domingo, 23 de março de 2014

Se até dois anos atrás, Juliana/Larissa praticamente dominavam as conquistas do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, com a separação da parceria multicampeã as novas campeãs brasileiras passaram a responder pelo nome de Ágatha/Bárbara Seixas. 

Ontem à noite, em Maceió, na nona e última etapa da temporada 2013/14, a dupla garantiu o bicampeonato do Circuito Brasileiro.

Com braçadeira como forma de protesto, Ágatha/Bárbara comemoram bicampeonato brasileiro. Foto: CBV

Juliana/Maria Elisa, únicas que ainda podiam ultrapassar Ágatha/Bárbara, tinham que vencer a etapa e torcer pela derrota das adversárias nas semifinais. Venceram, mas não conseguiram tirar os 40 pontos que as separavam.

Méritos para Ágatha/Bárbara, sempre regulares e com praticamente o mesmo volume de jogo durante toda a temporada. Além disso, é interessante observar a alegria e a harmonia entre as parceiras.

E méritos para Juliana/Maria Elisa, que em quase um ano e meio de parceria só conseguiram jogar 13 etapas juntas. Com tão pouco tempo para se dedicaram exclusivamente ao trabalho da dupla, o vice-campeonato não deixa de ser um bom resultado.

No masculino, com Márcio/Ricardo já campeões desde a etapa de João Pessoa, o duelo ficou novamente entre Alison/Bruno Schmitd e Pedro Solberg/Emanuel.

Assim como na decisão dos Jogos Sul-Americanos, Alison/Bruno levaram a melhor.

Agora, com todo o ranking da temporada definido, as 16 melhores duplas classificam-se para o Superpraia, que acontecerá em abril, dividido entre Superpraia A e B.

Outro destaque em Maceió foi o protesto simples e eficiente dos atletas: jogando com braçadeiras de amor ao esporte, boa parte dos jogadores tornaram pública a insatisfação contra a falta de transparência na CBV nos recentes escândalos envolvendo a entidade.

terça-feira, 18 de março de 2014

CBV muda formato de convocação e integra Juliana novamente ao grupo.
Depois de uma experiência não muito justa e convincente na temporada passada, a seleção de vôlei de praia terá mudanças na forma de convocação dos atletas para as competições internacionais.

Diferente do que aconteceu em 2013, o novo critério manterá o formato original das parcerias.

Se ano passado Marcos Miranda e Letícia Pessoa, técnicos das seleções feminina e masculina, respectivamente, podiam mexer nas formações como bem entendessem, agora as duplas voltarão a ter autonomia nas suas formações.

Com o novo critério, Talita/Taiana, Maria Clara/Carol, Juliana/Maria Elisa, Ágatha/Bárbara Seixas, Pedro Solberg/Emanuel, Alison/Bruno Schmitd, Ricardo/Álvaro Filho e Vitor Felipe/Evandro são os representantes do Brasil na etapa de abertura do Circuito Mundial, em Fuzhou, e no Grand Slam de Xangai, ambos na China.

Ótimo para Ágatha/Bárbara Seixas, campeãs brasileiras, mas incrivelmente concorrentes nas etapas de Circuito Mundial, já que Ágatha teve que jogar todo o tour ao lado de Maria Elisa e Bárbara Seixas ao lado de Lili.

Ruim para Lili que, com a gravidez da parceira Rebecca, e agora ao lado da jovem Duda, de apenas 15 anos, acabou ficando fora dessa primeira lista de convocados.

Mas, mesmo com Lili de fora, o novo sistema é muito, mas muito, melhor.

Embora as convocações ainda impeçam que qualquer dupla ranqueada tenha a oportunidade de se inscrever nas competições internacionais, como acontecia até 2012, manter as formações originais é um ponto muito positivo para as duplas.

Bom para a equipe técnica, que consegue manter um planejamento na sequência de treinos, bom para o patrocinador, que vê seus atletas juntos durante toda a temporada, bom para o torcedor, que não fica perdido com tantas trocas e bom, principalmente, para os atletas, que tanto necessitam de uma palavrinha chamada entrosamento.

Juntos, e contando com o aporte da CBV, no custeio de viagens, logística, preparo físico, dentre outros itens, o trabalho será facilitado.

Para quem fica de fora da lista, sempre há um lamento. Até porque sobra muita gente boa, como o medalhista olímpico Márcio, campeão brasileiro por antecipação dessa temporada 2013/14 ao lado de Ricardo, mas visivelmente sem espaço na seleção de vôlei de praia.

Falta de espaço que talvez mostre a "panela" que ainda há por trás das convocações.

Mas, mesmo ainda injusto com atletas como Márcio, vejo como um avanço a manutenção das duplas.

Um último adentro: percebam que Juliana, na geladeira durante toda a temporada passada, por criticar duramente o sistema de seleções, está de volta.

Outro ponto positivo para que há de se ressaltar.

domingo, 16 de março de 2014

Nova parceria entre Alison/Bruno conquista primeiro título.
Não foi uma competição com nível técnico tão forte quanto o brasileiro, mas, de qualquer forma, as duplas de vôlei de praia do Brasil saíram de dos Jogos Sul-Americanos com dois ouros e dois bronzes.

Mais importantes que a medalha dourada em si foi a possibilidade de acumular pontos para o ranking mundial, caso a competição 2014 siga o mesmo critério de pontuação da temporada passada.

E só não foram dois ouros e duas pratas porque o regulamento da competição obrigava o cruzamento de parcerias do mesmo país na semifinal do torneio.

Para chegar ao ouro, Alison/Bruno Schmidt tiveram que vencer Pedro Solberg/Emanuel, fator até então inédito para eles. Na decisão, venceram os donos da casa Marco/Esteban Grimalt por 2x0.

Derrotados pelos compatriotas, Solberg/Emanuel garantiram o bronze depois de passarem pelos venezuelanos Jesus Villafañe e Jackson Henriquez.

No naipe feminino, a maior dificuldade de Talita/Taiana na campanha dourada também foi no confronto verde e amarelo.

Depois de passarem por Lili/Duda por 2x1 (18/21, 21/17 e 15/10), o ouro veio com a vitória por 2x0 sobre as argentinas Ana Gallay e Georgina Klug.

Lili/Duda tiveram um pouco mais de dificuldade, mas mesmo assim venceram as colombianas Andrea e Claudia Galindo por 2x1 na disputa do bronze.

Sem muitos adversários à altura, o balanço geral dos Jogos Sul-Americanos só podia ter sido esse mesmo. Mas de qualquer forma, em tempos de escândalos envolvendo o vôlei, a modalidade seguiu no seu prestígio.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Após denúncias da ESPN, mandatário deixa cargo da CBV.
Mesmo com muitos problemas, muitas vezes jogados para debaixo do tapete, como falta de patrocínios, desorganização dos calendários, vendas de direitos de transmissão e convocações mal explicadas no novo sistema de seleções de vôlei de praia, o vôlei ainda era considerado o esporte mais credível do Brasil.

Mas a brilhante imagem da modalidade começou a ser manchada nos últimos dias.

Quanto à ascensão da modalidade, não há argumentos. Em pouco mais de 20 anos, foram dois ouros olímpicos da seleção masculina (1992 e 2004), outros dois da equipe feminina (2008 e 2012) e um vôlei de praia quase sempre nos pódios a partir de 1996.

Só que contratos firmados entre os amigos de Ary Graça, também gestores da CBV, e Banco do Brasil, o mesmo patrocinador que fez o vôlei brasileiro se tornar o que tornou, estão colocando por água abaixo o trabalho de anos.

Entre as séries de denúncias feitas pelo jornalista Lúcios de Castro, da ESPN, mais de R$ 20 milhões do Banco do Brasil foram parar nos cofres de empresas que, na verdade, não prestaram serviços à entidade.

ESPN que, diga-se de passagem, é mais uma das emissoras mordidas por não ter os direitos de transmissão do vôlei, há anos presos das mãos da Rede Globo.

Em meio ao turbilhão de acusações, Ary acabou perdendo a queda de braço e agora há pouco foi obrigado a renunciar o cargo da entidade máxima do voleibol nacional.

Renuncia que, superficialmente, não muda muita coisa nos bastidores. Até porque, o mandatário ocupa o cargo da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) desde 2012.

Licenciado do cargo, Ary teoricamente não poderá voltar mais à presidência da CBV assim que seu mandato internacional terminar. Mas, como política é política, sempre é possível coordenar sem estar no poder.

Já para clubes, duplas e atletas, a sujeira pode trazer muitos prejuízos.

Carente de bons (e fiéis) patrocinadores, a Superliga pode sofrer ainda mais com a falta de empresas que sustentem as equipes nas próximas temporadas.

Sem ter onde jogar, atletas podem acabar rumando para fora do país, como já aconteceu esse ano com Bruninho, por exemplo.

No vôlei de praia, o saldo das duplas que pagam as contas do próximo bolso pode ficar ainda maior.

Sem contar com o valor das premiações, que fazem tantos atletas se interessarem pelas etapas. Reduzidas, pode haver desinteresse pelos torneios, pouca competitivadade e menos revelações de talentos.

Uma coisa é certa: Sr Ary Graça, não só a sua imagem foi colocada por água abaixo. O vôlei deve viver um 2014 muito diferente dos anos passados.

E isso porque estamos a pouco mais de 2 anos para os Jogos Olímpicos do Rio. Não vai ser fácil resgatar o prestígio de uma modalidade tão bacana da noite para o dia.

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