3ª colocação no Japão garantiu a vaga para Londres. Foto: FIVB |
Que a equipe de Bernardinho não apresentou o seu melhor voleibol, todos sabem. Que faltou regularidade aos jogadores, também é outra coisa clara.
Mas, enquanto muitos fazem análises negativas à "má" participação brasileira no Japão, prefiro me concentrar nas positivas:
1ª) A seleção, jogando bem ou não, está classificada para Londres. Se esse era o objetivo, ele foi conquistado;
2ª) Rússa e Polônia foram melhores e garantiram o título e o vice-campeonato da competição. Aos brasileiros, "restou" o terceiro lugar, que, na verdade, tornou-se o incrível 37º pódio em 38 competições na Era Bernardinho. Ou seja, mesmo abaixo das expectativas, a equipe manteve-se dentro dos retrospectos dos últimos 10 anos;
3ª) Talvez esse seja o ponto mais positivo dessa Copa do Mundo. É preciso ter consciência de que o Brasil não lutará sozinho pelo ouro em Londres. Por mais que torcedores e imprensa demonstrem seu desejo em ver a equipe campeã, é fundamental ter os pés no chão e ver que outras seleções também evoluiram nos últimos anos. Cobranças são importantes, mas não é sempre que se vence no esporte. Mesmo acostumados e orgulhosos com os excelentes resultados do voleibol brasileiro, temos que admitir que derrotas acontecem e que é bom deixar esse clima de "já ganhou" que vem da mídia ou que nós mesmo criamos. Há aproximadamente seis meses das Olímpiadas, é hora de arrumar a casa, pensar na ideial formação da seleção e manter os pés no chão. É melhor levar uma chacoalhada agora do que viver de oba-oba e amargurar com um tropeço lá na frente.
Copa do Mundo Feminina
Como ainda não havia comentado a participação feminina no Japão, aproveito o post para fazer uma reflexão semelhante à masculina.
Atuais campeãs olímpicas, o favoritismo recai sobre o Brasil, é claro. Mas, tal como escrito na 3ª análise, vôlei também é esporte e se os seus adversários vivem um melhor momento, não há como garantir o melhor resultado.
A irregularidade feminina foi muito maior, a tal ponto de não garantir a vaga antecipadamente, é verdade. Terminar o ano com a classificação garantida seria importante mas, isso não significa o fim da linha. O passaporte certamente virá no Pré-Olímpico da América do Sul, em maio de 2012.
Poucos apostariam na não classificação da seleção. E, talvez, esse seja também um bom sacode nas meninas de Zé Roberto, que, embora atuais campeãs, não podem pensar que favoritismo ganha Olímpiada. A exemplo da seleção masculina, pés no chão é o primeiro passo para conquistar um bom resultado em Londres.
De olho
Não sei se é muito olhar crítico da minha parte, mas tentem enxergar um certo negativismo, acima do normal, nos meios de comunicação que não garantiram o direito de transmissão dos Jogos em 2012.
Não podemos fechar os olhos aos problemas, mas, às vezes, fico na dúvida se essas análises negativas - algumas mais sérias, falando em crise, brigas, etc - das participações brasileiras no Japão não seriam abafadas caso a transmissão olímpica não se tornasse uma exclusividade da Record.
Será que é coisa só da minha cabeça?
Aproveito para agradecer a todos que votaram no Primeiro Set no Prêmio Top Blog 2011. Com a ajuda de todos vocês, o blog terminou entre os 30 mais votados do país. E, numa premiação tão importante como essa, é um prazer enorme ficar nessa colocação tão bacana. O bom restuldado