sábado, 4 de julho de 2015

Pela primeira vez na história, o mesmo país foi ouro, prata e bronze
Foto: Divulgação/FIVB
Quatro de julho de 2015. Neste sábado, os brasileiros podiam estar comemorando o título da Copa América de futebol.

Mas não. Quem fez história foi o vôlei de praia. Pela primeira vez, desde o início da competição, em 1997, o pódio do Campeonato Mundial - ou Copa do Mundo, como eu insisto em dizer - foi do mesmo país.

Invictas no torneio, e com apenas um set perdido, Ágatha/Bárbara Seixas brilharam. Na decisão deste sábado, vitória por 2 sets a 0 (21-18, 21-19) sobre Fernanda Berti/Taiana e terceiro ouro mundial da parceria nesta temporada 2015 do tour (os dois primeiros foram em Praga e São Petersburgo). Além do título, Ágatha foi eleita a melhor jogadora do torneio.

Na disputa do bronze, Juliana/Maria Elisa acordaram a partir do segundo set e, como brasileiras que são, tiveram garra para virar a partida no tie-break, em parciais de 23/25, 21/18 e 15/9, superando as alemãs Holtwick/Semmler (nada de humilhação diante da Alemanha no vôlei de praia, ok?).

Ouro, prata e bronze numa mesma edição do torneio.

Ouro que mostra o quanto Àgatha/Bárbara evoluíram nestes últimos anos. Com a aposentadoria de Larissa, e com a consequente separação do lendário time formado por ela e Juliana, a dupla Brasoil viu a brecha se abrir, conquistou o título brasileiro 2012/13, foi campeã de novo em 2013/14 e ganhou força no cenário nacional e internacional. E agora, mesmo com a volta de Larissa, que voltou ao velho ritmo vencedor, agora ao lado de Talita, elas não caíram para o posto de coadjuvantes.

Com os mil pontos conquistados hoje, elas abrem vantagem na liderança do ranking mundial da temporada, em pleno ano pré-olímpico, com todas as duplas internacionais pleiteando os melhores resultados.

Fê Berti, eleita a melhor atacante da Copa do Mundo, e Taiana, também brilharam. Das quatro duplas brasileiras na Holanda, inicialmente elas podiam ser consideradas a com menor chance de título. Na prática, derrubaram a teoria. Com aproximadamente um ano de formação da parceria, Taiana voltou a jogar o seu velho e bom voleibol, cujo auge foi com Talita, na temporada 2013, que deu a ela o título da temporada internacional, e Berti, que abandonou as quadras para se dedicar às areias, começa a colher os frutos da escolha. Num país com Àgatha, Bárbara, Larissa, Talita, Juliana e Maria Elisa, a prata foi um ótimo resultado para elas.

Juliana, que agora soma cinco medalhas mundiais (duas pratas, dois bronzes e um ouro), voltou ao pódio de Copa do Mundo após ser impedida de disputar a competição em 2013, quando foi cortada da seleção de vôlei de praia, sistema que vigorou naquele ano no Brasil. Maria Elisa, que conquistou o bronze em 2009, repete a medalha. Além do bronze, elas comemoram a ótima partida feita nas oitavas de final, que culminou na eliminação precoce de Larissa/Talita, até então considerada a dupla brasileira mais provável ao ouro. Nas premiações individuais, Juliana recebeu o prêmio de maior pontuadora e Maria ganhou o troféu de melhor saque.

Assim como Larissa/Talita, Walsh/Ross (sim, elas também participaram) foram eliminadas pela China nas oitavas, terminando no modesto nono lugar. Se tivemos três duplas no pódio, o melhor resultado americano foi o de Fendrick/Sweat, que chegaram em quinto.

A Copa das Copas do vôlei de praia, que, ironicamente, não serve para nada na corrida olímpica, já a pontuação do torneio não entra no somatório que definirá as duas duplas representantes do Brasil nos Jogos do Rio (como o formato do Campeonato Mundial não apresenta country cota e qualifying, o que impedia a participação de mais duplas nacionais, como Maria Clara e Carol, atletas e CBV decidiram não utilizar os pontos do campeonato na conta olímpica).

Faltando quatro torneios para o encerramento da contagem de pontos (Suíça, Japão, Estados Unidos e Polônia), é difícil adiantar quem vai estar no Rio em 2016. Diferente dos últimos anos, em que Juliana/Larissa, Talita/Maria Elisa e anteriormente Talita/Renata, não tiveram muita concorrência na disputa pela vaga, o cenário está totalmente aberto e imprevisível.

E isso é muito bom. Bom para o torcedor e bom para o próprio vôlei de praia brasileiro, que vê suas duplas tendo que dar o melhor para chegar lá.

Neste domingo (5), Alison/Bruno Schmitd também podem ser ouro. Para isso, precisam derrotar os donos da casa Nummerdor/Varenhors. Pedro Solberg/Evandro disputarão o bronze contra os norte-americanos Lucena/Brunner.



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