domingo, 14 de novembro de 2010

A história se repete de novo. Brasil, prata no Mundial Feminino de Vôlei com mais uma derrota para Rússia no tie-break. E as justificativas são as mais variadas: o erro de arbitragem, quando a seleção estava a frente no tie break, a ausência de Mari e Paula Pequeno, a genialidade da craque Gamova, os nossos problemas de levantamento...

Seleção comemorando o ponto contra as russas. Fonte: FIVB
Tudo isso interferiu, mas não sai da minha cabeça que o principal adversário do Brasil foi o Brasil mesmo. Até quando estivemos com a cabeça no lugar, nenhum desses fatores nos atrapalhou.

Começamos jogando bem, de forma arrasadora, mas aos poucos o nervosimo, a inconstância e a oscilação emocional, que infelizmente não é de hoje e que ninguém ainda conseguiu resolver, decidiu o jogo de novo.

Era visível o apagão no quarto set, a sensação de motivação no início do tie-break e novamente a queda emocional na casa do 11º ponto, quando o time russo já tinha virado a partida.

Diferente delas, e isso não é só no vôlei, é uma característica de todo atleta brasileiro: não conseguimos reagir quando a situação não está boa para o nosso lado.

Mas, crucificá-las por isso não é justo. Isso é um detalhe, que precisa ser corrigido logo, mas que não apaga o brilho do voleibol brasileiro. Perdemos para um time seis vezes campeão mundial, com uma baita experiência e que não se abala quando está atrás no placar. Até a final, tínhamos vencido todos os jogos, inclusive, com uma virada histórica ontem contra as japonesas, donas da casa.

Somos as atuais campeãs olimpícas, o topo para qualquer equipe do mundo, e há anos mostramos que entramos definitiamente para o seleto grupo de melhores seleções do planeta. Perder faz parte do jogo e sair com a cabeça erguida é a atitude mais louvável de um bom time.

Em 2010, as glórias foram enormes com o vôlei brasileiro e nunca na história desse país, como dirira nosso presidente, tivemos tanto orgulho num esporte que carece de muito reconhecimento ainda. Até porque em anos de mundiais, de vôlei e de futebol, o orgulho foi bem maior com o primeiro.

Como boas vice-campeãs, é dar a volta por cima, trabalhar mais contra esse emocional, superá-lo e seguir firme buscando os tantos e tantos títulos que ainda estão pela frente. O sentindo não pode parar e não é o resultado de hoje que vai tirar o brilho dessa seleção tão vencedora.
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