome Rtvelo?
Andrezza: Sakartvelo em georgiano significa Geórgia. Então, o presidente da federação separou e deu o nome Saka para Cris e Rtvello para mim.

Pio Esportivo: Como é ser uma cidadã  georgiana? Quais as principais semelhanças entre o Brasil e a Geórgia?
Andrezza: Eu gosto muito de ser uma georgiana também. Acho que a grande semelhança são as pessoas, o povo de lá é como o brasileiro: muito guerreiro e não desiste nunca. Após a participação em Pequim, viajamos para lá e fomos muito bem recebidas pela população. Naquela época, o país estava em guerra com a Rússia e, por coincidência, houve um confronto entre nós e as russas Natalia Uryadova e Alexandra Shiryaeva.Vencemos o jogo, nos mantemos na competição, as russas foram eliminadas e  por causa disso, o carinho foi enorme conosco.

Pio Esportivo: Outro confronto de vocês nas Olimpíadas foi contra as brasileiras Larissa e Ana Paula. Como foi esse jogo? Deu para ficar com o coração dividido ao ver as cores do Brasil no outro lado da quadra?
Andrezza: A olimpíada é um sonho de qualquer atleta de alto nível e foi a maior disputa da minha vida. Amo o Brasil, mas agarramos a chance que tivemos de ir  pela Geórgia e, naquele momento, o nosso coração defendia o vermelho e branco do país que nos ofereceu aquela oportunidade única.


Pio Esportivo: Você, desde 2005, é  casada com o jogador Bruno de Paula. E, devido às viagens para o Circuito Mundial, vocês ficavam muitos meses longe um do outro, já que ele disputava essa competição menos vezes que você. E agora, com essa nova parceria Bruno de Paula e Fábio Luís, como vai ser poder passar mais tempo juntos?
Andrezza: Vai ser maravilhoso! Eu sempre acreditei que um dia poderíamos viajar juntos para o Circuito Mundial porque acredito muito no potencial do Bruno. Além disso, é muito triste ficar longe de quem amamos.

Pio Esportivo: Como é viajar o mundo todo disputando o Circuito Mundial? Qual a sensação em conhecer vários lugares e culturas?  Tem algum lugar que ainda sonha em conhecer?
Andrezza: O voleibol me proporcionou muitas coisas e com certeza uma delas são essas viagens pelo mundo trabalhando com o que eu amo. Sonho ainda em conhecer a Grécia.

Pio Esportivo: Você tem duas faculdades, é formada em Educação Física e Ciências Contábeis. Por que duas áreas tão distintas e como arrumava tempo para estudar e treinar? 
Andrezza: Eu terminei o segundo grau muito cedo e ainda jogava indoor. Era até fácil conciliar estudos com treinamentos porque os treinos eram à noite e eu estudava durante o dia. Eu tinha paixão pelo vôlei e, por isso, fiz Educação Física. Mas, tinha um lado meu que adorava números e, por isso, também me formei em Ciências Contábeis.

Pio Esportivo: Há algum outro esporte, além do vôlei de praia, que você gosta?
Andrezza: Gosto muito de ginástica artística, mas nunca tive o corpo muito flexível. Risos. Mas, adoro as competições!


Saque curto:

Idade: 31 anos
Altura:1,70m                                                                                 
Programa de TV: Discovery
O que gosta de fazer nas horas vagas: ir ao cinema
Livro: a Bíblia
Filme: A cor púrpura
Primeiro título: Com a minha irmã, em São Luís
Uma brincadeira de criança: esconde-esconde
Comida preferida: japonesa
Qualidade: ser uma boa ouvinte
Defeito: ser estressada
Time de futebol: Flamengo
Um sonho: ter muitos momentos felizes 

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dessa vez, o Pio Esportivo traz uma entrevista um pouco diferente. Ao invés de conversar com um (a) atleta, resolvi mudar um pouco o foco e hoje vocês irão conhecer um pouco mais Karina  Zanella, grande fã do vôlei e super fã da dupla Juliana e Larissa. 

Karina mora em Joinville (SC), é profissional em química industrial e não perde nenhum lance da sua dupla preferida, seja nas areias do Brasil ou do mundo. É daquelas que atravessa o país atrás de etapas, acorda de madrugada para acompanhar os jogos pelo Circuito Mundial, faz de tudo para divulgar o trabalho da dupla, etc. Confiram o que essa fanática tem a dizer:

Segundo ela, tudo começou em 2006, quando a dupla ainda estava começando:  "Conheci a dupla na etapa do Circuito Nacional em Joinville. Quando as vi jogando gostei do estilo de jogo delas, pela garra e determinação que passaram durante os jogos que acompanhei. Além disso, me encantei com o estilo de jogo da Larissa. Depois da semifinal da etapa daqui, acabei tirando foto e falando rapidamente com elas, achei as duas super simpáticas e comecei a torcer pela dupla. Após isso, consegui um contato com a Larissa pela internet e após trocar algumas mensagens, ela me convenceu a ir para a etapa seguinte que seria em Curitiba. Achei muito legal da parte dela insistir para eu ir. Fui, conversamos e daí em diante realmente não parei mais de torcer e acompanhá-las. Sempre gostei de vôlei, tanto de quadra, quanto de praia, mas antes de conhecê-las não torcia por ninguém em especial."

E hoje, Karina não esconde qual é a sua maior “ídola”. "Adoro as duas e me dou super bem com ambas, mas é normal a gente se identificar ou ter mais afinidade com uma ou com outra. Desde o início, me identifiquei mais com a Larissa; quando a vi pela primeira vez gostei do estilo de jogo dela, das belíssimas defesas que fez na etapa daqui e depois pela simpatia e atenção que teve comigo na etapa. Gosto muito do jeito com que ela comanda a dupla, sempre ligada, atenta, guerreira e perfeccionista; para mim é a melhor jogadora do mundo em tudo. Fora tudo isso, ela me ajudou bastante a enfrentar alguns problemas pessoais que estava passando quando a conheci e isso me fez ter um carinho e uma admiração ainda maior por ela."

A fã ainda conta também das suas peripécias seguindo a dupla. "Já fiz vários esforços para conseguir viajar e torcer por elas. Já viajei bastante para acompanhá-las, algumas longas como para Foz do Iguaçu em que gastei praticamente 12 horas para ir e mais 12 horas para voltar de ônibus, só para torcer por elas. Outras não tão cansativas, mas cruzando praticamente o Brasil todo como ano passado em Fortaleza, que entre escalas e conexões foram 9 horas de viagem. Já estive em 14 etapas para acompanhá-las: Joinville, Curitiba, Londrina, Santos, Florianópolis, Foz do Iguaçu, Guarujá (Circuito Mundial), Balneário Camboriú, Vitória, Fortaleza, Caxias do Sul e por último, Brasília (Circuito Mundial)."

E tantas viagens acabam gerando fatos engraçados: "Em 2008, na etapa de Florianópolis, eu e uma amiga ficamos hospedadas na casa de uma conhecida nossa. O apartamento dela era bem longe do local em que estava montada a arena e, naquela etapa, aconteceram jogos à noite. Após a semifinal, na hora de pegar o ônibus de volta para casa, ao invés de ir para o Terminal – Centro acabamos indo para bairro. Isso já era por volta das 22 horas. Quando descobrimos, já estávamos na metade do caminho para o bairro; tivemos que esperar o ônibus voltar para tentar ir para o terminal novamente e de lá para o apartamento da nossa amiga. 

Chegamos ao terminal por volta das 23:30h e para desespero o ônibus estava saindo.  Aquele era o último que poderíamos pegar, mas demos muita sorte porque ainda conseguimos alcança-lo. Chegamos por volta da meia noite e meia, a amiga já preocupada. Risos. No dia seguinte, comentamos com as meninas (Juliana e Larissa) e elas nos deram um baita puxão de orelha, de nos aventurarmos sem conhecer Florianópolis. Outro acontecimento engraçado foi em Vitória. O cadeado da minha mala emperrou e todos os presentes que eu levei para elas ficaram presos lá dentro. Desesperada, tive que pedir ajuda para arrombá-la. Isso aconteceu na manhã e só à noite a situação se resolveu. Risos. Depois disso, pude entregar os presentes mais aliviada."



E há também momentos inesquecíveis que ficam guardados na memória como a etapa do CBBVP de Fortaleza, em 2009 em que Karina pode conhecer o CT (Centro de Treinamentos) da dupla: "Poder ir ao CT, conhecer toda a estrutura e ver de perto algumas das medalhas e troféus mais importantes da dupla foi inesquecível para mim, conta a catarinense."

Karina tem um verdadeiro acervo de Juliana e Larissa em casa. São mais de 8.000 fotos, 120 jogos gravados em DVD, planilhas com todos os dados catalogados desde o começo da dupla e ela ainda é a administradora do blog e da comunidade oficial da dupla no orkut, do perfil no facebook  e por aí vai. " Sempre gostei de gravar as partidas para poder observar posteriormente com mais calma os detalhes dos jogos. Gosto de tê-los também para quando tiver vontade de rever uma grande partida ou uma grande conquista. Quanto às planilhas com resultados e dados comecei a monitorar para ter organizado o histórico das conquistas da dupla, saber quantas vitórias, quantas derrotas, quantos títulos conquistaram e assim estar por dentro de novos recordes que elas batem dia a dia. E depois vou repassando essas informações aos torcedores pela internet. Criei comunidades e o blog com o intuito de divulgar as conquistas da dupla, que apesar de ser a melhor parceria brasileira e uma das melhores do mundo, ainda não são tão reconhecidas como deveriam pelo público brasileiro e até mundial. Vários fãs de outros países como Canadá, México e Itália, por exemplo, acompanham as notícias pelo blog, pois não encontram notícias a respeito delas tão facilmente em seus países.Tudo isso que faço, essa dedicação que tenho com elas, é uma forma de agradecimento, de gratidão, por tudo que elas já me proporcionaram e proporcionam dia a dia, além do carinho e atenção que sempre tiveram comigo. Procuro retribuir dessa forma, me dedicando em mostrar um pouquinho do trabalho delas e mostrar quem realmente são Larissa e Juliana."

E por conhecer a dupla há bastante tempo, ela ainda comentou o antes e depois em relação à fama: "Desde o início, a característica mais marcante delas é o fato de serem guerreiras sempre.  E, mesmo sendo super campeãs, jamais deixaram de lado a disciplina, a determinação e a força de vontade de continuar sendo as melhores. São jogadoras que têm o foco nas vitórias, sempre. Continuam constantemente querendo mais e mais recordes, títulos e não se satisfazem. Sempre buscam treinar muito para continuar sendo as melhores. Buscam sempre o topo. Admiro também a simplicidade das duas: se tornaram grandes campeãs, ficaram famosas, mas que não deixaram o sucesso subir à cabeça. Continuam as mesmas Juliana e Larissa de quando as conheci em 2006, quando ainda estavam começando a despontar."

Mas, como nada é para sempre, surgiu uma dúvida: E quando a dupla se aposentar? Como vai ficar o coração? Para quem ela irá torcer?


Karina riu bastante dessa pergunta e depois emendou: "Para ninguém! Acho bem difícil conseguir torcer para alguém depois delas. Claro que assistirei alguns jogos das futuras parcerias, mas torcer e viajar para acompanhar não terá como. Espero que demorem muito para se aposentar porque vou sentir muita falta." 

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