sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

CGU comprova irregularidades de ex-presidente Ary Graça
Há 23 anos, pensar em voleibol brasileiro sem pensar em Banco do Brasil era imaginar em queijo sem goiabada. Agora, após a confirmação da Controladoria Geral da União (CGU), a partir de uma série de denúncias do jornalista Lúcio de Castro, da ESPN, de que houve um desfalque de aproximadamente 30 milhões da verba destinada ao esporte, entre 2010 e 2013, o que era um case de sucesso pode ter um final dramático.

Depois da longa parceria e dos desvios comprovadamente identificados, o Banco do Brasil anunciou nesta quinta (11) a suspensão de todo o patrocínio, que iria até 2017.

Desvios que beneficiavam os amigos de Ary Graça, e os seus próprios genros, e impediam que atletas recebessem as premiações em sua totalidade. Em síntese, uma empresa fantasma relacionada ao mandatário recebia e um atleta, que exerce honestamente a profissão, vencia torneios sem receber todo o dinheiro que o Banco do Brasil lhe destinava.

Há pouco menos de dois anos para a Olimpíada Rio 2016, a modalidade que trouxe 20 medalhas para o país pode começar a viver tempos ainda difíceis.

Afinal, agora é preciso saber quem pagará as contas. De imediato, as perguntas mais complicadas são: 1) como vão ficar os orçamentos dos centros de treinamento? 2) Como serão pagos os salários das comissões técnicas e dos treinadores das seleções? 3) Quem sustentará a logística dos atletas para as principais competições nacionais e internacionais? 4) Como ficarão as premiações, no indoor e no vôlei de praia, que inclusive estampava, até a etapa do último domingo, o nome do banco em quase todos os cantos das arenas? 5) E as categorias de base?

Se a conta não fechar, há sim grandes riscos dos títulos e medalhas começarem a minguar.

A longo prazo, as poucas empresas que investem em voleibol no Brasil podem desacreditar de vez no esporte e darem adeus aos clubes e às categorias de base.

Acho que 99,9% de quem ler este texto concordará comigo: em meio a tantos e tantos casos de corrupção no Brasil, esses escândalos no vôlei, que até então era considerado modelo de excelência, certamente foi a pior decepção esportiva do ano.

A imagem ficou arranhada. O dinheiro vai encurtar. E (tomara!) que eu esteja sendo pessimista demais. Mas, diante da atual circunstância, está difícil ver o copo meio cheio. Preparem-se, porque a turbulência está só começando.


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