sábado, 21 de abril de 2012

Cruzeirentes comemoram título inédito da equipe. Foto: CBV
Quatro meses, onze dias e 38 partidas: esse foi o tempo e o número de jogos necessários para que a equipe mineira do Sada/Cruzeiro chegasse ao título de campeã da Superliga Masculina 2011/12 de Vôlei. Atuação convincente, madura e equilibrada contra o Vôlei Futuro e título incontestável.

Inconstestável não só pela atuação de hoje, mas por todo o volume de jogo apresentado ao logo da Superliga e por mostrar a força de seu grupo, colocando quatro jogadores entre os seis melhores da competição.

Sem grandes estrelas, na verdade sem um único nome de referência nacional, mas acreditando na força de um grupo montado desde a temporada passada, a equipe resolveu sabiamente (re)apostar nos mesmos jogadores que foram vice-campeões da última Superliga e ver até onde essa confiança levaria o projeto.

Mais grupo e sem necessidade de muito entrosamento inicial, não houve dificuldades para que a equipe garantisse a primeira colocação na fase classificatória, fator que concedia a oportunidade de enfrentar o BMG/São Bernardo, oitavo e último classificado para as quartas-de-finais.

E ali nos playoffs talvez tenha acontecido a grande oscilação de rendimento do grupo. Mesmo último classificado, o time do interior paulista venceu uma partida e forçou um terceiro e decisivo confronto em Belo Horizonte, que recolocou o time azul nos eixos novamente.

Depois disso, vitórias tranquilas contra os conterrâneos do Vivo/Minas e dias de espera para conhecer o adversário da decisão.

Na final de hoje, o fato de não ter Lorena em quadra durante boa parte da partida obviamente ajudou a facilitar as coisas, situação que, no entanto, não tira os méritos da conquista mineira.

Enquanto o Vôlei Futuro pagava caro pela contusão de sua principal peça, a boa atuação do ponteiro Maurício comprovava que o Sada Cruzeiro realmente tinha mais time. Sem uma boa apresentação de Camejo, também vindo de contusão, as boas atuações de Michael e Vini não foram mais eficientes que as de Wallace, Filipe, Douglas e todo o conjunto cruzeirense.

Enquanto teve Lorena, equilíbrio emocional - fator que ainda necessita evoluir um pouco mais no grupo de Araçatuba - e vibração, o Vôlei Futuro dava indícios que, no mínimo, levaria a partida para o tie-break. No entanto, sem esses três fatores, as parciais de 25/13 e 25/19 acabaram por dar fim a um campeonato também muito bem disputado.

Num projeto tão bacana quanto o do Sada Cruzeiro, a equipe de Araçatuba comemora a evolução apresentada nessa última temporada, chega a sua primeira decisão e, talvez, se tivesse a oportunidade de fazer a final em três partidas, tal como nas quartas-de-finais e nas semifinais, conseguisse pelo menos fazer 1 a 1 no placar de vitórias conquistadas.

No entanto, regulamento é regulamento e não há como negá-lo.

Ao time paulista, coube o título de melhor saque da competição, concedido ao seu central Vini. Gustavão, do Medley/Campinas, se destacou no bloqueio e Wallace (melhor ataque), Filipe (melhor recepção), Serginho (melhor defesa) e Willian (melhor levantamento) terminaram por confirmar o merecimento do título cruzeirense.

 No geral, uma Superliga empolgante, emocionante e muito equilibrada.

Triste saber que alguns projetos ficarão pelo caminho, como aparenta acontecer com o Cimed/Sky (Sky saiu e Grupo Cimed deve fazer o anúncio oficial em breve).

Triste saber que acabou e que uma outra Superliga só começa no final do ano. É esperar e torcer para que a próxima edição seja tão boa ou ainda melhor do que esta.

PS: Com o final da Superliga, assim como na temporada passada, para descontrair um pouco e aguardar o início da Liga Mundial, será feita uma nova eleição Muso e Musa da Superliga. Os detalhes virão num próximo post, mas vocês já podem ir enviando sugestões aqui pelos comentários do blog, pelo Twitter e/ou Facebook. Dez atletas vão compor a votação final.

PS 2: Amanhã comentarei sobre a etapa de Brasília do Circuito Mundial de Vôlei de Praia. Tal como no feminino, o Brasil não será ouro no masculino. Ricardo/Pedro Cunha perderam nas semifinais de hoje para Rogers/Daulhausser e a final é 100% norte-americana.
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