domingo, 12 de abril de 2015

Com os títulos da temporada 2011/12 e 2013/14, Sada chegou ao tri-campeonato da Superliga. Foto: Pedro Vilela/Agência i7
No dia 13 de abril de 2014, elenquei cinco fatores que ajudaram o Sada Cruzeiro, até então bi-campeão da Superliga, a chegar ao título da temporada. Um ano depois, os mineiros voltaram a vencer o Sesi-SP neste domingo (12), em uma nova decisão de campeonato nacional, chegando ao tri. Mesmo com os paulistas saindo na frente, Wallace, William e Cia viraram a partida e fecharam o jogo em 3 sets a 1 (20/25, 25/19, 27/25 e 25/19) num Mineirinho tomado por mais de 14 mil torcedores.

Méritos para a melhor equipe de voleibol do Brasil dos últimos anos. E talvez uma das melhores equipes esportivas  do país como um todo. Com times de futebol cada vez menos organizados - que traz como consequências partidas tecnicamente muito fracas, além de demissões e contratações pouco planejadas -, e com modalidades que ainda sobrevivem com administrações amadoras, ouso dizer que temos no Sada o melhor exemplo de gerenciamento nacional.

Exemplo que pode ser comprovado em números: juntos desde 2010, o grupo chegou neste domingo ao 15º título em cinco anos. Eis os pontos que elenquei ano passado, que ainda seguem completamente atuais (até mesmo nos nomes dos jogadores, que se mantiveram nesta temporada):

1) Planejamento: embora a palavra seja muito falada no esporte, poucos projetos seguem um planejamento na prática. E o Sada/Cruzeiro talvez seja uma das grandes exceções da regra. Criado em 2006, a equipe sempre buscou se aperfeiçoar de forma planejada. Nada de loucuras nas contratações, criação de uma base forte e pés no chão, com ou sem conquistas.

2) Força no grupo: mais um ponto forte da equipe mineira. É difícil dizer quem é a principal estrela do time cruzeirense, se é que esse jogador existe. Wallace, William, Felipe. Para fortalecer ainda mais, depois chegaram Leal, Isac, Éder. Pensando não em astros individuais, mas em elenco, a diretoria sabe reforçar o grupo sem desvalorizar nenhum jogador;

3) Nada de oba-oba: seja contra times mais fracos ou contra times mais fortes, a concentração dos jogadores quase não muda. Mais um ótimo trabalho do técnico Marcelo Mendez, que faz o grupo jogar praticamente igual, seja campeonato Mineiro, Superliga, Sul-Americano, Mundialou qualquer outra competição que seja;

4) Pouca mídia: talvez pelo fato de estar fora dos dois principais centros do país, Rio e São Paulo, quase não se houve falar dos bastidores da equipe. Assim como o bordão que denomina os mineiros, técnico e jogadores comem pelas beiradas, sem muito barulho na imprensa.

5) Persistência: aliada ao planejamento, nem mesmo as derrotas mudaram a forma de trabalho. Mesmo tendo perdido duas Superligas, uma para o próprio Sesi/SP e outra para o RJX, ano passado, a filosofia da equipe quase não mudou nos últimos anos. Com o mesmo pensamento, a derrota no Campeonato Mundial de 2012 serviu para a conquista da competição no ano seguinte.

Marcos Pacheco, Riad, Lucão, Marcelinho e demais que me desculpem, mas, pelo conjunto da obra, o jogo deste domingo merecia ter sido mesmo vencido pelos mineiros. 

Seleção da Superliga 2014/15:

Ataque – Wallace (Sada Cruzeiro)
Levantamento – William (Sada Cruzeiro)
Bloqueio – Riad (Sesi-SP)
Defesa – Serginho (Sada Cruzeiro)
Recepção – Bruno Canuto (Minas Tênis Clube)
Saque – Lipe (Taubaté/Funvic)
Maior pontuador – Escobar (Minas Tênis Clube)

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