Curioso que a situação como
torcedora que vou relatar neste post tenha passado bem longe das quadras e num
local até bem improvável: o aeroporto. Aconteceu este ano, mais
precisamente no mês de julho, e creio que se enquadraria na categoria
“aventura”.
Sou torcedora de Juliana e Larissa, do vôlei de praia, e moro em Fortaleza, local, como sabido, onde a dupla mantém seu Centro
de Treinamento. Contudo, até o ano passado, apesar de já admirar as meninas,
não podia acompanhar tão de perto seus jogos e suas conquistas, em virtude dos
compromissos colegiais/universitários, mas sempre observava que elas mereciam
ter mais reconhecimento, a começar pela cidade que escolheram para treinar.
Mesmo com todo o
cansaço de um longo voo, sem falar no atraso de quase nove horas, a mudança do
fuso, o fato de terem feito um jogo difícil no sábado e todos os componentes
suficientes para estressar qualquer um, as duas foram muito atenciosas e
receptivas! Tiveram ânimo para fotografar, mostrar medalhas, agradecer...
Enfim, aqueles minutos com elas recompensaram todo o esforço de estar ali
naquela hora, que eu jamais imaginaria estar, pois a ideia inicial era uma
chegada em “horário comercial” (rs)!
Mas o sentimento foi muito bom.
Todos nós vivemos em busca de reconhecimento no que fazemos, mas, nem sempre,
reconhecemos o trabalho daqueles que estão ao nosso redor. Com os atletas,
especialmente os de outras modalidades que não a “paixão nacional”, opera-se o
mesmo.
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Recepção às campeãs em plena madrugada. Foto: Arquivo pessoal |
Pois bem, com a inédita
conquista do Campeonato Mundial, em Roma, em junho, decidi fazer a minha parte
em relação a esta valorização e, para isso, contei com a valiosa contribuição
da Karina, que mantém o blog oficial da dupla.
Comentei com ela o meu desejo de
recepcionar as campeãs no aeroporto, afinal, quase que diariamente, nos meios
de comunicação, vemos times de futebol sendo recebidos por suas torcidas, quer
para comemorar as conquistas, quer para protestar contra os maus resultados,
por que então Juliana e Larissa, campeãs mundiais (coisa que a seleção de futebol faz tempo que não é), não mereceriam o mesmo tratamento (na parte boa,
lógico)? E ela comprou a ideia junto comigo.
Assim, descobrimos dia e
horário da chegada da dupla, providenciamos flores e presentes e
ela me colocou em contato com pessoas que pudessem me ajudar na empreitada.
Detalhe: eu em Fortaleza/CE e ela em Joinville/SC! Pois bem, a chegada estava
programada para um domingo, às 18:35h, ou seja, um horário super tranquilo para
ir ao Aeroporto recepcioná-las.
Ocorre que o fator emoção
entrou em “quadra”. Desde cedo, no domingo, ficamos monitorando o horário de
chegada e, qual não foi nossa surpresa ao descobrir que o voo tinha atrasado,
mas não um atraso normal: o voo que deveria chegar às 18h35 estava com
previsão para 3h30, isso mesmo, madrugada!
Aí o que seria uma recepção normal
virou aventura! Karina tentando ajudar de Joinville e eu tentando resolver aqui
em Fortaleza se iria, como iria, com quem iria ao aeroporto na madrugada de uma
segunda-feira! Mas, como mãe é mãe, a minha se dispôs a ir comigo e assim
partimos pela madrugada, de táxi.
No aeroporto, conhecemos
pessoalmente a Ana, amiga das meninas, e o irmão da Juliana, que já tinham falado comigo pela
internet mais cedo, e mais alguns familiares das meninas. Quando finalmente chegaram, Juliana e Larissa foram maravilhosas comigo e com a minha mãe!
Ana é uma das poucas a recepcionar a dupla após o título mundial. |
Inacreditável que a dupla campeã mundial, depois de uma heroica virada
para cima das bicampeãs olímpicas e lendárias Walsh e May, não tenha tido, por
exemplo, uma cobertura de seu retorno ao país noticiada pela mídia, apenas
porque retornaram algumas semanas depois da conquista, como se isso diminuísse
seu mérito, seu valor.
Naquele momento, pois, me senti
muito feliz de estar lá e recepcioná-las, de demonstrar que sempre existe um
torcedor que valoriza o trabalho delas e para quem suas conquistas também são
motivo de orgulho e alegria! Não preciso nem dizer que, depois desse dia, minha
admiração e minha torcida por elas só aumentou, né? Ah, e elas ganharam mais
uma torcedora: minha mãe! (rs)
PS: Quem quiser conhecer a versão
da Karina desses mesmos fatos, fica a dica do post da época “Recepção às Campeãs em Fortaleza”
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