Após ouro, prata e bronze, homens garantiram ouro e bronze. Foto: Divulgação/FIVB |
Na decisão deste domingo (5), mesmo jogando contra o time da casa e com uma torcida de 5.500 holandeses, Alison/Bruno Schmitd tiveram muita maturidade para começar perdendo por 21/12 no primeiro set para depois reverter as duas parciais seguintes, em 21/14 e um surpreendente 22/20 (no tie-break a partida tradicionalmente acaba nos 15 pontos).
Zerado das duas cirurgias (uma no joelho direito e outra para retirada de apêndice), o "mamute" parece estar em sua melhor forma em 2015. Disputando praticamente todas as etapas do tour desde 2009, o capixaba chegou à sua terceira final de Copa do Mundo, das quatro disputadas, obtendo agora dois ouros (a primeira foi conquistada ao lado de Emanuel, em 2011) e uma prata, com Harley, em 2009.
Já o "mágico" Bruno Schmitd, do alto dos seus modestos 1,85m, estreou em decisões mundiais justamente com o ouro. Mesmo sendo um dos atletas mais baixos do campeonato, ele ainda recebeu o merecido prêmio de melhor atacante de toda a competição.
Pedro Solberg/Evandro, que já vem numa batida mais vencedora em 2015, fecharam o quadro de medalhas brasileiro com um bronze.
Única dupla norte-americana entre as seis semifinalistas dos dois naipes, masculino e feminino, Lucena/Brunner não foram capazes de parar a ótima química formada pelos cariocas, que fecharam o jogo em 2 sets a 0, com parciais de 22/20 e 21/13.
Ao fazer três aces consecutivos no segundo set da final, Evandro não só garantiria a prata, como o título de melhor saque e dono do saque mais rápido. Solberg, que, enalteceu Evandro, considerado-o "o cara" entre todos os parceiros de sua carreira (e não foram poucos), recebeu o troféu de melhor pontuador do Mundial.
Dizer que os dois ouros em Haia é um presságio de dois ouros nos Jogos Rio 2016 é um pouco arriscado. Para efeitos de comparação, em 2011, em Roma, Juliana/Larissa e Alison/Emanuel também foram campeões. No ano seguinte, porém, essas parcerias foram "apenas" bronze e prata, respectivamente, em Londres.
Talvez, o mais certo após essas históricas cinco medalhas é que teremos uma disputa olímpica muito mais forte do que nos últimos ciclos olímpicos. Agora, ao invés de duas ou três duplas, no máximo, lutando pelas vagas, temos entre três e até cinco parcerias pleiteando um lugar nas Olimpíadas 2016.
Se por um lado temos um vôlei de praia brasileiro mais forte e homogêneo no cenário internacional, vemos um Estados Unidos que não anda lá muito bem (apenas quarto com Brunner/Lucenna e quinto com Fendrick/Sweat, que estão longe de ser dupla número 1 do país). Walsh/Ross, candidatas ao pódio do Rio, há tempos não emplacam uma boa sequência. Duplas chinesas, que também se destacavam nos mundiais anteriores, também não demonstraram às duplas do Brasil neste mundial. Wang/Yue eliminaram Walsh/Ross nas oitavas de final para, em seguida, serem eliminadas pelas campeãs Ágatha/Bárbara nas quartas.
Há pouco menos de 400 dias para os Jogos, muita coisa ainda pode acontecer. E manter esse nível nas etapas restantes, que realmente contam pontos para as Olimpíadas, vai ser a obrigação de quem quer estar em Copacabana ano que vem.
Quem sabe, após essa "trinca" de medalhas no feminino, não possamos ter uma dobradinha (para os Jogos são permitidas duas duplas de cada país), 20 anos após o ouro e prata de Atlanta, em 1996.
A partir desta terça (7), as atenções se voltam para o Major Series de Gstaad, na Suíça, competição que volta a valer pontos na corrida olímpica.