segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Uma grave lesão e uma grande dúvida. Em julho de 2009, na disputa do Campeonato Mundial de vôlei de praia, o mundo caiu para Pedro Cunha. O jogador sofreu uma rara fratura na tíbia, causada por estresse, e por pouco não abandonou a futura e promissora carreira.

Em 2010, Pedro deu a volta por cima, superou a lesão e, ao lado de Thiago, conquistou o campeonato brasileiro de vôlei de praia. E o Primeiro Set traz uma entrevista exclusiva com o jogador.  Pedro Cunha conta sobre a superação, o título, o novo parceiro para 2011, etc. Confiram:

2010, um ano de superação para Pedro Cunha. Foto: CBV
Depois de uma lesão tão séria, você acreditava que voltaria às quadras já conquistando o título do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia?
Eu não acreditava. Apesar de sempre confiar no meu potencial, nunca cheguei ao ponto de acreditar que iria vencer quatro torneios ainda no primeiro semestre. Mas a partir do começo dos treinamentos para esta temporada já deu pra ter uma noção de que seria um belo ano em termos de resultados.

Passou pela sua cabeça a possibilidade de abandonar as quadras?
Passou. No começo, foi difícil, inclusive, acreditar que eu poderia voltar a jogar, que não iria ficar com nenhuma sequela grave. Mas, após eu pesquisar mais sobre o assunto e ser tranquilizado pelo Dr. Ney Pecegueiro, o médico com quem eu me tratei, acabei esquecendo um pouco esse assunto e me concentrando mais na minha recuperação.

Como foram os meses em que esteve parado? O que você fazia para passar o tempo?
Foram cinco meses horríveis. O pior mesmo foi ter que usar muletas durante boa parte deste tempo, o que me impossibilitou de fazer muitas coisas. Mas, ao mesmo tempo, aproveitei pra fazer coisas que um atleta tem que abdicar por causa de sua carreira, como passar mais tempo com os amigos.

O que essa lesão trouxe de aprendizado para você? Deu para tirar algo de bom de um momento tão delicado?
Foi bom para eu dar um pouco mais de valor para a minha profissão. Foi mais um caso clássico de uma coisa que a gente só dá valor quando perde.

Você viveu uma situação bem parecida com a da Juliana, que também se recuperou e voltou sendo campeã. Você chegou a usá-la como exemplo?
Claro! Nossas carreiras têm algumas coisas bem parecidas e fico feliz que essa seja uma delas, um exemplo de superação.

Em 2007, você já havia sido campeão brasileiro ao lado do Franco, um atleta mais experiente. E em 2010, você conquista o título com Thiago, um jovem talento do vôlei de praia atual. Quais as diferenças entre esses parceiros?
Acredito que o título desse ano só foi possível por causa daquele outro de 2007. Foi com o Franco, um cracaço do esporte, que eu aprendi a liderar um time e saber tomar as decisões mais corretas em cada momento. Assim eu pude ajudar o Thiago, que tem bem menos experiência que eu, a superar os momentos mais difíceis.

Como anunciado há alguns dias atrás, você e Thiago põem fim à dupla. Por que tomaram essa decisão?
A dupla foi encerrada pela vontade que eu e o Pedro Solberg, meu novo parceiro para 2011, temos de reviver a nossa curta parceria do ano passado, que acabou por causa da minha contusão. Agora esperamos que a gente consiga atingir todo nosso potencial, conseguindo muitos títulos, uma das vagas pra Londres 2012 e quem sabe um ouro olímpico também.

O que você guarda de positivo dessa rápida e vitoriosa parceria com o Thiago?
Guardo de positivo com os momentos difíceis que foram superados.

Você e Thiago conseguiram um bom patrocínio para a temporada, a 3B-Rio. Você acha que isso ajudou no sucesso da dupla também?
Sim, um bom patrocínio ajuda uma equipe a ter um bom suporte no que diz respeito à comissão técnica e médica, além de dar uma tranquilidade financeira que permite que o foco fique voltado somente pra dentro da quadra.

As duplas brasileiras não tiveram um bom rendimento no Circuito Mundial em 2010. Rogers e Daulhauser foram os grandes nomes da temporada. Para 2011, agora ao lado de Solberg, você promete incomodá-los mais?
O nosso objetivo principal é o Circuito Mundial e sabemos que nós os enfrentaremos diversas vezes. Com o nosso trabalho sendo bem feito, acredito que será uma boa briga. Além dos americanos, tem os alemães, holandeses, chineses, que também nos darão muito trabalho.

E no Brasil, quem você considera seus principais adversários para a próxima temporada?
Nossos grandes adversários devem ser as duplas que foram bem já neste ano, como Ricardo/Márcio e Alison/Emanuel.

Saque curto: 

Nome: Pedro Henrique de Miranda D'Araújo da Cunha

Cidade: Rio de Janeiro (RJ) 

Nascimento: 10/06/83

Peso e altura: 85kg e 1,89m

Apelido: Pipen

Uma música: Pescador de Ilusões, O Rappa

Um filme: Green Mile

Um bom lugar para competir: Polônia

Comida preferida: Strogonoff da mamãe

Time de futebol: Fluminense

Um sonho: Viver feliz até velhinho

O que gosta de fazer nas horas vagas: Ficar com os amigos

Hobbie: Playstation 3
Comentários
0 Comentários
Real Time Web Analytics