quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Na imagem, dois únicos ouros do Brasil, com Ricardo/Emanuel
(2004) e Jacqueline/Sandra (1996)

Faltam exatamente 365 dias para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Agora, definitivamente, os olhos do mundo se voltam para a cidade carioca. Também a partir de hoje, a imprensa esportiva passa a dar destaque para modalidades menos popularizadas, incluindo o vôlei de praia. Além disso, muitos "gurus" estão preparando as previsões e apostas.

Começando exatamente um dia após a cerimônia de abertura, portanto, 6 de agosto, o vôlei de praia tem tudo para ajudar o COB a chegar à meta pretendida, ficando no TOP10 do quadro de medalhas.

E com o retrospecto das Olimpíadas anteriores, somado ao bom momento vivido pelas duplas brasileiras, o resultado da modalidade, nascida em Copacabana, local da arena olímpica, pode ser bem satisfatório.

No entanto, a resposta sobre quantas medalhas teremos em 2016 ainda é uma incógnita. Para uma modalidade com jogos praticamente todos os finais de semana, num ritmo tão competitivo quanto o atual, os 365 dias, por mais que pareçam estar próximos, ainda escondem um longo trajeto.

Diferente dos últimos ciclos olímpicos, em que a dupla número 1 de cada naipe era conhecida bem antes dos Jogos, estamos vivendo talvez a disputa pela vaga mais intensa desde que o vôlei de praia entrou para o grupo de esportes olímpicos, em 1996. Se antes Ricardo/Emanuel, Adriana Behar/Shelda, Larissa/Juliana eram representantes praticamente certos, hoje a situação já não é mais a mesma.

Disputa que pode, inclusive, ser um fator positivo na busca pelas medalhas. Para quem acompanha o dia a dia da modalidade, percebe-se uma briga bem nivelada e sadia entre Larissa/Talita, atuais campeãs brasileiras, Àgatha/Bárbara Seixas, atuais campeãs mundiais e líderes do ranking do Circuito Mundial 2015, e Juliana/Maria Elisa, campeãs do tour internacional em 2014. Isso sem falar em Taiana/Fernanda Berti, que surpreenderam na Copa do Mundo da Holanda, e Maria Clara/Carol, que ajudam a aumentar o nível brasileiro.

Numa situação oposta, norte-americanas, que têm Walsh/May como atuais tri-campeãs olímpicas, já não vivem um bom momento. Mesmo sem frisar o Circuito Mundial em quase nenhuma temporada, a má fase das nossas maires algozes é visível. Walsh, agora ao lado de April Ross, vem lutando contra uma lesão no ombro e há tempos não engata uma boa sequência de vitórias. Mesmo assim, será sempre Walsh. Mesmo com o ombro deslocado durante a partida contra Ágatha/Bárbara Seixas, conseguiu seguir no jogo e eliminar as brasileiras no recente Major Series de Gstaad. Nos anos anteriores a 2012, ela também pouco se destacava e, pela beiradas, chegou ao terceiro ouro consecutivo da carreira.

Já na Europa, o esporte vem se fortalecendo dia após dia e não é de se espantar de pintar Alemanha, Espanha, Holanda ou Itália no pódio. Soma-se a isso bons times do Canadá e duplas chinesas que passaram a se destacar após os Jogos de Pequim, em 2008.

Entre os homens, o cenário é idêntico. Ricardo e Emanuel se separaram, fizeram o ciclo de Londres com parceiros distintos, reeditaram a parceria 10 anos após o ouro em Atenas e aparecem na terceira colocação no atual ranking da corrida verde e amarela. Alison/Bruno Shcmitd, ouro no Campeonato Mundial da Holanda, e Pedro Solberg/Evandro, cariocas da gema, super motivados para jogar no "quintal de casa", engrossam uma briga que deve ser finalizada somente após o Open do Rio de Janeiro, evento-teste para as Olimpíadas 2016 e última etapa a somar pontos para os brasileiros.

Fechada a contagem de pontos, a dupla líder, tanto do masculino quanto do feminino, estará com a vaga assegurada. A outra será definida pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) até janeiro de 2016, conforme promete a entidade. Muito provavelmente, deverá ser a parceria que obtiver a segunda colocação no somatório brasileiro.

Definido quais atletas nos representarão, o embate deve ser bem mais que um Brasil x Estados Unidos. Na briga estarão Holanda, Letônia, Polônia, Espanha... Vale lembrar que os alemães Brink/ Reckermann deixaram Alison/Emanuel "somente" com a prata em Londres (gol, ou melhor, ponto da Alemanha).

Saindo do muro: podemos conquistar quatro medalhas em Copacabana. Dependendo do critério, se permitir que duplas do mesmo país façam a final, talvez até ouro e prata. Pode ser que venha um ouro, um bronze. Ou uma prata e um bronze. Ou um ouro e um quarto lugar... As combinações são variadas. Pode até ser, num pensamento muito pessimista, que a pressão exercida sobre os atletas, pela torcida e pela mídia, seja tão grande que sequer cheguemos ao pódio.

Falta muito pouco, mas, ao mesmo tempo, falta muito para 5 de agosto (ou melhor, 17, data das finais). Neste intervalo, as duplas precisam manter volume de jogo, foco e corpo em dia (uma lesão a essa altura praticamente encerra a briga olímpica ou prejudica no preparatório para 2016).

Por outro lado, agora mais otimista, esse clima por jogar em casa, vai trazer uma empolgação inédita, que tem tudo para culminar em algo parecido com a imagem desta postagem: com bandeira brasileira passeando no pódio.

Seja bem-vindo, 2016! A gente vai se falando até o dia 5 de agosto do ano que vem!

Corrigida às 14h15: Na verdade, faltam 366 dias para os Jogos Olímpicos, já que 2016 será bissexto

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