quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Dois anos completamente distintos na carreira. Um, marcado pela eliminação precoce em Londres e pela perda da parceria. Outro, com vários ouros e resultados importantes. Demonstrando muita alegria e confiança, Talita aceitou bater um papo - também replicado na Bradesco Esportes FM - falando sobre as frustrações de 2012, do ótimo ano ao lado de Taiana e da expectativa para 2016. Prestes a conquistar o título do Circuito Mundial 2013, os pés continuam no chão e a atleta afirma que ainda está em busca da formação ideal com Taiana.

Bronze em Pequim escapou após derrota para donas da casa. 
Liderança do ranking mundial, Rainha da Praia, Campeã da World Cup e campeã da primeira etapa do Circuito Banco do Brasil 2013/14. Depois de uma Olimpíada não muito legal em Londres, o seu 2013 está sendo muito bom. Você chegou a imaginar isso?
Com certeza, eu sai de 2012 muito triste. A Olimpíada não foi como eu gostaria, não tive um final de ano muito bacana. Mas, assim que eu chamei a Taiana para jogar, vi tanta felicidade nela com esse convite que isso me trouxe muita motivação. Acho que era o que eu estava precisando e acabou que foi um bom encontro. Não há nada melhor que você sentir na pessoa que está ao seu lado essa felicidade por estar jogando com você. Eu não imaginava , lógico, tantos resultados em tão pouco tempo, mas imagina que a felicidade voltaria e que nós conseguiríamos ter bons resultados.

Você fez uma Olimpíada não muito legal (terminou em 9º) e logo depois a Maria Elisa resolveu desfazer a parceria. Você chegou a dizer em algumas entrevistas que ficou sem muitas opções de defensoras. Depois disso chegou a Taiana, vocês se firmaram e os resultados estão aí. Quando você chamou a Taiana, o pensamento era que a parceria fosse dar tão certo assim?
Acho que o tão certo foi porque a gente acreditou. Quando a gente sentou para conversar, eu falei o que gostaria, quais eram os meus planos. Ela aceitou, o Pompilho – nosso técnico – acreditou no trabalho. A gente queria fazer a nossa história, mas não imaginávamos que ia ser tão rápido. Na verdade, não foi um início tão vitorioso: a gente só conseguiu chegar em uma final do Circuito Banco do Brasil na temporada passada (em quatro etapas disputadas), sem conquistar nenhum título. Mas a Taiana já vinha demonstrado ao longo dos anos a capacidade dela. Acho que ela mostrou que podia crescer muito mais e formar um time grande.

Na questão da seleção, você e Taiana e Maria Clara/Carol não sofreram alterações na parceria. Você acha que isso foi um ponto positivo para vocês?
A gente não mudou, mas era um time novo. Na verdade, acho que só a Maria e a Carol que já eram um time desde antes a seleção. O nosso início também foi se ritmo, mas a gente foi ganhando e o entrosamento foi chegando ao longo dos treinamentos.

E para o Circuito Brasileiro: enquanto Maria Elisa, Ágatha e Lili estão refazendo o entrosamento, você e Taiana seguem o mesmo trabalho. Isso ajuda vocês, pelo menos nessas primeiras etapas?
Acho que isso pode ajudar. Acho que a gente sofreu no início por não termos jogado juntas em nenhum momento das nossas carreiras. Mas também acho que elas vão voltar a se entrosar rápido, mesmo com a quebra de parceria que teve na seleção. Eu mesma fiquei quatro meses sem jogar com a Maria Elisa e me entrosei rápido para jogar a World Cup em Campinas.

Depois de várias etapas de Circuito Mundial, vocês já devem estar cansadas. Como será a preparação de agora para frente, já que Circuito Mundial e Brasileiro serão simultâneos?
Ainda faltam algumas etapas do Mundial e o Brasileiro começou agora. Enquanto a gente está no meio para o final da temporada internacional, acabamos de começar a brasileira. Por ser momentos diferentes, é difícil conciliar. Vamos ter que fazer um trabalho mais equilibrado. A gente não pode nem esquecer o Circuito Mundial e nem o Brasileiro. Mas o vôlei de praia sempre teve um pouco disso. Sempre no segundo semestre, a gente voltava do Circuito Mundial um pouco cansada. Só que também era a final da temporada nacional. O que tá mudando agora é isso: estamos voltando de um Circuito Mundial desgastadas, mas, por outro lado, tem a vantagem de ter mais ritmo de jogo. Por mais que corpo e mente estejam cansados, esse ritmo de jogo compensa.

E como será a divisão das etapas que vocês vão jogar? Qual competição vai ter prioridade?
Como esse ano a contagem de pontos é de forma corrida, somando todas as etapas que a dupla disputar, dificulta um pouco abrir mão de alguma etapa do Circuito Mundial para jogar o Brasileiro. Então, ainda há muitos pontos em jogo e nem dá para pensar em folga de pontos em relação ao time vice-líder do ranking mundial porque a gente não sabe como serão aos próximos resultados. Com a regra anterior, que contava um certo número de etapas, as duplas podiam se dar ao luxo de abrir mão de algum torneio. Agora não.


Você e a Taiana foram indicadas ao Prêmio Esportivas do Ano, nos Estados Unidos.  Você acha que a conquista desse Prêmio vai ser a consagração do ano de vocês?
Com certeza. A indicação já deixou a gente muito feliz. Só o fato de estar concorrendo com outras atletas de outras modalidades já é muito bacana. E se a gente vencer, vamos ter ainda mais estímulo, até mesmo pensando em 2016. Essa conquista vai ser para somar e motivar ainda mais.

Mesmo não sendo carioca, você vive e treina no Rio. E começando um ciclo olímpico com bons resultados faz você pensar numa boa Olimpíada na sua “casa”?
Faz, com certeza. Só de saber que a próxima Olimpíada vai ser no Brasil, ainda mais no Rio, cidade que eu vivo há muitos anos, é muito bacana. Eu acredito que você começa a se preparar para uma Olimpíada quando a outra acaba. E 2013 está sendo um ano muito bom, com a construção do nosso time e com uma confiança muito boa. O objetivo, então, é ir conquistando mais títulos e chegar muito bem em 2016.

Você já esteve em duas Olimpíadas e ainda não conquistou medalha. Um pódio olímpico, ainda mais no Rio, é o resultado que falta nos seus vários anos de carreira no vôlei de praia?
Seria sim. Eu trabalhei nos dois últimos ciclos para isso e ainda continuo trabalhando. Em Pequim, eu e Renata chegamos na semifinal, depois de uma classificação, de certa forma, surpreendente para aos Jogos. Naquela época, a concorrência era grande e deixamos Adriana Behar/Shelda para trás, por exemplo. Em Londres, a semifinal não veio. Se eu tinha um sonho que era ir a uma Olimpíada, parte dele eu já realizei. Mas todo atleta busca ir aos Jogos e buscar uma medalha. E isso é também o que eu busco desde que comecei a jogar.

domingo, 8 de setembro de 2013

Novatos e veteranos se entrosaram e Sada não teve dificuldades.
Eu ia deixar para comentar sobre o assunto amanhã, mas, no calor das centenas de tuítes (na maioria, negativos!), resolvi escrever já de uma vez.

Em apenas 69 minutos de partida, o Sada/Cruzeiro acaba de vencer o São Bernardo na estreia da temporada 2013/14 da Superliga Masculina de vôlei. Vitória pelo tranquilo placar de 3x0.

No entanto, as parciais de 21/16, 21/15 e 21/16 mostraram muito mais que a total supremacia do time celeste que, na minha opinião, é o grande do favorito ao título.

Pelo menos no jogo de hoje, a sensação que se teve foi que adotando sets de apenas 21 pontos, a CBV estará, de fato, deixando as partidas mais atrativas para a TV.

Somando paradas técnicas, intervalos e algumas outras interrupções, o jogo de hoje durou 21 minutos a menos que uma partida de futebol, sem falar nos tradicionais 15 minutos de intervalo nos gramados.

Mas a dúvida é se, realmente, essa retirada dos quatro pontos finais dos sets vai surtir efeito no interesse pelas coberturas.

Durante décadas, o vôlei contou com a extinta vantagem. Em 1998, essa regra deu lugar aos sets de 25 pontos corridos para, justamente, diminuir o tempo das transmissões.

Realmente, as partidas ficaram menores e menos cansativas de se ver, mas a cobertura ao vivo (principalmente em canais abertos) não seguiu na proporção esperada por FIVB e CBV. E acredito que o mesmo deva acontecer agora.

Não serão quatro pontos que vão fazer a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão, colocar uma partida do Sada durante um horário nobre durante a semana, por exemplo. No máximo, algumas transmissões a mais no modesto sábado de manhã.

Todos os graves problemas na divulgação das equipes (sobretudo as menores) e na respectiva exposição dos patrocinadores, não estarão solucionados.

Tudo bem que ficar duas horas e meia num ginásio assistindo uma interminável partida de 3x2, com parciais do tipo 30/28, 28/26, 26/28, 32/30 e 17/15, por exemplo, é cansativo. Então, se for durante a semana, por volta das 21 horas, pode até acabar atrapalhando o dia do trabalho seguinte do torcedor.

Mas, creio que a mudança será benéfica muito mais para a mídia do que para clubes, atletas e torcedores.

É claro que o vôlei brasileiro precisa evoluir, mas algumas mudanças, tanto na praia (leia-se seleção) quanto no indoor, não estão seguindo um critério lógico e justo.

É claro que também está muito cedo para julgar a ideia, mas, sinceramente, essa não deve ser a salvação para todos os problemas da falta de mídia do vôlei. Pelo menos é o que eu penso. E você, o que acha?

Foto: CBV

domingo, 1 de setembro de 2013

Após 5 ouros mundiais, Talita/Taiana conquistam etapa de Recife.
Uma abertura de temporada 2013/14 do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia praticamente idêntica à do Circuito Mundial para Talita/Taiana e completamente oposta para Alison/Emanuel.

Enquanto a dupla feminina confirmou em Recife o ótimo momento, a masculina pôde, enfim, comemorar a conquista de um título, coisa que não acontecia desde a final da World Cup Final, há quase quatro meses.

Contando com maior entrosamento, já que Ágatha, Bárbara Seixas, Maria Elisa e Lili retomavam parcerias desfeitas desde abril, a conquista da primeira etapa da nova temporada seria questão de tempo para Talita/Taiana.

Vitórias importantes contra Maria Clara/Carol nas quartas e Juliana/Maria Elisa nas semifinais e uma decisão, de certa forma, tranquila contra Lili/Rebecca, vencida com parciais de 21/14 e 21/19.

Juliana (agora podendo jogar) e Maria Elisa ainda tiveram forças para se recuperar da derrota de ontem, vencedoram Ágatha/Bárbara e conseguiram o bronze.

Que Lili/Rebecca, Ágatha/Bárbara e Juliana/Maria Elisa, agora em suas formações originais, inclusive na comissão técnica, vão tumultuar a briga à medida que forem retomando o entrosamento, é fato. Mas que Talita/Taiana, juntas durante todo o ano e com um psicológico também muito bom, vão se tornar cada dia mais fortes, isso também é evidente.

Após quatro meses de jejum, Alison/Emanuel voltam a vencer
Se a temporada 2013 do Circuito Mundial vem sendo a pior da história da dupla, o título em Recife deixa o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia bem mais animador para Alison/Emanuel.

Mesmo depois de começarem perdendo o primeiro set da decisão de hoje para Márcio/Ricardo, Alison/Emanuel conseguiram virar a partida (19/21, 21/16 e 15/13) e, enfim, vencer uma competição, após quase quatro meses de jejum.

Resultado que, certamente, trará mais confiança a uma dupla ainda muito forte, mas com a confiança em baixa.

Márcio/Ricardo, reeditando a boa parceria vivida entre 2010 e 2011, mostraram que ainda têm espaço entre as duplas de ponta tanto do Brasil quanto do cenário internacional, caso Márcio estivesse na seleção.

Vítor/Evandro venceram Bruno/Hevaldo por WO e terminaram em 3º na etapa pernambucana.

Daqui a 15 dias, o tour brasileiro vai para Vitória. E lá, com o entrosamento das duplas ainda melhor, a briga tende a ficar ainda mais acirrada (confira o calendário completo do CBBVP).

Seleção Feminina é Campeã do Grand Prix
Que campanha, hein?!

Depois de cinco vitórias na fase final, todas elas por 3x0, a seleção feminina conquistou, pela nova vez, o título do Grand Prix. Uma conquista que não vinha desde 2009.

Muito mais importante que a conquista em si foi ver experiência e juventude se mesclando muito bem no time de Zé Roberto.

Parabéns, meninas!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Duplas garantem ouro, prata e bronze para o Brasil. Foto: FIVB
Três medalhas, título inédito, boa estreia de parceria, mais um pódio para Ricardo/Álvaro Filho.... No balanço geral, o Grand Slam de Moscou terminou muito bem para o Brasil.

O destaque mais importante foi o título de Maria Clara/Carol, não só inédito nessa temporada como em todos os dez anos de carreira da parceria. Depois de duas pratas em 2013 (Haia e Long Beach), a dupla conquistou o primeiro ouro em um Grand Slam de Circuito Mundial.

Até então, em 113 etapas jogando juntas pelo Circuito Mundial, elas só haviam subido ao lugar mais alto do pódio no Open de Myslowice, na Polônia, em 2008.

Mesmo vencendo apenas um dos três jogos da fase de grupos, Maria/Carol conseguiram avançar para a repescagem e, a partir daí, não perderam mais. O título veio após a vitória sobre as alemãs Ludwig/Walkenhorst por 2x0 (21/15, 21/18).

Depois de duas pratas e dois bronzes, faltava o ouro para coroar uma temporada muito boa, principalmente pelo fato da retomada da parceria, interrompida em 2012 por conta da gravidez de Carol.

Ágatha/Maria Elisa terminaram em 5º e Lili/Bárbara Seixas e Taiana/Talita em 9º.

Evandro/Emanuel e Ricardo/Álvaro garantem prata e bronze
Em Moscou, Evandro/Emanuel estreavam uma parceria formada para dar motivação aos atletas no restante de uma temporada já sem possibilidade de título do Circuito.

E deu certo! Logo na estreia, o misto de juventude e experiência garantiu a prata, melhor resultado das parcerias masculinas na competição.

O ouro não veio porque os letões Smedins/Samoilovs mais uma vez se destacaram. Vitória tranquila sobre os brasileiros por 2x0 (21/17, 21/16).

No entanto, por ser uma estreia, Evandro/Emanuel foram longe demais. Vale destacar que essa foi a segunda prata consecutiva de Evandro, que também foi vice em Berlim.

O pódio masculino de Moscou ainda contou com Ricardo/Álvaro, que voltaram a garantir uma medalha após a parada de Ricardo para se recuperar de uma lesão no abdômen.

Pedro Solberg/Bruno Schmitd terminaram em 9º e Alison/Vitor Felipe em 17º.

Agora as etapas de Circuito Mundial ficam mais espaçadas e passam a concorrer com as competições do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, que começa essa semana em Recife (Confira o calendário completo).

Depois de uma fase muito corrida na faculdade, meu tempo volta a ficar mais tranquilo e prometo me dedicar mais ao blog. Nos próximos dias, algumas novidades vão pintar por aqui e pelas redes sociais, inclusive com entrevistas e promoções.

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